Vejo com muito desencanto, alguns autores fazendo uma exaltação ao presente, como se estivéssemos no inicio de tudo e tentando abominar a memória e a historia desta promissora região do cariri. É necessário que revejam seus conceitos, precisam reconhecer as origens, especialmente das famílias, que com seu trabalho projetaram os municípios para o futuro. Vocês chegaram bem depois. Vivemos uma democracia e eu vou escrever um pouco do que conheço da historia desta querida região, menos como historiador e mais como observador para contestar com veemência esses relatos apresentados aos leitores. Para não dificultar o entendimento, vou dividir os últimos 60 anos em duas etapas: de 1950 a 1990 e de 1990 aos nossos dias. Pois bem, na primeira etapa a região era vibrante, progressista, comercio arrojado, fornecedor para grande parte do nordeste. Quando o Governo ia implantar um programa de incentivo ao desenvolvimento começava pelo cariri. Com um contingente eleitoral de um terço do de hoje tínhamos seis Deputados Estaduais na Assembléia Legislativa, com voz e poder de decisão. Presidente da Assembléia e depois até Governador do Estado. Cinco Deputados Federais com um peso político enorme. A união dos políticos era disseminada ao povo e de mãos dadas todos faziam a defesa dos interesses da região sul do estado. Vamos agora ver um pouco de 1990 aos nossos dias. A região vê se amiudar o seu poder político. Quando o Governo decide implantar um sistema tributário para aumentar a sua arrecadação “arrocho fiscal” começa pelo Crajubar porque sabe que não tem quem a defenda. Com um contingente eleitoral, três ou quatro vezes maior, temos hoje dois Deputados Estaduais de favor na Assembléia Legislativa, um ocupa a vaga do titular licenciado para tratar da saúde e o outro porque o Governo requisitou alguns deputados eleitos para lhe auxiliar nas Secretarias e abriu a vaga. O Crato não tem um Deputado Estadual eleito. Os dois Deputados Federais que representam a região, foram eleitos catando votos lugarejos a fora, pois dá pena as votações locais se levarmos em conta a proporcionalidade de votos diante do eleitorado total dos municípios. Muitos haverão de dizer que a região hoje é dez ou mais vezes maior. É verdade, porem, comparando com o crescimento de Sobral nesse mesmo período a região apequenou. A desunião que já atinge também o povo é imensa, a ponto de não haver ambiente para reunir todas as lideranças no mesmo local, quem duvida que possa ocorrer um entrevero? Há muito se diz que a união faz a força. Este meu comentário tem uma finalidade: avaliar o grau de dissenso e consenso relacionado a este tema. Ficaria imensamente feliz se estivesse totalmente equivocado. Nesta foto estão as principais lideranças da região nos últimos 50 anos. Separem por epocas e comparem, sem paixão, umas com outras, e verão que devemos e precisamos respeitar o passado.
A. Morais
Quando digo que o Crato não tem um deputado estadual eleito é pelo simples fato de não ter concedido a um candidato votos capazes para elege-lo. São eleitos com votos pingados nos mais diversos lugarejos do estado por força do prestigio funcional e até mesmo de recursos financeiros.
ResponderExcluirCaro Morais,
ResponderExcluirMesmo sem querer você tem sido um historiador, não só um contador de causos, e o bom de tudo é a sua crítica prudente, procedente e desapaixonada, agarrada apenas à verdade dos fatos. "Se juntos não formos fortes, desunidos seremos mais fracos". Porque será que o Crato tem andado nesse sentido?
Avante guerreiros da Tribo Cariris!
Parabéns.
Abraços.
Tarciso
Tarciso Coelho.
ResponderExcluirPra voce que foi criado entre politicos, o pai, a tia Dndinha, como vereadores em Crato, Varzea-Alegre e Cedro, os parentes proximos Figueiredo Correia e Raimundo Coelho Bezerra que se destacaram no cenario nacional, mais do que ninguem, sabe que é possivel fazer politica com etica, moral, decencia e coerencia, unindo as pessoas e fortalecendo o poder de cobrar e defender os interesses das localidades que representam.
Caro Morais,
ResponderExcluirQuando vejo as pessoas dizendo para o eleitor dar a resposta nas urnas (o próprio Presidente Lula vive pedindo isso) eu me sinto ainda mais impotente no intento de banir da política alguns maus políticos. Ora, só posso escolher alguns e tristemente os tenho escolhido entre os menos ruins. Talvez se existisse o voto contra o eleitor teria mais força pois votaria a favor dos que julgasse bons e contra os que julgasse ruins. O risco era ninguém ser eleito.
Mesmo assim, se não temos melhores candidatos, continuemos votando nos menos ruins.
Abraço,
Tarciso.