Por Zé Nilton
Outro dia, 08 do presente, o jornal O Povo, edição impressa, trouxe como matéria de capa do suplemento Vida & Arte o lançamento do livro “Cego Aderaldo”, de Claudio Portela. Tudo bem, tudo maravilhoso, com os parabéns dos cratenses pelo reconhecimento de um dos nossos mais ilustres conterrâneos na arte do repente e da sátira em verso.
O diabo é que o sujeito que fez a matéria, um tal de Pedro Rocha,pode não ter sido ele, cismou de trocar a imagem do famoso Cego Aderado pela célebre imagem do não menos famoso Cego Oliveira. Aí eu me injuriei. Eu, preconceituoso, e me confesso a todos, sempre tive uma má vontade com certa intelectualidade da capital que, vez por outra, vem se inspirar na cultura local para escrever suas “descobertas”, muitas vezes empurrando teorias goela abaixo da realidade, como se a cultura local houvesse se reificado no tempo.
Pedro Oliveira é sem dúvida um dos mais puros rabequeiros do Nordeste. Teve uma participação fenomenal no filme Nordeste, Repente e Canção, de Tânia Quaresma, de 1975, cantando na calçada do Crato Hotel a famosa “Nas portas dos Cabarés”. Nos anos 80 Rosemberg produziu um belo filme e um precioso disco. Seu filho, José Oliveira seguiu os passos do pai, mas faleceu em 2009.
Essa do o Povo resultou ainda pior. Ninguém teve a devida atenção em revisar a matéria. Parece pouco caso. Alguém apressadinho encontrou a foto do cego. E já que são dois cegos de igual tamanho na arte do repente violado no Ceará, não se dignou em separar a humanidade dos dois.
Eu duvido que troquem as fotografias da Banda Forró do Muído pela dos Jatinhos do Forró, ou do Namoro Novo ou da Calcinha Preta ou do Falcão pela de Lailtinho Brega. Imediatamente haverá uma grita quase geral.
Algum reparo do jornal ? Qual o quê, não li nenhuma observação de sua ouvidoria. Ficou elas por elas.
É até engraçado para quem vive por aqui e sabe das coisas daqui. Na foto da reportagem aparece o nosso cineasta maior, o Rosemberg Cariri. Ai tem uma luazinha na cabeça de Antonio Oliveira, dizendo:” Na foto ao lado do cineasta Rosemberg Cariry, Cego Aderaldo é um dos mais celebrados ícones da cultura cearense”.Ora, Aderaldo morreu com 90 anos, em 1967. Nesse tempo, Antonio Rosemberg de Moura tinha 14 anos, acabava de deixar sua Farias Brito para ir morar no Crato. Já andava metido em escrever uns versos etéreos, como todos os intelectuais estudantes da época, e já demonstrava grande inquietação própria da juventude dos anos 60, coisa que o fez chegar aonde chegou.
Sem querer concluir, fica a impressão que todo mundo errou, errou na dose, errou no amor, Pedro errou de João? E ninguém morou na dor (que nos faria), pois digo que às vezes a dor da gente SAI no jornal (parodiando Luis Reis e Haroldo Barbosa), Notícias de Jornal.
Outro dia, 08 do presente, o jornal O Povo, edição impressa, trouxe como matéria de capa do suplemento Vida & Arte o lançamento do livro “Cego Aderaldo”, de Claudio Portela. Tudo bem, tudo maravilhoso, com os parabéns dos cratenses pelo reconhecimento de um dos nossos mais ilustres conterrâneos na arte do repente e da sátira em verso.
O diabo é que o sujeito que fez a matéria, um tal de Pedro Rocha,pode não ter sido ele, cismou de trocar a imagem do famoso Cego Aderado pela célebre imagem do não menos famoso Cego Oliveira. Aí eu me injuriei. Eu, preconceituoso, e me confesso a todos, sempre tive uma má vontade com certa intelectualidade da capital que, vez por outra, vem se inspirar na cultura local para escrever suas “descobertas”, muitas vezes empurrando teorias goela abaixo da realidade, como se a cultura local houvesse se reificado no tempo.
Pedro Oliveira é sem dúvida um dos mais puros rabequeiros do Nordeste. Teve uma participação fenomenal no filme Nordeste, Repente e Canção, de Tânia Quaresma, de 1975, cantando na calçada do Crato Hotel a famosa “Nas portas dos Cabarés”. Nos anos 80 Rosemberg produziu um belo filme e um precioso disco. Seu filho, José Oliveira seguiu os passos do pai, mas faleceu em 2009.
Essa do o Povo resultou ainda pior. Ninguém teve a devida atenção em revisar a matéria. Parece pouco caso. Alguém apressadinho encontrou a foto do cego. E já que são dois cegos de igual tamanho na arte do repente violado no Ceará, não se dignou em separar a humanidade dos dois.
Eu duvido que troquem as fotografias da Banda Forró do Muído pela dos Jatinhos do Forró, ou do Namoro Novo ou da Calcinha Preta ou do Falcão pela de Lailtinho Brega. Imediatamente haverá uma grita quase geral.
Algum reparo do jornal ? Qual o quê, não li nenhuma observação de sua ouvidoria. Ficou elas por elas.
É até engraçado para quem vive por aqui e sabe das coisas daqui. Na foto da reportagem aparece o nosso cineasta maior, o Rosemberg Cariri. Ai tem uma luazinha na cabeça de Antonio Oliveira, dizendo:” Na foto ao lado do cineasta Rosemberg Cariry, Cego Aderaldo é um dos mais celebrados ícones da cultura cearense”.Ora, Aderaldo morreu com 90 anos, em 1967. Nesse tempo, Antonio Rosemberg de Moura tinha 14 anos, acabava de deixar sua Farias Brito para ir morar no Crato. Já andava metido em escrever uns versos etéreos, como todos os intelectuais estudantes da época, e já demonstrava grande inquietação própria da juventude dos anos 60, coisa que o fez chegar aonde chegou.
Sem querer concluir, fica a impressão que todo mundo errou, errou na dose, errou no amor, Pedro errou de João? E ninguém morou na dor (que nos faria), pois digo que às vezes a dor da gente SAI no jornal (parodiando Luis Reis e Haroldo Barbosa), Notícias de Jornal.
Olá, Zé Nilton, aqui é o Cláudio Portella, autor do livro Cego Aderaldo. Assino embaixo em tudo que o amigo escreve. No dia seguinte o jornal publicou a seguinte notinha: "Na matéria Aderaldo: o cego cantador, por problemas de indexação de imagens do Banco de Dados, a foto publicada foi do rabequeiro Cego Oliveira”. Se o balão da legenda da foto diz que ele está ao lado de Rosemberg Cariry. E não existe foto dos dois juntos! Eles deviam ter dito: erramos, erramos feio! Seria mais bonito. Abração
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