Não se engane o tempo é implacável. Se esvai, não volta nunca mais e passa para todos nós.
Outro dia, fiz uma consulta com uma dentista, em Fortaleza. Não lembrava pelo nome que havíamos sido minha colega no Colégio Estadual Wilson Gonçalves, em Crato.
Mas quando entrei no consultório a reconheci na foto de formatura na parede.
45 anos depois, ao entrar no gabinete de trabalho, vi uma ex-colega irreconhecível, na minha avaliação acabada, decadente, derrubada como se costuma falar na Rajalegue.
O fato é que ela não me reconheceu também. Quando sentei na cadeira para fazer o procedimento, perguntei : Doutora, você foi do meu tempo de escola no Estadual Wilson Gonçalves?
Ela respondeu com outra pergunta: O senhor era professor de que mesmo?
Então, percebi que era chegado o tempo de avaliar-me melhor.
De volta em casa fui ao espelho. Vi-me um velho empenado, estrupiado e decadente.
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