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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 17 de março de 2022

JOGAR FUTEBOL FICOU MAIS DIFÍCIL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Constantemente somos instados a fazer comparações do futebol de ontem com o que é praticado hoje.

Engano imaginar que o tema tenha se esgotado, de tão repetido que é nas mesas redondas do rádio e TV.

Se a repetição é mais importante do que a explicação inicial, vamos lá.

Me perguntam se o futebol ficou mais difícil de ser jogado.

Digo que sim, e explico.

O eixo de toda mudança que o futebol sofreu está na velocidade.

Isso se deu em função da melhora da saúde e da evolução da preparação física.

O jogador foi transformado em atleta.

Com isso, o jogo ficou mais rápido e os espaços em campo diminuíram.

Até quem era lento ganhou velocidade.

De quatro quilômetros antes percorridos por partida, o jogador, hoje, supera a marca de dez por jogo.

Fica a impressão de que os campos diminuíram suas medidas.

Antes, o jogador tinha tempo para pensar e executar uma jogada.

Hoje, a grande sacada é pensar e agir com rapidez.

A individualidade, como única solução, perdeu muito espaço para as soluções táticas e coletivas.

A obsessão de Pep Guardiola pela posse de bola mudou o futebol.

Mas, a grande revolução foi mesmo a Seleção da Holanda, de Rinus Michels e Johan Cruyff, de 1974.

Se me perguntam se o futebol ficou pior, digo que tudo depende da qualidade dos times.

Bons e maus jogadores existiram ontem e continuam a existir hoje.

É possível, sim, apreciar um bom jogo de futebol, onde prevaleçam a velocidade e o protagonismo coletivo.

Agora, quem vai dar sempre a assinatura final da obra é o craque.

Um comentário:

  1. Quem conheceu o caráter de Gilmar, Nilton Santos, Mauro Ramos de Oliveira, Zito, Pelé e tantos outros sabe que além do futebol falta muito para essa meninada sem formação atual chegar lá.

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