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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 1 de abril de 2023

PELA DELICADEZA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Ouço sempre, como um gemido, que "precisamos recuperar a delicadeza".

Se há necessidade dessa iniciativa, é porque a delicadeza envelheceu, caiu em desuso.

De fato, a grosseria está ganhando a parada de braçadas.

Tenho sobrinhos que me pedem a benção, em uma atitude educada e familiar.

Perdi o jeito de responder a este ato de delicadeza que cultivei na infância.

Conheci irmãos mais velhos que atendiam o pedido de benção dos irmãos mais novos.

"’Abença, mãe! ‘Abença’, pai!” Era o que solicitávamos, antes de dormir.

Os pedidos eram extensivos aos tios, caso eles estivessem na casa.

Infelizmente, tudo isso soa estranho nos tempos truculentos que vivemos.

Há desrespeito e vulgaridade nas relações.

As pessoas que antes eram "um abraço na gente" quase sumiram.

O comportamento agressivo, indelicado, inadequado das tribos, é uma coisa invisível aos seus componentes.

Só é enxergado pelos que estão de fora.

Está tudo muito esquisito.

Vejam o absurdo: o "grosso" e obsceno é que ganhou notoriedade por ser indelicado.

Todos nós precisamos de um afago na alma.

Coisa que só mesmo com a delicadeza.

Um comentário:

  1. Parabéns amigo Wilton por seus sobrinhos lhe pedirem a benção. Os meus já não pedem mais. Quanto a maneira de abençoar eu lembro que o meu pai respondia : Deus lhe dê fortuna. Eu responderia Deus lhe dê paz e lhe faça feliz. Mais um texto de leitura prazerosa porque serve de reflaxão para o momento que vivemos. Um grande abraço.

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