Nascido em 1881, em Turim, Norte da Itália, Agostinho Odísio formou-se pela Escola de Belas Artes daquela cidade. Na infância, foi aluno da Escola Profissional Domingos Sávio, mantida por São João Bosco. Uma curiosidade: Agostinho assistiu – com sete anos de idade – ao enterro de Dom Bosco, falecido em 31 de janeiro de 1888. Em 1912, ele esculpiu um busto do Rei da Itália, Vito Emanuel II, conquistando o 1º lugar numa disputa por uma bolsa de estudo em Paris. Na capital francesa, foi discípulo de August Rodin, considerado, ainda hoje, o maior escultor contemporâneo. Em 1913, com 32 anos de idade, Agostinho Odísio resolveu emigrar para a Argentina, onde residia um irmão seu. Entretanto, por motivos ignorados, desembarcou no Porto de Santos, em São Paulo. De lá seguiu para Minas Gerais, onde conheceu Dosolina Frateschi (filha de italianos) por quem se apaixonou e casou, decidindo ficar no Brasil.
Durante 20 anos, produziu dezenas de obras de arte nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 1934, devido a problemas de saúde, foi aconselhado a residir no Nordeste, por causa do clima quente da região. Por acaso, leu na imprensa sobre a morte do Padre Cícero, e, vislumbrando oportunidade de negócios – por conta da religiosidade da cidade – veio para Juazeiro do Norte, onde residiu até 1940. Transferiu-se, em seguida, para a capital cearense, onde veio a falecer, em 1948, deixando para a posteridade diversos trabalhos que imortalizam seu nome, em mais de trinta cidades do Ceará, dentre as quais: Fortaleza, Crato, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Missão Velha, Barbalha, Viçosa do Ceará, Acaraú, Sobral, Baturité, Ubajara, Canindé, Bela Cruz, Quixadá, Senador Pompeu, Várzea Alegre, Iguatu, Granja e Guaramiranga.
Não padece dúvida de que, na sua passagem pelo Sul do Ceará, Agostinho Balmes Odísio desempenhou o papel de um civilizador, nesta vasta área do interior nordestino.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
Na sua arte, Agostinho Balmes Odisio, utilizava o estilo “Art déco”, movimento das artes decorativas cultivado pela sociedade de massa que influenciou as artes plásticas e a arquitetura.
ResponderExcluirO “Arte déco” surgiu na década de 20 do século passado e ganhou força nos anos 30, na Europa e nas Américas. O estilo arquitetônico mistura os princípios do cubismo com elementos clássicos. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem perder o requinte, os objetos adquirem decoração moderna.
A “Art déco” chegou ao Brasil em 1929, com a construção do edifício A Noite, em Copacabana, na Zona Sul carioca. Alguns exemplos do estilo: o Cristo Redentor e a Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro; o Elevador Lacerda, em Salvador, e o viaduto do Chá, em São Paulo.
Em Crato temos prédios com fachadas "Art Déco": o Palácio Episcopal, a Associação dos Empregados no Comércio de Crato (antes da descaracterização feita no alto do edifício para construção de cubículos onde funcionouu a Faculdade de Ciências Econômicas), a sede da reitoria da URCA e a fachada da Igreja de São Vicente Ferrer.
Meu caro Armando.
ResponderExcluirParabens pelo belo trabalho e muito obrigado. Estarei a pesquisar em Varzea-Alegre que obra teve a participação do Agostinho Balmes Odisio e citarei para os leitores.
Obrigado.
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ResponderExcluirCaro Morais:
ResponderExcluirA fachada e algumas reformas internas da Igreja-Matriz de São Raimundo Nonato tiveram a mão de Agostinho Balmes Odísio. Por favor procure confirmar isso...
Olá
ResponderExcluirParabens pelo material e pelo blog.
Gostaria de saber se vc tem referencia da obra de Agostinho na cidade de Granja/CE?
Grato
liradutra@gmail.com
Armando, só mesmo você para nos trazer esse belíssimo texto.
ResponderExcluirConheço pouco de arte. Pensei que Art déco fosse florais em alto relevo delicadíssimos que em São Paulo daquela época contornava as paredes internas dos palacetes da av. Paulista e Av. Angélica, principalmente.
Valeu, agora vou ler um pouco sobre Art Déco, talvez esteja confundindo art déco com art nouveau. Sempre é tempo para aprender! Obrigada!
Atenção do Blog Granja Ceará:
ResponderExcluirUma neta de Agostinho Balmes Odísio, Sra. Vera Odísio (funcionária da CEF)residente em Fortaleza, escreveu um livro sobre o avô onde consta a relação das obras artísticas deixadas pelo italiano no Ceará.
A cidade de Granja com certeza conta com obras de Agostino Balmes Odísio, mas não sei quais são.
Provavelmente no Livro de Tombo da Paróquia de Granja consta as obras realizadas por Agostinho nessa cidade.