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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 31 de março de 2025

Esquema financiado pela China, com a intermediação do presidente Biden dos Estados Unidos - Postagem do Antonio Morais.

Há dois anos um amigo me disse que estava em andamento um plano financiado pela China para formar um sistema de domínio no Brasil. Que a China acreditava que somente o Lula era capaz de implementar como grande corruptor que era. Não confiava noutro.

Eu disse que não acreditava.

Ele acrescentou que a China estava usando o presidente Biden do Estados Unidos para implantar o sistema : Financiando o Supremo Tribunal Federal, o Congresso nacional, a grande mídia e censurando os opositores.

Hoje eu não tenho dúvidas.

O novo presidente americano, ao que tudo indica, está desvendando esse labirinto imoral, seboso e nocivo.

domingo, 30 de março de 2025

Injustiça - Por senador Izalci Lucas

O resultado de tanta injustiça, o Supremo Tribunal Federal e o Governo Lula já está sentindo na carne: a rejeição da população. O STF é hoje uma das instituições mais desacreditadas do Brasil e o governo Lula está derretendo. A cada pesquisa realizada, a popularidade do presidente Lula é só ladeira abaixo. 

Que Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, possa tocar os corações dos que estão cometendo tamanha injustiça. 

A única certeza que temos é que o plantio é uma opção, mas a colheita é obrigatória.

sábado, 29 de março de 2025

Ilegais - Postagem do Antonio Morais.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, foto anunciou nesta quinta-feira que pelo menos 300 estudantes estrangeiros tiveram seus vistos revogados.

Além da forte e óbvia frase: "VISTO É PARA ESTUDAR, NÃO PARA PROMOVER CAOS", Rubio completou, sobre estudantes estrangeiros ligados a grupos terroristas e neonazistas: "concedemos vistos para estudar e obter um diploma - não para se tornar ativista social que destrói nossos campi universitários"; "se você recebeu um visto e decide agir contra nossas leis, vamos retirá-lo."

NA MEDIDA, DINHEIRO DOS OUTROS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

A classe dirigente do futebol sempre foi perdulária com o dinheiro dos clubes.

É aquela história: "O dinheiro não é meu, mesmo. Sendo assim, bora gastar". 

E tome endividamento, a torto e a direito. 

Vejam esta manchete: "Tribunal da CBF tem R$ 354 milhões em calotes parcelados e Fair Play avança".

Por isso, não é pequeno o número de times sentindo os efeitos do abismo.

Como única salvação: tomar parte na "corrida do ouro", em busca das SAFs.

E se "não der pé?".

ONDE ESTÁ A SURPRESA? 

Quem disse que confederações e federações tratam o futebol de maneira decente?

Basta lembrar. Muitos larápios que dirigiram essas entidades pelo Mundo foram parar na cadeia.

AMBIGUIDADES.

O futebol tem na sua essência a ambiguidade. Um placar de 0 x 0 pode oferecer grandes possibilidades dentro de um jogo. Embora, geralmente, não se pense assim.

Querem ver outra? Um treinador pode ganhar uma Copa do Mundo e não parecer consagrado.

NOJO.

A mulher de Ronaldo Fenômeno, chateada com o "canto de carroceria" oferecido ao marido (queria a presidência da CBF), disse que "sente nojo do Brasil". Vai pra China!

FRASE.

"Com tantos jogos ruins, o torcedor devia ser pago para assisti-los".

A frase é minha mesmo.

quinta-feira, 27 de março de 2025

O SUMIÇO DA JUMENTINHA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Na venda de pães à domicílio, um senhor usava uma jumentinha para carregar as cestas com o produto.

Um certo dia, a indispensável jumentinha sumiu com cesta de pão e tudo.

O proprietário do animal procurou Guajará Cialdini no seu programa matutino na Rádio Uirapuru, no sentido de pedir ajuda para encontrar a jumentinha. 

Um aviso divulgou detalhes do burrico e estabeleceu-se  gratificação para quem o encontrasse. Guajará Cialdini, bem no seu estilo, acrescentou  o seguinte:  

“Quem encontrar a jumentinha, pode comer os pães, mas não façam nada com o animal, por favor”.

quarta-feira, 26 de março de 2025

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. - Por Fenando Pessoa.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. 

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. 

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. 

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração.. .... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. 

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. 

Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. 

E lembra-te:“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

Festa de São Raimundo - Postagem do Antonio Morais.



No penúltimo dia da festa, o ponto mais alto! Era o leilão. A parte mais rendosa para o padroeiro e onde os homens de dinheiro iam confrontar seus brios. Prendas oferecidas numerosas, de todos os tipos e versidades: um garrote oferecido por José Bitu, duas arrobas de algodão doadas por Manuel Leandro, do Sanharol, duas sacas de arroz ofertadas por Ildefonso das Panelas, um bolo oferecido por Dona Maria Vitoria, um pão de arroz com amendoim mandado por Mariazinha de Cirilo. Um isto, um aquilo, e lá se ia noite adentro Vicente de Sousa no pregão.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. É do Cel José Correia que botou vinte mil reis. Era dinheiro pra chuchu. O padre na mesa ao lado fazia suas anotações e sorria.

Como desde do começo do mundo, rapazes e moças, fazem seus namoricos, não faltam aqueles cochichos, aqueles suspiros e confidências. onde Mundinho se derrete de amor, dizendo a Mundinha: meu coração por te gela, ouvindo dela, num sussurro, meus olhos por te são. Romances de poucas paginas e pouco futuro, noventa por cento davam em nada vezes nada, um verdadeiro chove-não-molha. Dez por cento, ainda são como sementes que podem germinar. Acabada a festa, no balaio das recordações, umas alegrias murchas, umas magoas ressecadas. Afinal a vida é assim mesmo. Se tudo fosse doce de leite...Tinha Graça?

Você, meu... ou minha jovem da moderna geração, aproveite sei gás, Porque a mocidade é como a lótus - floresce uma só vez. Você terá que contar daqui a 77 anos como-foi-que-foi a festa de São Raimundo em 1995.

Dr. Jose Ferreira.

terça-feira, 25 de março de 2025

A cidade do atraso - Por Antonio Morais.

Cheguei no Crato, esta cidade abençoada por Nossa Senhora da Penha, em Fevereiro de l969. Fiz minha matrícula no Colégio Estadual Wilson Gonçalves.

Aqui estudei, me formei em "Ciências Econômicas", especialidade que nunca exerci. Constituir família, exerci minha vida profissional, e, daqui não pretendo ir embora. Considero-me um filho adotivo de "Nossa Senhora da Penha".

A única coisa que não trouxe comigo de minha terra "Várzea-Alegre" e deixei lá foi o meu domicilio eleitoral. Não tenho responsabilidade pelo sucesso ou fracasso da cidade do Crato que admiro e quero muito bem. 

Como um exímio observador, tenho o direito divino de declará que o Crato, nos últimos tempos é a cidade do atraso :  Dá um passo para frente e dois para trás.

Vem um prefeito derruba dois metros da frente de cada edificação da rua Dr. Miguel Lima Verde para alargar a via terrestre e melhorar a tráfico de veículos e de pessoas. 

Distroe e leva ao chão edificações centenárias e memoráveis com visíveis peças, azulejos e acabamentos de origens nobres, europeus. 

Depois vem outro prefeito e alarga a calçada em dois metros deixando a rua como antes era.  

Nada mais claro e concreto do que a falta de planejamento para o futuro : É um destruindo o que o outro fez ou o que já estava feito. 

