Outrora, nas suas conversas corriqueiras, os caririenses tinham o costume de inserir – nos seus colóquios com vizinhos e conhecidos – os tradicionais “ditados populares”.
Estes resumiam o jeito do povo de entender e viver a vida naquele tempo. Relembremos alguns desses conceitos morais, muito repetidos naqueles períodos passados: “Mato tem olhos, paredes têm ouvidos”; “Brigam as comadres, descobrem-se as verdades”; “Boi sonso é que arromba a cerca”; “Ladrão de tostão, ladrão de milhão”; “Cajueiro doce é que leva pedradas”; “Não há fogo ameno, nem inimigo pequeno”; “O bom remédio amarga na boca”; “A bocas loucas, orelhas moucas”; “Ser valente com os fracos é covardia”; “Quem vê cara não vê coração”; “Para desaforado, desaforado e meio”; “De pequena fagulha, grandes labaredas”; Mais fere má palavra do que aguda espada”; “Quem debocha não tem bom coração”.
Prezado Armando - Essa sua crônica me fez lembrar uma declaração que o senhor José Theúnas Soares me fez um dia.
ResponderExcluirEu era gerente do banco que ele era diretor. Ele contou que aos 12 anos de idade, num ano de seca foi alistado como trabalhador na construção de um açude em sua cidade - Santana do Acaraú.
Ele sofria de impaludismo, e um dia o engenheiro viu seu estado de saúde e com pena tirou o carro de mão e colocou para trabalhar no escritório, fazendo o serviço de leva e trás encomendas, fazer pequenos mandados.
Eu lhe perguntei : Como é que aos 12 anos o senhor vivia nessa situação e hoje o senhor já foi prefeito do Crato, tem apartamentos no Rio de Janeiro, em Fortaleza, é proprietário dos melhores prédios do Crato, é diretor de um banco e tem uma grande reserva aplicada no mercado financeiro?
A resposta foi : meu filho, é porque o valor que eu dou a um tostão é o mesmo que dou a um milhão.
De tostão em tostão chegou lá. Como a galinha de grão em grão enche o papo.