Sou muito ruim em lembrar datas. Chego, às vezes, a esquecer a em que nasci. Sério.
Mas, diacho. Consigo me lembrar dos acontecimentos e, também, da falta de aproveitamento de minha parte para registros mais robustos.
Trago dois exemplos, entre muitos que me ocorreram, quando nos faltou capacidade para dimensionar a importância das coisas.
Antes dos jogos do Brasil Copa do Mundo de 1986, no México, fiquei sempre próximo de um time de grandes nomes do esporte e da literatura.
Armando Nogueira, Luiz Fernando Verissímo, João Ubaldo (copo de whisky à mão) e outros menos votados, se reuniam, ainda no piso do estádio, em Guadalajara, para demorados papos.
Participando como ouvinte, um pouco afastado, mais calado do que a muda do pantanal, nunca me ocorreu uma mínima entrevista com esses luminares.
Como pude ser tão distraído e ignorante diante de uma oportunidade dessa?
Em Juazeiro do Norte, só me ocorreu trocar poucas palavras com Wilson Simonal, antes do cancelamento de um show na Quadra João Cornélio.
Ora, o maior showman do Brasil estava sendo boicotado por emissoras de rádio e TV, acusado de dedo-duro da ditadura.
Era um momento delicado vivido pelo País e a entrevista com Simonal poderia ter repercutido.
Lembrando o fato.
Roubado por um funcionário, o cantor em vez de procurar um advogado, se valeu, erradamente, dos serviços de um policial amigo para resolver o problema. Dedodurisimo, coisa nenhuma.
Só que, na imprensa, não se ouvia a defesa do artista. Todos nós sabemos como tudo terminou.
Perdi um gol feito em não realizar uma entrevista mais percuciente.
Distraído, fui. Agora, ando mesmo é esquecido.
Uma excelente crônica, boas revelações e grandes lembranças.
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