Se você cratense, que hoje em dia, reside aqui ou fora da cidade observar as ruas Miguel Lima Verde e Dr. João Pessoa, da Praça da Sé até a praça São Vicente verá que a largura da calçada é a mesma da rua com uma única diferença: "A via pública perdeu o encanto que tinha e está vazia de beleza".

Nessa artéria pública que considero o coração pulsante do Crato nada é mais igual como era há três, quatro ou cinco décadas. 

História de sertanejo - Por Antônio Morais.


 Historias de Sertanejos - Antonio Morais.

O Cacimiro Bento, do Açude Velho, município de Piquet Carneiro, de início, era uma pessoa normal. Casou-se, nasceram muitos filhos, porém depois de quarenta anos, apareceram uns problemas e ficou amalucado. Não era totalmente débil mental, mas, muito ingênuo mesmo. As conversas dele não tinham pé nem cabeça. Enviuvou, e passou a morar na casa dos filhos, uns dias na de um, outros dias na casa de outro, e assim por diante.

Quando se encegueirava por uma coisa não tinha quem o arredasse. No começo da década de 1940, cismou de ir passar uns meses na casa de uma filha em São Paulo. Insistiu até arranjarem dinheiro para ele viajar, àquela época de navio, em companhia de pessoas conhecidas. Passou por lá um ano ou mais e, de novo, começou a insistir para voltar. Era no quente da segunda grande guerra, de vez em quando se sabendo notícias de navios afundados pelos alemães, por isso, a filha temia em deixar seu pai viajar de navio, pois, naquele tempo não havia outro meio de transporte, porém, insistiu tanto que o jeito foi ela concordar embora sabendo do grande perigo.

Arranjou passagem, embarcou ele no porto de Santos e telegrafou para a família. Aconteceu que com oito ou nove dias de viagem o navio foi torpedeado. Correu a notícia: “o navio que Cacimiro viajava afundou e não se salvou ninguém”. A família em Piquet Carneiro quando soube, ficou muito aflita e botou luto. Passados uns dois ou três anos, eu estava um dia hospedado na casa do meu parente, o Chico do Zeca, em Fortaleza, saí pra rua e quando voltei avistei o Cacimiro bem sentado na casa onde eu estava hospedado, e sem querer acreditar, perguntei: “É o Cacimiro Bento mesmo?” E ele com aquela mesma cara de pateta, só fez dizer “éééé”.

Ai fomos quebrar cabeças para saber como foi que ele se salvou do naufrágio do navio. Ele contou uma estória que quase não acabava mais e no final tiramos à conclusão de que o caso aconteceu mais ou menos assim: quando o navio chegou ao Rio de Janeiro demorou um pouco; o Cacimiro então saiu e foi pedir para um rapaz desconhecido trocar uma cédula de dez mil réis; o rapaz respondeu que não podia, mas, se ele quisesse ia ali trocar o dinheiro e voltaria já; ele concordou e depois de esperar muito pelo rapaz, faltou à paciência e saiu para procurá-lo na rua; nem encontrou e nem acertou mais voltar; começou a se lastimar de rua em rua, até que um senhor se compadeceu e o levou para a casa, onde ficou trabalhando, zelando o jardim; depois, este mesmo senhor arranjou uma passagem e o mandou para o Ceará, visto que a guerra já havia terminado.

Passou mais de três anos na casa desse senhor. No dia seguinte viajávamos de trem para o interior, sentados na mesma cadeira, e de vez em quando eu o notava querendo rir. Perguntei-lhe porque estava rindo e ele respondeu: “maginano, quandeu chegá lá, o avoroço do povo cum medo deu”....

Orson Scott Card - O pensador.

"Se os porcos pudessem votar, o homem com o balde de lavagem seria sempre eleito, não importa quantos porcos já houvesse abatido".

CARIRIENSIDADE (por Armando Lopes Rafael)


Caririenses ilustres: Padre Francisco Gonçalves Pita

      Nasceu em Missão Velha, no dia em 29 de maio de 1895, filho de Fenelon e Julieta Gonçalves Pita. Em 1909 vamos encontrá-lo estudando no Seminário São José de Crato. Depois foi aluno do Seminário da Prainha, em Fortaleza. Recebeu a ordenação presbiteral em 27 de fevereiro de 1921. Foi logo nomeado Vigário da Paróquia de São Vicente Férrer, de Lavras da Mangabeira, onde permaneceu até dezembro de 1936, retornando a Crato. 

       Quando de um dos fechamentos do Seminário São José, funcionou naquele edificio  o Ginásio São José. Fechado este, Pe. Francisco Pita, com recursos próprios e ajuda dos pais que eram pessoas ricas em Missão Velha, adquiriu um prédio na esquina da Avenida Duque de Caxias com Rua Nelson Alencar e lá fundou e fez funcionar o antigo Ginásio do Crato. Ali, Pe. Francisco Pita  lecionou Geometria, Álgebra, Aritmética, História Natural Física e Química.

       Tempos depois, foi aprovado para ser professor do Colégio Militar de Fortaleza. Deixando Crato,  vendeu o seu Ginásio à Diocese, o qual passou a se chamar Colégio Diocesano de Crato
       Em Fortaleza, foi capelão do Colégio Militar  e da igreja de São Pedro. Primeiro pároco da nova Paróquia de Santa Luzia (fundada em 13.03.1942). Ensinou língua portuguesa do Colégio Militar. Recebeu o título de Monsenhor, que lhe foi  concedido pelo Papa Pio XII. Faleceu na capital cearense, em 23.11.1969, vítima de atropelamento. É patrono da Cadeira de nº 16 do Instituto Cultural do Cariri, com sede em Crato
           
História: sobre o povoamento do Cariri

      Teve início, provavelmente por volta de 1703, o povoamento do extremo sul do Ceará, quando criadores baianos e sergipanos – seguindo o caminho dos rios, que eram então abundantes – chegaram a esta região. Vinham, com seus rebanhos, pela ribeira do Rio Salgado e Riacho dos Porcos. Alguns se fixaram inicialmente na povoação de São José dos Cariris Novos, atual cidade de Missão Velha.
             Primitivo engenho de rapadura do Cariri
    
  Donde se conclui que a primeira exploração econômica do Cariri foi a pastoril. Somente por volta de 1718 (para alguns historiadores), ou 1738 (para outros), descobriu-se a vocação canavieira desta parte do Ceará, graças às amostras de cana-de-açúcar trazidas, provavelmente, da Bahia ou da Zona da Mata de Pernambuco. Teve início, naquele momento, a predominância da agricultura, sobre as atividades pastoris no Cariri cearense.

A presença de famílias da Província de “Sergipe del Rey” nessa povoação
 Antigo Brasão de Armas de Sergipe del Rey, na época da dominação holandesa

      É da lavra do Monsenhor Francisco Holanda Montenegro o melhor escrito sobre a presença de famílias sergipanas na povoação do Cariri. No livro “As Quatro Sergipanas”, Mons. Montenegro deixou para a posteridade suas pesquisas e interessantes descobertas. E fê-lo arrimado em alentados dados históricos, onde prova que nas linhagens da “Gens Caririenses” estavam troncos familiares provenientes da então Província de Sergipe del Rey. 

