Ouço sempre, como um gemido, que "precisamos recuperar a delicadeza".
Se há necessidade dessa iniciativa, é porque a delicadeza envelheceu, caiu em desuso.
De fato, a grosseria está ganhando a parada de braçadas.
Tenho sobrinhos que me pedem a benção, em uma atitude educada e familiar.
Perdi o jeito de responder a este ato de delicadeza que cultivei na infância.
Conheci irmãos mais velhos que atendiam o pedido de benção dos irmãos mais novos.
"’Abença, mãe! ‘Abença’, pai!” Era o que solicitávamos, antes de dormir.
Os pedidos eram extensivos aos tios, caso eles estivessem na casa.
Infelizmente, tudo isso soa estranho nos tempos truculentos que vivemos.
Há desrespeito e vulgaridade nas relações.
As pessoas que antes eram "um abraço na gente" quase sumiram.
O comportamento agressivo, indelicado, inadequado das tribos, é uma coisa invisível aos seus componentes.
Só é enxergado pelos que estão de fora.
Está tudo muito esquisito.
Vejam o absurdo: o "grosso" e obsceno é que ganhou notoriedade por ser indelicado.
Todos nós precisamos de um afago na alma.
Coisa que só mesmo com a delicadeza.
Parabéns amigo Wilton por seus sobrinhos lhe pedirem a benção. Os meus já não pedem mais. Quanto a maneira de abençoar eu lembro que o meu pai respondia : Deus lhe dê fortuna. Eu responderia Deus lhe dê paz e lhe faça feliz. Mais um texto de leitura prazerosa porque serve de reflaxão para o momento que vivemos. Um grande abraço.
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