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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 20 de julho de 2024

VIVA O FUTEBOL NO SEU DIA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

É do Rio Grande do Sul o mais antigo clube de futebol do Brasil. O Sport Clube Rio Grande, que leva o nome da cidade gaúcha, foi fundado em 19 de julho de 1900. Em sua homenagem, a CBF instituiu o Dia do Futebol.

Futebol é celebração do que a vida coloca diante de nós. Coisas boas e ruins, porque não podemos controlar os eventos da existência.

É preciso amar a beleza do futebol acima dos resultados. Só os placares não bastam.

O futebol traz um regime de inclusão espontânea, como uma vasta tapeçaria humana.

Faz do seu conteúdo a coisa mais importante para milhões de pessoas.

Nenhuma das grandes ideologias abarcou, com unanimidade, sociedades, culturas, continentes, raças e sistemas políticos, como o futebol.

No futebol, exalta-se nas vitórias e consola-se nas derrotas. Futebol é prosa e  poesia, estimula nossas possibilidades lúdicas.

"Um misto de entretenimento  e conflito, de baile e combate". Daniel Piza

Um comentário:

  1. Por volta de 1954, o Quixará, atual Farias Brito, ousou desafiar Várzea-Alegre para uma partida de futebol. As maiores dificuldades diziam respeito a arbitragem. Depois de reuniões seguidas, as partes chegaram a um entendimento. O primeiro tempo seria arbitrado por um juiz do Quixará e a fase final por um arbitro de Várzea-Alegre.

    No dia do jogo, por volta das 11 horas da manha, Valdizio Correia estacionou o velho "misto" na praça da igreja e os atletas foram se acomodando em seus devidos lugares. Seguiram por uma estrada carroçável que ligava os dois municípios via Cariútaba.

    Para encurtar a historia o primeiro tempo terminou com um escore de um a zero para o Quixará. Depois de trocarem o campo e o arbitro a contenda recomeçou.

    Aos 12 minutos os atacantes Raimundo de Bié e Nenên de Canuta já haviam convertido em gols duas das quatro penalidades máximas marcadas pelo arbitro José de Adalio, o saudoso Zé Gatinha.

    O jogo seguia em banho Maria para tranquilidade do juiz que não precisou mostrar as suas prerrogativas de autoridade.

    Aos 42 minutos, quando ninguém acreditava numa reação do Quixará, o zagueiro cobrou um tiro de meta, um bicudo daqueles que a bola sobe, sobe e vai caindo maneira como um gavião peneirador que posa numa ninhada de pintos.

    Um gaiato, na geral, usa um apito igual ao do arbitro. O beque de Várzea-Alegre, seu Toe de Cota se atrapalha com o apito e segura a bola com as duas mãos dentro da pequena área.

    Não houve jeito para o arbitro, o pênalti teve que ser marcado e a bola colocada na marca da cal.

    Antes de autorizar a cobrança da penalidade, o arbitro foi até o goleiro Perna Santa e advertiu: Se deixar entrar vai voltar para Várzea-Alegre a pé. Por sorte a bola tinha um manchão estragado e com o impacto do chute explodiu. A câmara de ar se desprendeu "pruuuus "e como um foguete tomou rumo ignorado, a capa da bola entrou mansinha rente a trave esquerda enquanto o goleiro se esparramou para o outro lado da baliza.

    Aliviado Zé Gatinha marcou "meio" gol, e, não podia ser diferente, só entrou a metade da bola.

    A partida foi encerrada dois minutos antes do tempo regulamentar com o histórico escore de “dois a hum e meio" para Várzea-Alegre.


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