      Bastaria recordar aqui a ascendência do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro – o “Contrarrevolucionário do Cariri de 1817”, considerado, também, o fundador da cidade de Juazeiro do Norte. O lendário Brigadeiro Leandro era filho do sergipano Antônio Pinheiro Lobo e Mendonça e da pernambucana Joana Bezerra de Menezes. Descendia ele – em linha direta – do português Diogo Álvares (que ficou conhecido pelo nome de "Caramuru") e da índia Paraguaçu (convertida ao catolicismo e batizada em 1528, na Catedral Saint-Malo, na França, com o nome de Catherine du Brésil). Reza a tradição ter sido esse o primeiro casal cristão brasileiro. O livro de Mons. Montenegro, no entanto, tem vasto inventário de outras famílias sergipanas que povoaram o Cariri cearense.

Sobre o Brigadeiro Leandro

Livro "As Quatro Sergipanas", da lavra de Monsenhor Francisco Holanda Montenegro

         Monsenhor Francisco Holanda Montenegro, no seu livro "As Quatro Sergipanas", descreve assim o perfil moral do fundador de Juazeiro do Norte: “... a relevar o nome do mais ilustre dos cratenses, o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, o nume tutelar dos Bezerra de Menezes do Cariri. Ele se tornou grande, primus inter pares, pela retidão de caráter, pela nobreza de sentimentos, pela vida exemplar de que era dotado. Homem de Deus, espírito límpido e transparente, franco, sincero, leal. A par de sua honestidade, corriam parelhas a prudência, o equilíbrio e o bom senso."

    O Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro nasceu no sítio Moquém, zona rural de Crato, em 5 de dezembro de 1740. A historiadora Amália Xavier de Oliveira (uma das primeiras a defender o Brigadeiro como fundador de Juazeiro do Norte) argumentou que isso ocorreu porque, dentre suas várias propriedades rurais, o Brigadeiro escolheu uma delas para viver seus últimos dias. Era a Fazenda Tabuleiro Grande, (localizada onde hoje se ergue a cidade de Juazeiro do Norte) assim descrita por Amália:

As extensas terras do Brigadeiro Leandro

    Juazeiro do Norte em 1827, numa pintura da artista plástica Assunção Gonçalves. A casa com pequeno alpendre e um banco na frente, era a casa do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro.

   Conforme a escritora Amália Xavier de Oliveira: “... imensa extensão de terra, partindo do município de Crato e espraiando-se em direção à serra de São Pedro, era a Fazenda Tabuleiro Grande, pertencente ao Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e que, portanto, fazia parte da gleba de terra do engenho Moquém que seus avós doaram aos seus pais como dote, quando eles se casaram. O ponto mais pitoresco da fazenda era uma ligeira elevação do terreno, próximo ao rio Salgadinho, onde havia três grandes juazeiros, formando um triângulo e sobressaindo, entre os demais, pelo tamanho de sua fronde e pela beleza do verde de sua clorofila. Sob esta fronde acolhedora, procuravam abrigo os viajantes feiristas, que, de Barbalha, Missão Velha e outras imediações se dirigiam a Crato para vender seus produtos e comprar mantimentos para a semana (...)

Como Juazeiro do Norte surgiu

       E continua Amália: "Ordenara-se Sacerdote o Pe. Pedro Ribeiro de Carvalho, neto do brigadeiro, porque filho de sua primogênita, Luiza Bezerra de Menezes e de seu primeiro marido, o Sargento-mor Sebastião de Carvalho de Andrade, natural de Pernambuco. Para que o padre pudesse celebrar diariamente sem lhe ser necessário ir a Crato, Barbalha ou Missão Velha, a família combinou com o novel sacerdote a ereção de uma capelinha, no ponto principal da Fazenda perto da casa já existente".

    Em 15 de setembro de 1827 foi lançada a pedra fundamental da capelinha de Nossa Senhora das Dores. Assistiu a essa solenidade o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, aquela época caminhando para os 87 anos de idade. A imagem de Nossa Senhora das Dores, destinada à capelinha, foi adquirida pelo brigadeiro em Portugal e ainda hoje é conservada, em excelente estado, na Casa Paroquial de Juazeiro do Norte.

Fato histórico pouco divulgado: Padre Cícero era um “Bezerra de Menezes”

      Também o Padre Cícero Romão Batista tinha ascendência sergipana.     
Deve-se aos pesquisadores Renato Casimiro e Daniel Walker a constatação de que, dentre os ancestrais do Padre Cícero Romão Batista, alguns são do clã Bezerra de Menezes. Num livro escrito por esses dois historiadores (“A Família Bezerra de Menezes”, ABC Editora, Fortaleza, 2011) consta: 

“Alguns ancestrais do Pe. Cícero pertenciam à família Bezerra de Menezes. Quem lê estudos mais aprofundados sobre a biografia de Cícero Romão Baptista, o padre secular que revolucionou a Povoação do Joaseiro, entre 11 de abril de 1872 – quando chegou na povoação, e 20 de julho de 1934, quando falece – deve ter encontrado alguns destes registros. As suas tetravó e trisavó maternas, respectivamente, Petronila Bezerra de Menezes e Ana Maria Bezerra de Menezes, filha de Petronila, eram relacionadas por genealogistas como oriundas da contribuição étnica da família, dos troncos existentes entre velhos povoadores da Bahia, de Pernambuco e de Sergipe especialmente.

        No desenvolvimento genealógico desta família, agora é oportuno salientar que, o nono filho do casal Bento Rodrigues Bezerra e Petronila Velho de Menezes, se não teve uma grande importância no povoamento do Cariri, menor não é o significado de sua descendência, especialmente, para Juazeiro do Norte, pois representou o berço do patriarca na extensa Nação Romeira, o reverendíssimo Padre Cícero Romão Baptista. Assim:

1.    João Bezerra de Menezes matrimoniou-se com Maria Gomes, e foram pais de:
2.    Petronila Bezerra de Menezes que casou com o Cap. João Carneiro de Morais, e geraram:
3.    Ana Maria Bezerra de Menezes, que desposou o Cap. Francisco Gomes de Melo, pais de:
4.    José Gomes de Melo, capitão, de cujo enlace com Ana de Farias, tornaram-se pais de:
5.    Vicência Gomes de Melo, que uma vez casada com José Ferreira Castão, foram pais de:
6.    Joaquina Vicência Romana (ou Joaquina Ferreira Castão – Dona Quinô), de cujo casamento com Joaquim Romão Baptista Mirabeau, foram pais de:
7.    Padre Cícero Romão Baptista”.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Primeiro carro do Crato - Por Antonio Morais.

O comerciante Manoel Siqueira Campos, nascido em Porteiras - Ceará, se estabeleceu no Crato no início do Século XX, após conseguir grande fortuna trabalhando em Triunfo - Pernambuco.

No dia 29 de Setembro de 1919, ele trouxe o primeiro automóvel para o município, comprado em Recife, no Pernambuco, sua chegada fez história na Princesa do Cariri, atraindo muitos curiosos.

Antes disso, criou a primeira "Fábrica de bebidas" da região. 

O empresário, por conta própria, construiu os primeiros calçamentos das ruas centrais da cidade e ajudou os flagelados da seca de 1915 que chegavam aos campos de concentração na região. Especialmente no Muriti - Crato.

A praça erguida em sua homenagem resiste ao tempo firme, altaneira e bela, porém o busto em sua homenagem foi retirado, não se sabe que fim levou.

Lamentável.

José Raimundo Nonato de Morais (Zezinho Bilé) - Por Tibúrcio Bezerra de Morais Neto.

Nasceu nas Panelas e era filho de Raimundo Bilé (Raimundo Nonato de Morais), latifundiário. cujas terras estendiam-se até o sítio Coité. 

