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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A ocasião faz... o democrata - Por Claudio Dantas.

 

O apoio escancarado de ex-presidentes do Supremo à candidatura de Lula é de corar frade de pedra. Não que surpreenda o fato de Joaquim Barbosa, relator do mensalão, ter decidido colaborar com a campanha eleitoral do petista, tendo ele mesmo sido filiado ao PSB, uma das linhas auxiliares do PT —Barbosa, a propósito, nunca foi criticado por se aventurar politicamente após abandonar a toga precipitadamente.

O caso de Celso de Mello é mais constrangedor. Ao declarar voto em Lula no primeiro turno, o ex-decano alega que o faz em “defesa da sacralidade da Constituição e das liberdades fundamentais, em prol da dignidade da função política e do decoro no exercício do mandato presidencial”.

Pelo visto, o descondenado por comandar o maior esquema de corrupção da história virou um primor das liberdades fundamentais e da defesa da sacralidade da Constituição.

Afinal de contas, a democracia com Lula ia muito bem, obrigado, apesar de ter sido financiada com muita propina. Desviar dinheiro do trabalhador deve dignificar o homem, na visão do ministro, assim como financiar ilegalmente eleições e comprar — na base da corrupção mesmo — políticos de toda sorte e sua produção legislativa e executiva.

Um comentário:

  1. No lugar do Bolsonaro qualquer outro que tivesse ido para o segundo turno em 2018 teria vencido a eleição. Quem venceu não foi o candidato, foi o anti-petismo.
    Os ministros Joaquim Barbosa e Celso de Melo conhecem bem o Lula, sabem quem ele é. Joaquim Barbosa foi relator do Mensalão e depois Petrolão, Celso de Melo Participou dos julgamentos que mandou muita gente para prisão, inclusive o Lula.
    Bolsonaro se acupou no seu governo em fazer bobagens e lambanças desnecessárias. Afrontou a justiça, mesmo sabendo que não teria nenhum resultado prático suas ameaças.
    Fez como dizem em minha terra, latiu muito e não mordeu. Anulou a condenação do deputado Daniel Silveira com ato de perdão. Mostrou que tem o puder. Agora vá buscar os votos do Daniel, Zé Trovão e demais desafetos da justica acobertado pelo presidente.

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