Dedico a Fideralina
Lulu, 62 anos, portador de Síndrome de Down é filho de Várzea Alegre, cidade conhecida como a Terra dos Contrastes pela irreverência de seu povo e pelos fatos pitorescos vividos por aquela gente, e que foi imortalizada pelo grande sanfoneiro Luiz Lua Gonzaga, o rei do baião, com a música “Os Contrastes de Várzea Alegre” do genial compositor José Clementino, que além de ser filho da dita terrinha é primo do nosso personagem central.
Lulu, 62 anos, portador de Síndrome de Down é filho de Várzea Alegre, cidade conhecida como a Terra dos Contrastes pela irreverência de seu povo e pelos fatos pitorescos vividos por aquela gente, e que foi imortalizada pelo grande sanfoneiro Luiz Lua Gonzaga, o rei do baião, com a música “Os Contrastes de Várzea Alegre” do genial compositor José Clementino, que além de ser filho da dita terrinha é primo do nosso personagem central.
Quem teve a infância nessa cidade, nos anos sessenta, conviveu com as peripécias de um jovem com a idade de adulto, mas com uma mente infantil e original. O astuto Lulu aprontou várias na sua terra natal. Certa vez, foi transferido para um sítio na periferia da cidade por pegar no traseiro de um Juiz de Direito, que por acaso era uma mulher. Este fato obrigou o seu pai a lhe dar umas férias no campo para não lhe causar constrangimento.
O seu visual era o retrato da sua irreverência. Calção largo, camiseta de meia (possuía dezenas), uma pilha de revistas em um dos braços e um cassetete na mão livre que só servia para assustar os intrusos que ousassem adentrar no nosso meio de brincadeiras e de peripécias.
Pois bem. Fui informado que, recentemente, a família o levou para um exame médico em Recife, onde mora um irmão seu, o qual teve a curiosidade de consultar um especialista, já que não era tão comum, há tempos atrás, um portador desta síndrome, viver tanto.
O médico, após exame minucioso, constatou ser o Lulu ainda saudável com a maioria de seus sistemas e órgãos em pleno funcionamento apesar do seu aspecto envelhecido, comum em todos os portadores de tal síndrome, e que as malformações tão frequentes nessas pessoas não o tinha afetado, o que lhe fizera aumentar bastante a sua expectativa de vida.
Foi aí que um fato interessante aconteceu. O médico, tentando explicar para a família a relação das idades dos portadores de Síndrome de Down e da população geral, utilizou uma técnica pedagógica simples: Exemplificou, que o fato do Lulu ter chegado a essa idade diante das inúmeras malformações e complicações comuns nessa situação, era como que ele tivesse o dobro de sua idade, ou seja, 124 anos.
O seu pai, que não havia se manifestado uma só vez durante toda a consulta, retrucou: - Alto lá doutor! Que ele já viveu bastante, isso eu já sabia... Agora, dizer que ele é mais velho do que eu, que sou seu pai, isso eu não aceito!
- Nem em Várzea Alegre, que é a terra dos contrastes, eu aguento uma dessa!
Leitores e colaboradores,
ResponderExcluirEsse texto foi escrito em 2008 e está sendo republicado em homenagem a Fideralina, que fez a dedicatória de sua matéria sobre o dia do deficiene ao nosso saudoso amigo e conterrâneo Lulu.
Um abraço em todos.
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
BLOG DO SANHAROL
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.
José
Ramón...
Dr. Jose Savio e Jose Ramon.
ResponderExcluirUm texto muito bom em todos os aspectos. Literario, humano, humoristico, e, acima de tudo uma grande homenagem a memoria de Lulu.