Quando solteiro, viveu no Amazonas, onde aprendeu muita coisa. Retornando a Várzea Alegre, foi professor particular e casou-se com Isabel Alves de Morais, filha de Vicencinha do Rosário. Ela, herdeira de boas terras que partiam do Rosário e confinavam com o Coité. 

Ele; herdeiro do Coité, onde se estabeleceu. Lá construiu açudes e montou engenho de rapadura. Homem muito honrado e operoso, tornou-se uma referência política. Dividindo o tempo entre as atividades rurais e a casa que construiu na praça da igreja, foi guindado ao honroso (na época) cargo de Intendente, no qual permaneceu de 14 de outubro se 1898 a 20 de março de 1912. 

Portanto, mais de 13 anos. Nessa época, despontava Antônio Correia, mais político e muito ardiloso. Zezim Bilé não era de confusão. No silêncio da sua modéstia, afastou-se da vida pública, mas teve que enfrentar ainda algumas enrugas com o desafeto já Cel, Antônio Correia Lima, cuja história bem retrata o ímpeto do coronelismo no sertão. 

Zezim Bilé era o meu bisavô e dele sempre ouvi estórias edificantes. Fábio Pimpim era amigo dos dois e habitualmente frequentava as duas casas. Contava que, numa certa ocasião, em conversa com Padrinho Zezim, (assim era chamado em família) este lhe fez um pedido. Já se sentindo velho, sugeriu ele: Fábio, eu e Antônio Correia estamos velhos e não há mais sentido de continuarmos intrigados, pois já estamos perto é de morrer. E Fábio adorou a sugestão. Mas não foi feliz na missão. À sua proposta Antônio Correia foi taxativo: Fábio, a proposta é interessante, mas deixe Zezim pra lá e eu pra cá. 

Sem acordo, portanto. Resultado: No mesmo ano faleceram os dois. Zezim Bilé no dia 18 de fevereiro e Antônio Correia no dia 30 de março de 1939. Era assim a política antigamente. Hoje Correias e Morais mantêm-se amigos e não guardam ressentimentos pelo que aconteceu nos primórdios.

domingo, 23 de março de 2025

FALTA DE VERGONHA SE DÁ COM A CORRUPÇÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Foi-se o tempo do "onde-já-se-viu?". Não há mais vergonha de ser sem vergonha.

É comum se ouvir: "Qual a vantagem de ser honesto e morrer liso?"

Quanto à essa história de palavra dada, é coisa do tempo em que terra era habitada por dinossauro.

Corrupção pouca, não vale. Tem que ter volume.

A perda de valores morais é exibida como virtude. E haja emendas.

Não se deve sonhar com depuração moral. Nada de pruridos, "em se corrompendo tudo dá".

Escândalo! Que escândalo coisa nenhuma, meu patrão.

"A roubalheira está no ar". Este é o anúncio sonoro que faz bem a muitos ouvidos.

Cairia bem, nessa hora, uma campanha ufanista com o slogan "A Corrupção é Nossa"

E ninguém toma, acrescente-se.

sábado, 22 de março de 2025

Merval Pereira - O Globo.

O jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo, dedicou sua coluna, nesta quinta-feira (20), à análise da condução econômica deste terceiro mandato de Lula à frente do Palácio do Planalto. 

Para o cronista, “Lula repete governo Dilma, que quebrou o país”.

O texto observa que o “PT tem uma visão desenvolvimentista inconsequente”, e destaca que o mercado financeiro não acredita na capacidade desta gestão em recuperar perdas produzidas por essa mesma administração.

EDITORIAL: O Estadão.

"Isso não é justiça" – Na tarde de ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou para condenar a sra. Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão. 

A cabeleireira de Paulínia, cidade do interior de São Paulo, não cometeu um crime de sangue. Tampouco aplicou um grave golpe na praça ou desviou milhões de reais em recursos públicos, como tantos que caminham livremente pelas ruas País afora. 

Armada com um batom, a ré pichou, na estátua da Justiça em frente à sede da Corte durante os atos golpistas no 8 de Janeiro, os dizeres “Perdeu, mané” – uma referência à infeliz frase dita pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a um bolsonarista que o admoestou em Nova York, em novembro de 2022. 

No mundo da justiça e da sensatez, foi este, e apenas este, o seu crime.

Luiz Inácio, o pajé - Por Heloisa Helena.

O ex-presidente Lula é um "gângster" ele chefia uma organização criminosa, capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela sua frente ameaçando o seu projeto de poder.

Heloisa Helena.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Padre Davi Moreira - Portagem do Antonio Morais.



Padre Davi Moreira.

Filho do farmacêutico, Augusto Moreira e da doméstica, Raimunda Moreira, Davi Augusto Moreira nasceu em 19 de Janeiro de 1910, em Quixará atual Farias Brito.

Iniciou seus estudos no Seminário em 1925, sendo ordenado em solenidade na Sé Catedral do Crato no dia 24 de Fevereiro de 1934, celebrando sua primeira missa em sua terra natal no dia seguinte - 25, onde mais tarde foi vigário de 1938 a 1939.

Em 1946, foi nomeado vigário cooperador do Quixará, onde seu irmão Ágio Moreira era vigário.

Padre Davi destacou-se sobretudo pela atuação na área da educação como prefeito de disciplina e professor no Seminário São José, em Crato, além de professor no Colégio Diocesano, diretor e professor do Instituto São Luiz, em Parnaíba Piauí e professor do Liceu do Ceará.

Foi também autor do hino da Imaculada Conceição padroeira de sua terra natal.

Faleceu aos 62 anos, em 12 de Setembro de 1972, em Fortaleza.

Impopularidade deixa Lula como barata tonta - Por O Antagonista.

Lula nunca foi pródigo por muitas características: sinceridade, honestidade intelectual, zelo no trato da coisa pública, coerência… Claro que não só, até porque, suas condenações penais por corrupção e lavagem de dinheiro, posteriormente anuladas por casuísmos jurídicos, sem jamais inocentá-lo no mérito, o retratam como um todo. Mas, dentre tantas e tamanhas faltas de qualidade, talvez uma, a incoerência, seja a mais  ou das mais – marcantes.

No início do seu segundo mandato, lá pelos idos de 2007, confrontado por suas posições antagônicas, a sedizente “alma mais honesta desse país” declarou: “Eu não tenho vergonha e muito menos tenho razão para não dizer que eu mudo de posição e há muito tempo eu digo que prefiro ser considerado uma metamorfose ambulante, ou seja, mudando à medida que as coisas mudam”. À época, a tentativa medíocre de versão de Raul Seixas defendia a volta da CPMF – imposto sobre movimentações financeiras que, até então, sempre havia combatido.

Lula é daqueles que, em público, demoniza banqueiros e grandes empresários, mas, no privado, farta-se em suas companhias de jantares regados a Romanée-Conti, carnes de caça e charutos cubanos. Igualmente, o pai do Ronaldinho dos Negócios, presidente da República pela terceira vez, invoca a imagem de homem simples, do povo, enquanto dorme em palácios e hotéis estrelados, sobre colchões tamanho king size, envoltos em lençóis egípcios de 1.200 fios. Obviamente, com o dinheiro dos pobres que jura defender.

Fora da casinha?

Recentemente, atordoado pelos sucessivos jabs (diretos no queixo), desferidos pelas pesquisas de opinião, o chefão petista perdeu completamente o prumo e vem comportando-se  em palanques eleitorais disfarçados de eventos públicos – como verdadeira barata tonta. 

Entre distribuição de dentaduras e fraldas geriátricas; incremento do crédito e aumento de verbas de programas sociais e outras medidas eleitoreiras, Lula tem apelado à toda sorte de impropérios.

