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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Trecho do prefácio do livro Doce de Pimenta - Por Padre Vieira.


Da esquerda para direita: Padre Antônio Vieira, Dr. Raimundo Vieira, Manuel Batista Vieira, Vieirinha e José Batista Vieira sentado.


“Alguém chegou para mim, e escandalizado perguntou de chofre: É verdade padre, que o Senhor vai prefaciar um livro de Mozart de Alencar”? Vou respondi eu. E por que não?

Padre, o livro do Dr. Mozart é imoral, debochado, libertino, indigno de entrar numa casa de família, de ser lido por uma donzela, ou mesmo por um jovem, por uma senhora e por um cidadão de respeito.

Imoralidade são as mordomias e os privilégios políticos que o governo oferece, às mãos cheias, a seus amigos e comparsas. Imoralidade é a corrupção eleitoral com a compra de votos e mandatos. Imoral é a moral burguesa da atual sociedade de consumo, com sua ostentação do luxo, com o esbanjamento de riqueza, com as festas requintadas e de “finesse” bizantina, com a mascara e a camuflagem de virtudes e de nobreza social, enquanto se celebram as “transas e experiências sexuais”, em clubes fechados e com sorteio das chaves dos aposentos.

É imoral a hipocrisia das mães, que dão tapas na boca dos seus filhos, porque dizem certas palavras referentes a determinadas partes do corpo, e logo mais levam estas mesmas crianças, aos clubes, as piscinas, para que elas vejam aquilo que não puderam dizer com os lábios”.

Padre Antônio Batista Vieira.

2 comentários:

  1. Excelente texto. O padre Vieira sem mantém atual em suas palavras. Ate parece que escreveu ontem esse prefácio.

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  2. Este belo texto do Padre Antonio Batista Vieira, nosso varzealegrense ilustre, está sendo postado como um pedido de compreensão do Blog do Sanharol aos seus comentaristas e leitores amigos, que possam entender alguma postagem dos nossos autores como apimentada demais, como imoral ou indigna de respeito.

    Este trecho está no prefacio do Livro Doce de Pimenta de autoria do medico, escritor e poeta Mozart Cardoso de Alencar.

    Imagine, hoje em dia, os argumentos que temos para considerar imoral, com as Rosemarys do PT e do Lula. Bota imoralidade nisso.

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