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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 30 de maio de 2009

As rãs do Sossego.

Por falar nesses cururus, ontem fomos jantar para comemorar os 33 anos de casamento. No cardápio havia rãs. Comentei com meu esposo: isto aí eu já provei, hoje não quero mais! (Tenho pavor desses bichinhos). Aí me veio a lembrança. No início dos anos 60, por volta dos meus 10 anos de idade, quando o atual Bairro Sossego era um sítio aonde costumávamos fazer pick-nicks, debaixo de um frondoso pé de umbu; no tempo que nós crianças tomávamos banho na chuva, a meninada toda correndo de casa em casa para descolar a melhor bica possível; quando, ainda, o Pimenta era pouco habitado. Nosso bom vizinho Sr. Felipe, acompanhado de algum outro vizinho ou de um irmão, em companhia da criançada, seus filhos: Sérgio, Frederico e Adriano e meus irmãos Rubens e Renato, de vez em quando costumavam ir àquele Rio Granjeiro. O local era mais ou menos atrás da casa de Gerson Moreira, na Rua Cícero Araripe. Era uma onda medonha de irem buscar rãs. Bastante curiosa, com a euforia da meninada, embora de longe, observava como na maior simplicidade eles "assassinavam" as rãs, apenas uma espetada na cabeça com uma agulha de costura. Quando tiravam a pele das rãs, ficava tudo muito parecido com um galetinho. Me divertia vendo fritarem as rãs inteiras, elas pareciam que dançavam se remexiam todas na frigideira. Era tudo uma grande novidade para mim e até ensaiei provar daquela iguaria, queria mostrar garra e muita coragem! A carne muito macia, mais saborosa do que o frango. Minha tia Anuzia, que já morava em Fortaleza, muito amiga de minha mãe, quando chegava no Crato uma das primeiras coisas que fazia era almoçar lá em casa e passar a tarde inteira conversando para aliviar a saudada da irmã e amiga. A disgestão do almoço já era certa, então, meus irmãos e eu resolvemos fritar uma rã com o intuito de fazer uma peraltice com nossa tia. Chegamos com muita delicadeza e atenção oferecendo aquele franguinho muito especial feito com carinho para ela. A tia saboreou, elogiou, digeriu o quanto pôde e assim, resolvemos contar-lhe que a carne era de rã. Foi um Deus nos acuda com o mal estar de nossa tia. Nossa diversão acabou por ali porque não esperávamos criar tanto desconforto e desespero.
Maria da Gloria Pinheiro Ordonez.

8 comentários:

  1. Maria da Gloria.

    Inicialmente parabens pelo aniversario de casamento. 33 anos. Que Deus permita que cheguem aos 70 anos. Que malvadeza, espetar as bichinhas vivas com uma agulha! Que meninos mais desalmados. Gloria, eu achei interessante a historia e acho que cada um de nós temos historias semelhantes da nossa infancia.
    Parabens pela bela postagem.

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  2. Glória e Morais:
    Peço permissão para transcrever esta crônica no Blog Cariricult.
    Claro que colocarei: "Transcrito do blogdosanharol".

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  3. Glória.Eu também desejo lhe parabenisar e participar da sua alegria do aniversário de 33 anos
    de casamento.
    O seu causo das rãs me fez lembrar um parecido só que o meu é de gia.
    Estou mandando para o prmo Morais hoje mesmo.
    Grande Abraço.
    Mundim do Vale

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  4. Obrigada pelos comentários.
    Armando, autorizo a você transcrever. Só que tem umas correções a serem feitas.
    Se eu soubesse que o amigo Morais ia postar, teria feito uma revisão.
    Bom dia a todos vocês comentaristas e leitores.
    Morais, as rãs, não seriam do Pimenta? Creio que sim! rs rs
    Raimundinho, hoje em dia, para mim, cururu, sapo, gia, rã é tudo uma coisa só.
    Eu só sei que não gosto nem de olhar para eles.

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  5. Amigos, esqueci de agradecer pelos cumprimentos do aniversário de 33 anos. Sinto-me feliz por acrescentar a Idade de Cristo ao nosso tempo e agradecer a Deus pelas dádivas que recebi e recebo até os dias de hoje.

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  6. Maria da Gloria.

    As localidades Pimenta e Sossego são tão proximas que eu acho que a rã deu um pinote e eu e vi do lado do Sossego e me apropriei dela.
    Parabens mais uma vez.

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  7. Glória

    Parabéns pela estréia como nova contadora de "causos". Vá em frente, começou muito bem, sei que você tem muito mais histórias para contar.

    Abraços

    Magali

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  8. Morais, você tem razão, aquele trecho do Rio Granjeiro fica entre o Sossego e Pimenta. Você tem a permissão de considerar as rãs cidadãs sossegueses. rs rs

    Nagali, obrigada.
    Vicente perguntou: E depois???
    Respondi: Depois? Saimos de mansinho, mamãe foi acudi-la por certo levando-lhe água, leite ou alguma outra coisa, talvez um docinho.

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