Já chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “covardão”; atacou diversas vezes o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; culpou os empresários pelos preços altos dos alimentos; acusou o mercado financeiro de especular contra o Brasil e até para um ladrão imaginário sobrou uma de suas falácias: “Alguém está sacaneando as galinhas. Nós queremos encontrar quem é o pilantra que aumentou o ovo tanto… um ladrão que passou a mão no direito de comer ovo do povo brasileiro.”

O diabo, para ele, claro, é que, quanto mais fala, mais cresce sua desaprovação. Até porque, as incoerências são tantas e tão grotescas, que a falsidade das palavras salta aos olhos. Atacando Jair Bolsonaro mais uma vez, Lula bradou: “Ele só sabia mentir na televisão, só sabia destilar ódio. Eram 11 mentiras por dia e ofender as pessoas. E mentindo ainda que era religioso, porque quando a gente é religioso de verdade, não usa o nome de Deus em vão. A gente só usa quando é necessário”. Mas o mesmo Lula, todos sabemos, é useiro e vezeiro em recorrer a Deus: “Então eu resolvi investir em educação e, com a graça de Deus, com o milagre da fé, eu sou o presidente que mais fiz universidades nesse país, que mais fiz escolas técnicas nesse país.”

Roubar celular pode?

Ontem, quarta-feira, 19, no Ceará, em mais um ato político, acreditem ou não os amigos leitores, até mesmo contra ladrões de celular a “biruta de aeroporto” vociferou: “A gente não vai permitir que os bandidos tomem conta do nosso país. A gente não vai permitir que a república de ladrão de celular comece a assustar as pessoas na rua desse país“. Ora, ora, ora… O mesmo Lula que, em outras oportunidades, se manifestou de forma totalmente contrária, conforme mostrou O Antagonista:

“É uma coisa que está intimamente ligada. Ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, a uma casinha, a um emprego, e de repente o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para que ele rouba celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho. Eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança”. E também: “Um jovem que está trabalhando, que recebe um salário e pode comprar um celular bonito como este teu, ele não tem por que assaltar uma pessoa para roubar um celular.”

Eis aí, portanto, a metamorfose ambulante em ação. A continuar assim, caindo nas pesquisas, daqui a pouco Lula passará a chamar o grupo terrorista Hamas de terrorista; o ditador Nicolás Maduro de ditador e até mesmo parar de se autodenominar “a alma mais honesta desse país”. Nada como uma boa dose de realidade, afinal, para colocar as coisas nos devidos lugares.

Politica do Atrazo - Por Antonio Morais.


Cheguei no Crato em Fevereiro de l969. Graças ao meu querido professor Manuel Batista Vieira, Vieirinha fiz matrícula no Colégio Estadual Wilson Gonçalves.

Aqui estudei, me formei em "Ciências Econômicas", atividades que nunca exerci. Constituir família, exerci minha vida profissional, e, daqui não pretendo ir embora.

A única coisa que não trouxe comigo de minha terra "Várzea-Alegre" e deixei lá foi o meu domicilio eleitoral. Não tenho responsabilidade pelo sucesso ou fracasso da cidade que admiro e quero muito bem. 

Como um exímio observador, tenho direito divino de observar que o Crato, nos últimos tempos dá um passo para frente e dois para trás.

Vem um prefeito derruba dois metros da frente de cada edificação da rua Dr. Miguel Lima Verde para alargar a rua e melhorar a tráfico de veículos e de pessoas. 

Destruiu edificações centenárias e memoráveis com visíveis peças, azulejos e acabamentos de origens europeus. Depois vem outro prefeito e alarga a calçada em dois metros deixando a rua como antes era. 

Nada mais claro e concreto a falta de planejamento : É um destruindo o que o outro fez ou o que já estava feito. 

Se você cratense que, hoje em dia, reside fora e longe da cidade observar a foto da atual rua Miguel Lima Verde verá que a largura da calçada é a mesma da rua com uma única diferença: "A via pública perdeu o encanto que tinha e está vazia de beleza".

quinta-feira, 20 de março de 2025

Memória do passado - Por Antônio Morais


Olira de Antônio Belo, vestindo um modelito idealizado por Dona Balbina Diniz. Festa de São Raimundo, inicio anos 40 do século passado.

Em 1932, o nordeste brasileiro se abateu com a maior seca do século passado. O governo criou "campos de concentração" em algumas localidades do estado, entre as quais Crato e Senador Pompeu. Abriu frentes de serviço para construção  de açudes e barragens.

O Estreito, hoje Lima Campos. foi a obra que reuniu o maior contingente de retirantes da região sul do estado. 
Antônio Belo, deixou a Serra do Kinkunkar, no Quixará, deslocando-se para o Estreito com toda família. Viagem peregrina, penosa, a pé.
Terminada a construção da barragem, e aproximando-se um novo inverno, Antônio Belo tratou de retornar ao Kinkunkar. 
Quando passava pelo Sanharol, se arranchou na casa de João do Sapo, conhecido das idas e vindas com as boiadas para Fazenda Pitombeira. Reclamava do tempo, não havia disponibilidade para preparar as terras  para um novo plantio.

João do Sapo acabara de se mudar com  a família para o chalé construído pelos mestres Joaquim Piau e Antônio de Sousa, o solar Luiz Menezes. Portanto a casa desocupada estava disponível. 
Antônio Belo e família ocuparam a casa cujas "cajaraneiras" ainda existem como testemunhas, no exato local onde fica, hoje em dia, a residência do Dr. Menezes Filho.
Entre os filhos de Antônio Belo ouvir falar muito do Júlio e Olira, foto acima. Viveram no Sanharol por muitos anos. Fizeram grandes amizades. Retornaram para Farias Brito onde voltaram a viver no seio familiar.

Pela foto concluiu-se fartamente que não era apenas o velho Antônio que era belo, Olira também era. De 1935 a 1942, Olira foi a babá do meu amigo Raimundo Menezes. 
Que não deixemos a história  do Sanharol cair no garrafão da vala perversa e profunda do esquecimento.

AZEDUME, EU LÁ SABIA DISSO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


A NASA anunciou que o aumento do nível do mar global não se dá apenas pelo derretimento das geleiras, mas, também, por um fenômeno chamado "expansão térmica". 

O principal gatilho desse fenômeno é o aquecimento global. As altas temperaturas atmosféricas afetam os oceanos, a água deles se torna mais quente e seu volume se expande.

O Mundo ia se acabar e ficaríamos sem saber um negócio desse.

MISÉRIA HUMANA.

Com o aquecimento global se juntando aos problemas já existentes dos povos pobres do Mundo, dá para imaginar o desfecho trágico.

Se não cuidarmos uns dos outros, a vida ficará por um fio.

A fome e a doença se ampliarão, diante dos olhos que naturalizam a miséria humana.

CÃO NOS COUROS.

Os ladrões matam para roubar celulares. 

Motorista de Uber nocauteia senhora que derrubou farelo de biscoito em seu carro.

É tudo verdade.

FRASE.

Com o tempo, surge o mito. Nele, o mito torna-se realidade. Dando-se mais um pouco de tempo ao tempo, a verdade aparecerá.

Luiz Fernando Veríssimo.

quarta-feira, 19 de março de 2025

Monsenhor Ágio Augusto Moreira - Por João Teófilo Pierre.

Exemplo de vida eclesiástica, exemplo de professor, exemplo de serviço a Deus e à igreja, exemplo de promotor social para aqueles que lhes foram entregues, exemplo de cidadão e defensor da cultura popular, exemplo de orientador espiritual, exemplo de cristão conforme a boa nova que Cristo pregou.

