Eu falo a pura verdade
Sou pescador sem engano
De noite estou na cidade
De dia no oceano.
Cumpro bem o meu dever
Nada me faz esquecer
Minha hora de voltar,
A pescaria se encerra
Mas quando eu estou na terra
Sinto saudade do mar.
Não queira saber patrão
Como sofre o jangadeiro
No mar não tem produção
Na terra não tem dinheiro.
Se o patrão quiser um dia
Ir comigo à pescaria
Não precisa se acanhar.
Mas se achar muito ruim
Eu traga um camurupim
Pro doutor apreciar.
Para o mar eu vou com Deus
Minha melhor companhia
Na terra os filhos meus
Deixo com a Virgem Maria.
A mulher fica rezando
Meus filhos ficam brincando
Até a minha chegada.
Na hora que vou descendo
Já vejo eles correndo
Arrodeando a jangada.
Na terra sou homem ordeiro
Tenho bom comportamento
Mas no mar sou um guerreiro
Na busca do alimento.
Minha arma é a jangada
A vitória é a chegada
E o sol é a minha luz.
Eu sei pescar e tratar
Só não sei multiplicar
Do jeito que fez JESUS.
Mundim do Vale
Mundim bela postagem.
ResponderExcluirHouve uma epoca que eu costumava ir com os meninos para Marjorlandia.
Nunca gostei do mar. A praia me proporcionou duas ocorrencias desasgradaveis e tristes. Mas nos periodos que ficava na praia testemunhei a chegada da jangada: a alegria do pescador, dos filhos e da esposa. A divisão dos peixes, que coisa mais bonita. Eu juntava diversos pescadores e pagava umas carrafas de cana para ouvir as suas historias. Gente simples, humilde, sofrida, mas feliz e boa.
Parabens pela postagem.
A. Morais