Essa muié qui um dia,
Juêiada nos pé do artá
Jurou im nome de Deus
Qui inquanto tivesse vida,
Haverá de mim honrá
E mim amá cum todo amô.
Cum perdão do seu doutô.
Quando eu vi o miserave
Na iscurideza da noite
Dos meu oio se iscondê
Sem dêxá nem sombra inté
Entrei pra dentro de casa
Pra mi vingá da muié.
Douto, qui hora minguada!
Maria tava ajuêiada,
Chorando, cum as mão posta
Cumo quem faz oração.
Oiando pra eu pedia,
Pelo cali, pela osta,
Pru Jesus crucificado,
Pelo amo qui eu li amava
Qui num fizesse isso não.
Eu tava, doutô, eu tava
Eu tava, doutô, eu tava
Cego de raiva e paixão.
Sem dizê uma palavra,
Agarrei nas suas mão,
Levantei ela pra riba
E interrei inté o cabo,
O ferro da parnaíba
Pru riba do coração!
Sarvei a honra, doutô,
Sarvei a honra, apois não!
Dispois qui vi a Maria
Caí sem vida no chão,
Vim fala cum vosmicê,
Vim cunfessá o meu crime
E mim intregá as prisão.
Se o sinhô num acredita
Se eu sô criminoso ou não,
Tá aqui a faca assarcina
E o sangue nas minhas mão.
Cumo prova da traição,
Tá aqui a carta, doutô.
Li peço um grande favô:
Ante de vossa-sinhuria
Mi mandá lá para prisão
Me lêia aqui essa carta
Pr’eu sabê cumo Maria
Perparava essa treição!
Postado por A. Morais
Para completar a historia da Confissão de Caboco do Ze da Luz resta fazer a leitura da carta. Proxima postagem.
ResponderExcluirMorais
ResponderExcluirVê se acaba logo com esse sofrimento!
Conta logo o restante.
Acho que como eu, muitos leitores estão agoniados desejando ver o final.
A mulher estava traindo ele ou não?
Vicente Almeida
Vicente
ResponderExcluirAmanha leremos a carta de Rosa Maria para Chico Faria. E teremos o desfecho desta trista historia.