A “terra arrasada” de Lula - O antagonista , Ibaneis Rocha.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), preferiu não ir à cerimônia de posse da cúpula da OAB por causa do petista.

Apesar de ter sido convidado para a cerimônia de posse da cúpula da OAB na segunda-feira, 17, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), preferiu não ir ao evento, o qual contou com a participação dos chefes dos Três Poderes.

O motivo da ausência foi a “terra arrasada” deixada pelo presidente Lula. “Não piso na terra arrasada do Lula”, afirmou Ibaneis à Folha de S.Paulo.

O Metrópoles publicou a mensagem enviada por Ibaneis ao presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, para lhe comunicar que não iria ao evento.

“Presidente, desejo a vc toda felicidade nesse seu segundo mandato à frente do CFOAB, desde já sabendo que será um grande sucesso para advocacia brasileira. Infelizmente, não poderei participar do evento. Fiz um compromisso comigo que não piso em território que o presidente Lula esteja presente, pelo menos até que ele se retrate por ter me acusado, de forma leviana, de ter sido cúmplice do Bolsonaro no 8/1. Felicidades e conte sempre comigo.”

Cúmplice?

Em um documentário exibido em 2024 pela Globonews sobre os atos de 8 de janeiro, Lula atacou Ibaneis.

“Ele é cúmplice disso, concordou com isso, negligenciou, não agiu corretamente. Ele não cuidou que a polícia cuidasse das coisas que estavam acontecendo durante todo o período, todas as manifestações, uma semana antes, uma semana depois. Ele era conivente com o caso.”

Para o governador do Distrito Federal, o petista o acusou de “forma leviana” de ser cúmplice de Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por liderar uma trama golpista.

Investigação sobre Ibaneis é arquivada.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou a posição da Procuradoria-Geral da República e determinou o arquivamento das investigações sobre o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Defiro arquivamento deste inquérito em relação às condutas de Ibaneis Rocha”, declarou Moraes.

A PGR entendeu que os fatos apresentados no processo não forneceram elementos suficientes para a continuidade do inquérito criminal contra o governador.

“Esgotadas as diligências viáveis e sem outra linha investigatória idônea, a partir dos elementos de informação produzidos até o momento, os fatos relatados não revelam justa causa hábil a autorizar o prosseguimento da persecução penal contra Ibaneis Rocha Barros Júnior”, escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

terça-feira, 18 de março de 2025

NA MEDIDA, ENVELHECER SÓ É MELHOR QUE MORRER - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Um dia você caminha, trota, agacha. No outro, dói tudo. "Partiu, velhice".

Não importa saber se o envelhecimento mais rápido ocorreu a partir dos 44 anos.

Às vezes, a indisposição se dá até para escovar os dentes. Fadiga de material.

Não precisa dizer que a paciência vai para o espaço sem a necessidade de rampa de lançamento.

Tal qual aquela musica: "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu".

CUIDAR DO OUTRO

Nascemos para cuidar do outro. Quando isso ficou fora do alcance de Gene Hackman e da esposa, Betsy Arakawa, os dois morreram.

ESPIRITO DO MAL

Nada mais deplorável que amealhar vantagens com a desgraça alheia. É o que certos líderes do Mundo fazem com naturalidade.

NOVIDADES

Fortaleza e Ceará jogaram o último clássico como se o passe, o drible e a organização de jogo fossem novidades na prática do futebol.

CIENCIA E ARTE

A grande mudança no futebol se deu quando a ciência se antecipou à arte.

FRASE

"No futebol é assim, se o treinador andar sobre as águas, vão dizer que ele não sabe nadar". Berti Vogts, lateral alemão, campeão do Mundo em 1974.

segunda-feira, 17 de março de 2025

HISTORIAS DE JOÃO DINO - EXPLICAÇÃO DE BEBADO.

Ano 1970. Minha quase bicentenária Icó-CE (169 anos de fundação), além das significativas mudanças de sua geografia, decorrentes da construção da BR 116, enfrentou uma verdadeira revolução em todos os aspectos. O dinheiro circulava em grandes quantidades. Empreiteiros de obras intermediavam serviços. Proprietários de apenas um caminhão, para atender a demanda do transporte de areia, pedras, barro, cimento, madeira, pessoal etc., trabalhavam três turnos ininterruptamente.

Ninguém tinha certeza de que amanhã estaria empregado ou prestando serviços. A regra era única: vamos aproveitar a oportunidade e ganhar dinheiro.

Num sábado à tarde, finalzinho do expediente, o caminhão de João Pereira transportava a última carrada de pedra da semana, quando distante da Cidade uns cinco quilômetros a barra de direção quebrou. O veículo desgovernado tombou num abismo e os 5 trabalhadores que estavam sobre a carroceria foram esmagados. Morreram todos no local do acidente.

A cidade ficou de luto. O clamor era geral. Cinco velórios em diferentes ruas. O nosso pároco Pe. Macedo, o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores a toda hora adentravam as residências para tentar confortar os familiares. Minha boêmia cidade ficou triste, enlutada.

Paralelo a esse acontecimento, Germano Clementino, o melhor técnico em eletrônica da Cidade e Iran de Antonio Pedro, o motorista de caminhão da confiança do seu patrão, o Empresário Almir Alencar se reencontraram, e para atualizar as fofocas da Cidade começaram a tomar umas cervejinhas no bar de Genebaldo.

Dalí pegaram uma carona e foram tomar banho no açude do Distrito de Lima Campos. E tome cerveja, tome pinga, tome vodka e outras coisinhas mais.

Perto deles alguém comentou que o açude de Orós estava sangrando e eles deram um pulinho para assistir o verdadeiro espetáculo que é aquele monumento construído pelo Presidente Juscelino Kubitschek, quando acumula uma lâmina de 3 metros d’água rumo ao Vale do Jaguaribe.

Solidários aos familiares das vítimas do desastre do caminhão, ninguém estava sentindo falta desses dois cristãos em suas casas.

E eles dois também não chegaram a ser informados sobre esse trágico acidente, porque já estavam na farra quando tudo aconteceu.

Domingo à tarde, depois dos enterros das vítimas, apareceram na Rua Larga do Bairro do Rosário, cenário da maioria das minhas histórias, bêbados de não prestar, sujos, descabelados, lisos, sem lenços e sem documentos, Iran rebocando Germano.

A fim de desocupar uma mão para bater na porta Iran teve que escorar Germano na parede porque ele não conseguia nem ficar de pé. E ele batia na porta chamando a mulher de Germano para colocá-lo dentro de casa.

Finalmente a parte de cima da porta se abriu. A esposa contemplou aquela cena e se deu conta do que estava acontecendo. Viu com os seus próprios olhos a situação em que se encontrava o homem que diante do altar ela jurou amar e respeitar por toda a sua vida.

Que tristeza. Que decepção. Na presença dos curiosos da rua, a calçada cheia de gente, os meninos empurrando aqueles dois bêbados, puxando o fundo das calças.

Germano não podia fazer qualquer movimento. Mas Iran ainda gritava: Vão pro inferno magote de diabos... Ouvindo isso a meninada vaiava, jogava terra. Pense numa palhaçada. Nessa tarde, se Boro tivesse aberto o cinema do Teatro Municipal para fazer a sessão matinê, não teria apurado nem o dinheiro de pagar o aluguel da fita a Expedito Costa da Paraíba.

