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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 2 de março de 2021

Dom Luiz de Orleans e Bragança – Chefe da Casa Imperial do Brasil – lamenta o “remendo” que querem fazer no prédio do antigo Palácio de São Cristóvão, onde funcionava o Museu Nacional

 

    6 de setembro de 2018 -- Um incêndio destruiu o antigo Palácio de São Cristóvão, onde funcionava o Museu Nacional. À frente a estátua do Imperador Dom Pedro II

   Meus muito caros brasileiros, 

   Foi com viva consternação que tomei conhecimento, através da imprensa, do projeto de restauração do Paço de São Cristóvão, atualmente designado como “Museu Nacional” e vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, destruído por um incêndio catastrófico na noite do dia 2 de setembro de 2018, que não colheu vidas, mas que incinerou, em suas chamas inclementes, memórias, objetos e documentos históricos, muitos deles preciosos e únicos.

    O referido projeto – que se pretende concluir a tempo para as comemorações do Bicentenário da Independência, em 2022 – não visa devolver à antiga glória aquela residência Imperial, mas sim dar-lhe um aspecto dito “moderno”; isto é, exibir paredes sem reboco, com pedras e tijolos ainda chamuscados, como que enormes e perenes feridas, expostas em meio a um amontoado de escadas e passarelas de ferro, painéis de vidro e decorações verdadeiramente impróprias para aquele ilustre recinto.

    Profundo admirador do legado de progresso científico e cultural deixado por meu magnânimo trisavô, o Imperador Dom Pedro II, eu não poderia jamais ser antipático à existência de um museu dedicado às ciências naturais, mas ao mesmo tempo não creio ser o Paço de São Cristóvão o local mais adequado para abrigar tal instalação, máxime se, para esse fim, se pretenda ser necessário desfigurar de tal maneira o lar de quatro gerações da Família Imperial Brasileira.

    Aponto para o inspirador exemplo do restauro da Catedral de Notre-Dame de Paris, igualmente arrasada pelas chamas, mas que vem sendo reconstruída, por determinação do Senado Francês, segundo seu “último estado visual conhecido”.

    É impossível não ver que não se trata aqui de um mero projeto arquitetônico, mas sim de um novo lance da investida que há décadas se vem empreendendo contra o edifício da brasilidade: políticos, homens públicos, pseudo-intelectuais e outros que, tendo aderido a ideologias funestas e alienígenas, tornaram-se vozes enganadoras, que disseminam sentimentos de discórdia e de convulsão. Ideologias e vozes que malsinam a hora providencial em que as naus com a Cruz de Cristo abordaram nosso litoral, trazendo com os missionários as bênçãos, as promessas e as riquezas espirituais e culturais da Cristandade, que gestariam a Monarquia brasileira e cristã.

    Felizmente, estou persuadido de que o nosso povo, altaneiro, religioso e bom, nada tem de comum com estes enganos que repetidamente se levantam.

    Portanto, como Chefe da Casa Imperial do Brasil, descendente e herdeiro dinástico dos Imperadores que regeram nosso destino enquanto povo, apelo aqui a todos os brasileiros de boa vontade, monarquistas ou não, para que façam sentir ante as instâncias apropriadas, por todos os meios válidos e lícitos, sua inconformidade com esse projeto desfigurador, que arruinará irremediavelmente tão precioso patrimônio histórico e cultural da Nação Brasileira, cortando assim o passo ao perigo que nos ronda e fazendo refluir mais este ataque aos fundamentos da Terra de Santa Cruz.
Rogo a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que abençoe e proteja sempre o nosso povo e a nossa Nação.

São Paulo, 1º de março de 2021
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil

Um comentário:

  1. A Monarquia era um tecido que não admitia remendo. A republica no Brasil é conluio de autoridades dos três poderes autorizadas a cometer todo tipo de lambança e desordem com poderes para remendar tudo, até as leis em beneficio próprio.

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