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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 8 de julho de 2024

Historiadores - Por Antonio Morais


Dr. Francisco Alves Pereira.

Historiadores são recordadores profissionais daquilo que as pessoas querem esquecer. Deveríamos viver lembrando a cada momento, que a vida é um sopro. 

Basta pouco e não estamos mais aqui. Raiva, inveja e ressentimento são inúteis. A vida é o presente mais bonito que temos. 

Nós nunca deveríamos permitir a ninguém estragar esse presente que não receberemos outra vez.

Eu não sou historiador, mas quero ficar marcado como se fosse. Quando eu ouvir essa história, ouvir também o autor dizer que a única pessoa para quem ele contou, fui eu.

Eu não me permito aceitar que uma história dessas se perca no tempo, porque a história é sempre mais importante do que a geografia.

O meu amigo Francisco Alves Pereira, médico e professor da "Unicamp" depois de dezenas de anos como mestre criou a sua própria clinica - "Clinica de dor" em Campinas-São Paulo. 

Campinas é uma cidade que nos municípios adjacentes existem milhares de metalúrgicos e os principais clientes da clínica são aqueles que adquiriram sequelhas ao longo dos anos de trabalho.

Um dia, numa audiência no Ministério do Trabalho o juiz solicitou que o Dr. Francisco reavaliar o seu diagnóstico, visto que o perito que estava contestando era um ex-aluno da Unicamp. 

Dr. Francisco com lhaneza no trato e educação esmerada respondeu : Meretríssimo eu não mudo a minha convicção, o diagnóstico que fiz, o próximo passo do paciente é a morte. Eu não mudo, nem sob tortura.

Eu não sabia que ter sido aluno da Unicamp era tão importante para o vossa decisão. Eu fui professor da Unicamp, o perito foi meu aluno, e, não era dos melhores avaliados.

Medalha concedida pelo CREMESP ao Dr. Francisco Alves Pereira como reconhecimento e gratidão pelos 50 anos de exercício ético da Medicina.

Um comentário:

  1. Ao me contar essa história, no nosso útimo encontro, Dr. Francisco pediu segredo.Tamanha sua modéstia.

    Que o Dr. Francisco não entenda que contou sua história para a pessoa errada. Eu não me permito que uma história de tamanha nobreza caia na vala profunda do esquecimento.

    Na pequenez minha e do meu do meu Blog, se alguém consultar, um dia, vai se deleitar com uma história digna, que merece todo o aplauso, respeito, admiração e reconhecimento a esse cratense vencedor.

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