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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 11 de maio de 2023

O PROGRESSO E A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA - Por Antonio Gonçalo.


Há um dilema constante entre o progresso econômico e a preservação dos valores culturais, edificações, costumes e bens antigos. A medida que o tempo passa, vemos que vão se esvaindo imagens físicas e sentimentais que cultivamos ao longo da vida. Quase sempre em favor da implanção de ações econômico-financeiras. 

Um dos objetivos específicos de uma conunidade é conhecê-la a si mesmo e, nesse particular, seu passado arquitetônico é um estoque profícuo tanto em pesquisa quanto em valor sentinental. Porém, nem todos sabem ou cultuam esse intrincado trabalho  de entender e/ou propiciar riqueza sem destruir os bens comuns da sociedade.

Pela minha formação profissional, tenho quase que a obrigação de defender o desenvolvimento sócio-econômico do país, mas, por minha origem e sentimento bairrista interiorano, continuo sôfrego diante das imagens sentimentais e físicas que vêm desaparecendo dos cenários urbanos. 
Com relação à Várzea Alegre, município onde nasci e me criei, é natural que guarde um sentimento particular maior e cheio de imagens do passado. Portanto, a cada dia que lá retorno sinto como que pedaços da cidade tenham desaparecido. 

É que muitos casarões e prédios antigos estão dando lugar às intalações de modernas empresas de coméricio e serviços, o que de certa forma é bom, em termos gerais, pois sigifica geração de mais empregos, renda e tributos.

Fui tocado por esse sentimento nostálgico na "Semana Santa" que passou, pois no Bairro Sanharol, onde moram meus pais, familiares e amigos, constatei que um casarão construído no final do céculo XIX, que pertencia aos ancestrais da família Bitú, havia sido demolido. No lugar já estavam sendo erguidas as estruturas onde funcionará um moderno restaurante. 
Sucesso para o empresário, futuros colaboradores e clientes.

4 comentários:

  1. Prezado Antônio Gonçalo - Neste casarão nasceu e cresceu uma das mais importantes galhas da árvore genealógica de Várzea-Alegre. Os mais velhos faleceram e adormeceram na vala profunda do esquecimento. Os mais jovens, não conhecem, nunca se preocuparam em conhecer o passado de seus ancestrais. E quando se atrevem a falar desse passado só dizem asneiras. Eles não sabem que quem não tem passado também não terá futuro.

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  2. Frequentei muito esse lugar, conhecido como "casa de D. Bilinha". Foi palco de encontros para brincadeiras e jogos de futebol, no terreiro que ficava à sua frente.

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  3. Neste caso, não houve progresso nem preservação da memória. A edificação não foi preservada e a memoria foi esquecida.

    Outro dia tive a honra de visitar o casarão da familia de Joaquim de Satiro no sitio Boa vista que foi transformado em um memorial admirável preservando a historia das familias paternas e maternas. Um arquivo fotográfico extraordinário.

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  4. O amigo Sebastião Moisés, que possui uma pousada em Canoa Quebrada, argumentou: " "poderia ter sido aproveitada parte ou toda a estrutura da casa para montagem do restaurante, com uma abordagem à memória antiga do imóvel".

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