Quando escrevo, me bate uma saudade que chega a incomodar.
Me pergunto como fui sair do Cariri, um lugar ao qual pertenço, embora não tenha nascido lá.
Pergunto pelas cidades e pessoas que não encontro mais e, mesmo assim, insisto no pertencimento.
Os inevitáveis ciclos de vida da gente se fecharam, restando deles apenas o perfume. Toda época tem seus cheiros.
Procuramos nos aquietar no passado, onde tínhamos pouco entendimento das coisas e acreditávamos em quase tudo que nos diziam.
As águas do passado voltam mastigadas pelo tempo e a nossa vida é feita de bons bocados dele.
Em um divã imaginário, pergunto se o presente é tão doloroso assim, para se achar que os tempos passados eram melhores.
Se não eram, por que nos aprisionam tanto? Seria um exercício nostálgico que nos ajuda a viver?
Escrever essas coisas sobre saudade e passado funciona como um ato de respirar e deixar o espírito leve.
"O passado é um segundo coração que bate dentro de nós". Henry Bataille, francês.
Meu caro Wilton, você foi muito feliz quando disse - "As águas do passado voltam mastigadas pelo tempo e a nossa vida é feita de bons bocados dele".
ResponderExcluirAs águas do passado estão trazendo as lembranças das narrações pelo rádio de Fiori Giglioti e Waldir Amaral com os comentarios de Mauro Pinheiro e Ruy Porto.
Presencialmente eu vi no glorioso campo do Esporte Clube do Crato, em 1969, Foguinho narrando e Wilton Bezerra comentando os gols de Joãozinho e Gilson Magazine que por obra a graça de Pagaré o jogo terminou empatado dois a dois.
Não tem como não voltar ao passado quando vemos o maior veículo de comunicação do pais apelar para as aberrações dos comentaristas. Um bando de ex-jogadores que não foram esse balaio todo nem como jogador, imagine como comentaristas. Fazem pinico dos nossos ouvidos.
Sua crônica merece todo o meu aplauso.
Voltei ao passado, no meu Sanharol, em Várzea Alegre.
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