Quando é tempo de eleição
Gente pobre tem valor,
Político dar atenção
A qualquer um eleitor.
A mulher do candidato
Dança com Chico Onorato
E a filha com Assis Mota.
Fazem samba na ribeira
Nos dias de sexta feira
E os pobres, nem paga cota.
No dia da votação
As cinco da madrugada
O matuto abre o portão
E corre para a calçada.
Depois acorda a mulher,
Dizendo que o chofer
Já apitou na ladeira.
A mulher acorda Antão,
Margarida, Damião,
Juvenal e Oliveira.
O chofer se aproxima
Desce o cabo eleitoral
Bota e meninada em cima
E na cabine o casal.
O chofer liga o motor,
Sai recolhendo eleitor
Em cada localidade.
E aquele povo enganado,
Naquele carro apertado
Vai tangido pra cidade.
Assim que chegam na praça
É grande a recepção,
Tem mocinha que abraça
E rapaz que aperta a mão.
É uns chamando compadre,
Outros chamando comadre
Com toda delicadeza.
Aparece um cidadão,
Leva tudo pra mansão
Com o almoço já na mesa.
Na mansão o candidato
É quem recebe o povão,
Vai logo servindo um prato
Com lingüiça e macarrão.
Os eleitores na mesa,
Esquecem que a gentileza
É somente aquele dia.
Vão pra seção doze e meia,
Votam com a barriga cheia
E a cabeça vazia.
Quando passa a eleição
Eles voltam na cidade,
Mas encontram na mansão
Só um vigia na grade.
Pedem pra falar com o dono,
Mas ficam no abandono
Sem ninguém lhes atender.
Foi aquela, uma lição,
Para na outra eleição
O eleitor aprender.
Mundim do vale
Quando o eleitor é enganado pelo candidato compreedemos,mas quandoé enganado pelo condutor,ai só minha vó rezando por nós.
ResponderExcluirPrezados primos - Mundim e Luiz Lisboa.
ResponderExcluirUma bela postagem e um belo comentario. Enquanto as espertezas estiverem dos dois lados, eleitor e eleito, as rezas da nossa avó não daram jeito, e, olhem que nossa avó rezava bastante.
MAIS UMA PRIMOROSA OBRA DA VASTA E VALIOSA COLEÇÃO DO MUNDIM . VALEU POETA. ESSA É MAIS QUE ATUAL É A MAIS PURA REALIDADE DO NOSSO DIA A DIA ELEITORAL .PARABENS POETA.
ResponderExcluirA lição não se aprende
Nem da bíblia do vigário
Eleitor no meu sertão
Parece um monte de otário
O voto vira produto
E o eleitor sem indulto
Pensando ter saído bem
Vota em quem nem conhece
Ou em quem cedo esquece
O valor que o voto tem
As promessas dos projetos
Que a tempo esqueceram
Nas gavetas se perderam
Sendo dos pactos objetos
Alguns se tornam dejetos
Esterco pra plantação
De um novo plano de ação
Para com mais quatro anos
Aumentar os desenganos
Do povo dessa nação.