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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 27 de novembro de 2022

Do seriado "Coisas da República" - Por Armando Lopes Rafael.

 "Memórias republicanas de Crato: a “Lei de Chico Brito”

 
Cel. Francisco José de Brito

   O fato abaixo seria impensável no Brasil Império, nação constitucional e cumpridora das leis vigentes, emanadas do Parlamento. Mas a monarquia foi derrubada em 15 de novembro de 1889 e a coisa mudou...

   Entre 1896-1912 – por 16 anos – governou o Ceará a oligarquia dos Accioly. Vem de longe, como se vê, a tradição de “famílias importantes” dominarem o poder no Ceará. Era “Intendente” de Crato, àquela época, o Cel. Antônio Luiz Alves Pequeno, fiel ao clã dos Accioly. “Intendente” era como se chamava (no início dos conturbados tempos republicanos), o atual cargo de “Prefeito Municipal”. Derrubado o Governo Accioly, assumiu o Coronel Franco Rabelo. Este, nomeou como novo intendente de Crato seu aliado, o Coronel Francisco José de Brito.

     O antigo intendente, Antônio Luiz Alves Pequeno, não quis entregar o cargo. O Coronel Francisco José de Brito, inteligente e astuto, foi ao então sítio Lameiro (que anos depois viraria distrito e hoje é um bairro citadino de Crato)  e de lá trouxe até a Praça da Sé (onde ficava o prédio da Intendência, hoje túmulo do antigo Museu de Artes Vicente Leite) um grupo de amigos. Encontrando a Intendência fechada, arrombou a porta e sentou-se na cadeira antes ocupada pelo Cel. Antônio Luiz Alves Pequeno, Intendente anterior. 

    Nisto apareceu o Dr. Irineu Pinheiro, sobrinho do Cel. Antônio Luiz. Irineu (considerado um dos maiores historiadores do Cariri) ficou revoltado ao ver a cena  e perguntou:

– “Mas qual é  lei que o Sr. se arrima para assumir a Intendência”?

     O Cel. Chico de Brito, tranquilamente, sentenciou:
– “É a “Lei de Chico de Brito”! Esta lei eu mesmo fiz. E estamos conversados”.

5 comentários:

  1. Nessa republiqueta podre e imundo, o politico na sua audição seletiva acolhe apenas as palmas.
    A soberba lhe cai como veste. É doloroso saber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais são meras peças publicitárias.
    Valem tanto quanto uma nota de sete reais. Infelizmente o puder inebria, corrompe e destrói.

    O Brasil está retrocedendo a 40 anos, a mesma pessoa, as mesmas promessas, o mesmo discurso mentiroso, piedoso e chorão que já perdeu a validade. O mesmo corrupto que trás para o seu entorno os mesmos picaretas denunciados, julgados condenados e presos, hoje livres e soltos graças a uma justiça nomeada de favor.



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  2. Muita gente chega a admirar o Chico de Brito com a bravata de sua Lei, mas, a historia sustenta e as pessoas sensatas não o admiram, e, sabem que pouco tempo depois, o Chico de Brito foi destituído do puder por uma lei igual a dele, a lei do mais forte. Eu não vejo nenhuma diferença das leis do Deodoro da Fonseca e do Chico de Brito. A historia os condena.

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  3. Morais: Karl Marx (tão “endeusado” pelos esquerdopatas trogloditas), dizia: “A História se repete. A segunda vez como farsa”. Verdade! A “Ré Pública” brasileira vive hoje tempos anormais, com o Poder (o Judiciário) interferindo nos outros dois poderes: Legislativo e Executivo. Ora, o STF foi criado (e está na Constituição de 1988, a sexta Carta Magna que o Brasil teve, só nos 133 anos da Ré Pública) que a finalidade do STF é só “interpretar” a Constituição em assuntos ligados a ela. Na prática, o STF vem censurando, prendendo (até deputados que são invioláveis em opiniões segundo a Constituição), bloqueado contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, bloqueando redes sociais de quem ousa contrariar alguns ministros. A Lei de Chico de Brito era bem mais branda do que as leis de hoje...

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  4. Na verdade, a República brasileira chegou ao fundo do poço. Está na UTI. Todos já percebem isso. A grande dúvida: coloca-la dentro das “quatro linhas” da Constituição de 1988? Proceder uma ampla reforma, incluindo completa revisão do Superior Tribunal Eleitoral-TSE, com modificações no sistema das urnas eletrônicas para torna-las auditáveis.? Afinal, só 3 países no mundo têm esse sistema: Butão, Bangladesh e Brasil....Convocar nova Constituinte? Convocar um novo plebiscito para o povo escolher a forma e sistema de governo? O Brasil era o “País do Futuro”, e nosso futuro a Deus pertence....

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  5. Verdade. A República, como modelo, está esgotada. A pá de terra final será o fracasso deste novo governo de Lula na terceira versão. É só aguardar para confirmar.

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