Eu estava no patamar da Igreja assistindo tudo. Do meu lado Manel Guabiraba em tempo de morrer de rir vendo aquela presepada. Acionei o “REC” da filmadora que existe dentro da minha cabeça. Nesse momento eu vou acionar a tecla “PLAY” e repetir para vocês, sem acrescentar nem uma palavra, o que eu ouvi a esposa de Germano dizer (É bom lembrar que ela havia chegado da missa de corpos presentes e ainda estava com o rosário na mão): Oh meu glorioso Senhor do Bonfim... Vós sois tão poderoso... Tão onipotente... Como vós permitis... Vira um caminhão, morrem cinco pais de família, no final de mais uma semana de trabalho, em pleno cumprimento do dever para ganhar o sustento de seus filhos... Porque vós não levastes dois insetos desses que não servem prá nada no mundo...

Nessa hora Iran segurava Germano com as duas mãos por debaixo dos sovacos. As pernas dele estavam dobradas, a calça caindo e a cabeça escornada na altura da barriga do amigo. Fazendo muito esforço ele conseguiu levantar a cabeça. Direcionou os olhos no rumo da porta onde a mulher estava fazendo esse mini sermão. Eu tenho testemunhas. Todo mundo ouviu quando ele com a voz imprensada entre a língua, os dentes e os beiços explicou: “Como era que nós ia morrer se nós num tava nem perto do caminhão que virou....”

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS




Um momento você tem falta. No momento seguinte você tem excesso. Um dia você não tem nada para fazer.  No dia seguinte você nem tem tempo para fazer tudo. Um dia a geladeira está vazia e você está com fome. No dia seguinte você ainda tem metade da refeição à sua frente e você já está satisfeito. Um mês você tem dinheiro de sobra e nem sabe o que comprar. No mês seguinte você tem déficit na conta bancária e um cheque sem fundos. Um momento você está cheio de energia e não consegue dormir. No momento seguinte você está cansado e não consegue levantar. Um dia você é o centro das atenções. No dia seguinte ninguém quer saber se você está vivo. São as ondas da vida.

Carregam-nos para cima e para baixo. Dinheiro, amigos, seu corpo, seus relacionamentos, seu trabalho, e todo o resto da lista, tudo varia. Tudo vai com as ondas.  Os comerciais fazem você acreditar que tem que ter o carro novo ou a tevê de tela grande. Sim, estas coisas podem excitá-lo por um momento, mas é somente uma onda. Quando menos esperar, a emoção se foi. Eu sempre achei que o dinheiro e as coisas que ele compra trouxessem a felicidade, e então todas as pessoas ricas seriam felizes.

Mas não é assim. Nós vemos como a pobreza pode facilmente causar a infelicidade, mas nos enganamos ao acreditar que o dinheiro resolve todas as coisas. A vida está cheia de coisas e eu não negociaria minha vida com ninguém, nem mesmo o mais abençoado que eu conheça aquele mais rico. É uma coisa após outra, um desafio após outro, uma situação após outra, dia após dia, sem fim...

São ondas... Muitos são lançados às pedras pelas ondas. Alguns, como submarino, mergulham fundo, por baixo das tempestades, em busca da paz.  Alguns simplesmente surfam as ondas e têm muito divertimento. Alguns se afogam.  Você não pode parar as ondas; é a natureza do oceano da vida. Você pode apenas escolher o método que usará para enfrentar.  Você pode ser lançado, como a maioria.  

Você pode se afogar, como muitos.  Você pode surfar e ter todo o divertimento que puder, mas mesmo um surfista se cansa e não tem como dormir sobre uma prancha.  Atravessar estas ondas, de maneira segura e confortável, requer um navio. E esse navio, você não pode tripular sozinho.

Você terá que ter parceiros, verdadeiros companheiros, que possam dividir o trabalho e compartilhar os triunfos. Esses parceiros são as pessoas que sempre estiveram do seu lado, não importando o tamanho da tempestade. Eles enfrentam terríveis vendavais e continuam ali. Às vezes você não os compreende ou não os valoriza, mas eles estão sempre dispostos a erguer você a cada queda. São os companheiros da grande jornada chamada: Vida. Mas, o seu companheiro principal nessa jornada é Deus, você pode até não saber, mas Ele nunca te abandonou à deriva no mar da vida.  

São os alicerces. São a bússola na qual você se orienta. Convoque-os sempre como tripulantes desse navio,

RACISMO ENRAIZADO NO FUTEBOL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

A FIFA e as Confederações a ela filiadas desejam ser vistas como reais defensoras do Fair Play.

Mas, basta observar a incapacidade que demonstram em lidar com problemas mais profundos, como o racismo e a xenofobia de torcedores e jogadores.

Agora mesmo, no caso do jogador Luighi, do Palmeiras, as punições dadas ao Cerro Porteño pela CONMEBOL foram consideradas brandas e ineficazes.

Por essa razão, clubes brasileiros enviaram carta à FIFA, criticando duramente a entidade.

O documento foi assinado pelo alviverde paulista e pelas ligas Forte União e Libra.

Consta um aumento substancial nas punições. Multas pesadas na casa de R$ 2,9 milhões, se não houver identificação do autor da injúria racial. Além de eliminação do torneio, em caso de reincidência.

Pagamos para ver. De posição de fachada, estamos cheios.

domingo, 16 de março de 2025

O filosofo Noventa - Por Antonio Morais.

O filosofo Joaquim Alves Correia, o conhecido "Noventa" transitava nas ruas do Crato com a sua carroça carregada de mercadorias da empresa B. Bezerra e Cia para a rua da Vala onde estava o carro do freguês. 

Ao receber um pagamento irrisório do proprietário pelo serviço prestado não reclamou do valor pago, disse: Uma mão lava a outra!

O camarada debochou : "E as duas mãos lavam o que"?

Noventa respondeu no embalo : "O fiofó da sua santa mãezinha".

Verdades - Por Antonio Morais.

Nunca ajude um lascado sem antes saber porque ele é lascado. Ele pode ser lascado de tanto lascar os outros. 

E, vai lascar você também.

sábado, 15 de março de 2025

Corrupção e ladroagem generalizada - Por Pedrinho Sanharol.

O sistema político brasileiro atual pela sua ação corrupta e putrefata, teme mais um poeta rebelde do que um exército. 

Palavras são fogos, a arte é o isqueiro.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Histórias do João Dino - Por Antônio Morais.

Mandapulão era gabola e bossal demais. A melhor bicicleta, o melhor revólver, o melhor rádio, a melhor mulher, os meninos mais bonitos e mais sarados. 

Tudo dele era melhor.

Quando se aposentou pelo DNOCS em 1972, Mandapulão botou a mudança em cima do caminhão de Seu Lourival e veio morar na Rua das Flores em Juazeiro do Norte.

Conheço essa história porque na época eu cursava o 1º científico no Colégio Estadual Wilson Gonçalves do Crato, e sempre que tinha jogos importantes no Romeirão eu vinha assistir em Juazeiro. E o almoço era sempre na casa dele.

Um belo dia Mandapulão se encontrou com Agamenon Angelim na “Feirinha da Troca”. Local onde são negociados alguns produtos roubados. Nessa feirinha cidadãos se misturam com marginais, nas proximidades do Romeirão. 

Eles eram compadres. E tome conversa. Isso é muito natural. Quando a gente encontra um conterrâneo pelo meio do mundo. O que não falta é assunto.

E Agamenon Angelim se lembrou de umas conversas que se falava muito no Icó, e comentou: Compadre, e sobre os larápios aqui de Juazeiro que tem a mão ligeira e que batem carteiras, que roubam tudo das casas etc, isso é verdade?

Mandapulão respondeu: Tudo mentira compadre. Estou aqui há dois anos e nunca fui roubado. Compadre sabe que eu sou ativo. Eu não dou chance a ladrão. Talvez eles se aproveitam de pessoas abestadas. Eu até duvido que alguém me passe a perna.

Na hora da despedida ele sentiu que a carteira não estava no bolso, e falou: Compadre Agamenon, pague aí essa continha que eu esqueci minha carteira de dinheiro no bolso do meu palitó lá em casa. Inclusive, compadre, quando vier com mais tempo, vá rever sua comadre Luciana. Nós moramos aqui nessa rua, nº tal.

Um rapaz desses desocupados, cheio de tatuagens, estava ouvindo a conversa deles desde o início e teve uma idéia genial: Adquiriu um peru e foi até a casa de Mandapulão. Acionou a campainha, e com a maior intimidade já foi dizendo: D. Luciana, Seu Mandapulão está ali na “Feirinha da Troca”, encontrou com o compadre de vocês, Sr. Agamenon Angelim, lá de Icó, estão tomando umas cervejinhas, e ele mandou esse peru para a senhora fazer o almoço.

D. Luciana estranhou muito essa atitude do marido. Mas mesmo com aquele olhar de desconfiança recebeu o peru e amarrou na perna da mesa. Voltou e fechou a porta.

O educado rapaz tocou a campainha novamente e disse: Ah meu Padim Ciço, como eu sou esquecido. Já ia me esquecendo. Seu Mandapulão falou para a senhora mandar a carteira dele que está no bolso do palitó, dentro do guarda-roupas. 

D. Luciana não teve dúvidas: Entregou a carteira do jeito que estava, com todo dinheiro, aquela gentileza em pessoa.

Pouco tempo depois ele chegou. Ela estranhou e disse: Oh xente. Tu já veio almoçar? Eu ainda nem matei o peru.

Mandapulão: Tá ficando doida? Que peru?

D. Luciana: O peru que você mandou prá fazer o almoço para compadre Agamenon Angelim, lá de Icó. Está aí debaixo da mesa o peru. E tem mais, o rapaz que veio deixar esse peru levou sua carteira de dinheiro para lhe entregar.

Caiu a ficha. Mandapulão pegou ar: Isso é um inferno. Pela primeira vez na vida eu fui roubado. Mas eu vou já pegar o safado que me roubou. Foi alguém dali de perto que estava ouvindo minha conversa com compadre Agamenon.

Botou o revólver na cintura e saiu para a “Feirinha da Troca” a fim de pegar o ladrão e entregá-lo nas mãos da polícia, como se fazia antigamente no Icó.

De volta ao mesmo quiosque ele começou a bradar: Mas rapaz, pela primeira vez na vida eu fui roubado. Um vagabundo foi lá em casa deixar um peru e pegou minha carteira de dinheiro. 

E ficou contando a história e repetindo. Mas eu vou pegar esse cachorro e entregar a polícia.

O distinto rapaz ouviu atentamente a história dele. Colocou um chapéu, um óculos fundo de garrafa, mudou de roupa, e voltou ao mesmo endereço para terminar o serviço. Para Mandapulão criar marra, deixar de ser gabola e de contar vantagem.

D. Luciana mais uma vez atendeu a campainha. O sujeito já foi dizendo: A senhora é a esposa de Seu Mandapulão, cabra valente e destemido de Icó? Preste atenção minha senhora, seu marido está lá na Delegacia da Polícia Civil. Ele pegou o ladrão, recuperou a carteira de dinheiro, deu uma surra no safado, e foi entregá-lo à polícia. 

A confusão lá está grande porque o acusado está negando. Por causa disso o Delegado mandou dizer que a senhora mandasse o peru. O peru vai servir como prova do crime.

D. Luciana rezou por alguns segundos agradecendo a Deus por esse milagre. Desamarrou o peru da perna da mesa e o devolveu ao ladrão.

Para quem nunca tinha sido roubado foi uma boa experiência.

Mandapulão é de saudosa memória. Esse ladrão talvez não tenha consciência do grande trauma que causou ao nosso conterrâneo. 

Na velhice, caducando, Mandapulão ainda relatava esse fato e dizia: Ah se eu tivesse pegado aquele ladrão.

Presidente Itamar Franco - Exemplos e conselhos.


Exemplo:

Quando presidente da Republica o influente senador baiano António Carlos Magalhães ameaçou da tribuna do Senado fazer denuncias de corrupção no governo. O Presidente Itamar convidou o senador para uma audiência em seu gabinete. O senador António Carlos Magalhães aceitou e no horário marcado adentrou o gabinete do presidente e para sua surpresa encontrou vários jornalistas dos mais importantes orgãos da imprensa brasileira. Perplexo ouviu do Presidente Itamar: reunir o pessoal para facilitar o seu trabalho: faça as denuncias. O senador virou um teteu, se retirou do local super aborrecido, é claro que não passava de chantagem, não haviam denuncias serias e com provas. Bem diferente de hoje em dia, quando o presidente ou presidenta se obrigar a ceder as chantagens dos parlamentares por conta de ameaças que lhes causam as praticas da companheirada. Qualquer Sarney, carrega a dama de ferro pela coleira.

Conselhos:

A desesperança do Presidente com o parlamento está neste vídeo gravado a menos de um mês de sua morte.

Plenário do Senado.

Do Posto Regente ao Posto Crato - Por A. Morais

Posto Regente fundado por Mário Oliveira e depois transformado em Posto Crato, em sociedade com o Audisio Brizeno, resiste até nossos dias, instalado na gloriosa Praça Siqueira Campos – Crato. O Audisio era compositor e tinha uma bronca com o Rei do Baião Luiz Gonzaga porque o entregou uma musica pronta para ser gravada e a letra foi modificada para agradar um fazendeiro rico de São Paulo alem do Luiz aparecer como co-autor. Estes fatos tornaram o Audisio mais raivoso do que a falta do recebimento de qualquer direito autoral. A musica dizia assim:

Meia noite o pinto pinica o galo

O galo pinica o pinto

O pinto quiriquiqui.

Meia noite, é o berrado do bode

É o roncado do porco

Que ninguém pode dormir.

Deixando de fora a bronca do Audisio, que foi um grande amigo meu, peço permissão para contar uma historinha dos tempos do Crato antigo. A vida social da cidade era bem mais movimentada. Toda sexta-feira havia baile na AABB e aos sábados no Crato Ténis Clube, alem da grande vesperal de Domingo. Na época eram poucos os automóveis, poucas famílias dispunham desse privilegio e era costume utilizar-se dos serviços do taxista. O Audisio tinha um timbre de voz bastante assemelhado a voz feminina e era costume receber trotes de pessoas imitando sua voz nos dias em que estava de plantão no posto. Um belo dia, terminada a festa da AABB, já por volta das três horas da manha, uma senhora apanhou o telefone do Bar com o Aristides e ligou para o Posto Crato e o Audisio atendeu. Veja o dialogo que ocorreu entre os dois: Audisio: alô! A mulher responde: quem está falando? Com voz idêntica ao Audisio. O Audisio fulo da vida responde furioso: porque você não vai imitar a puta que pariu? Desligando o telefone na cara da senhora. A mulher ficou tonta com tamanha reação. Algumas vezes estive nestas festas e para relembrar o Peixoto, cantor do conjunto do Hildegardo, nada melhor do que ouvir o Moacir Franco.

Por A. Morais