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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 23 de janeiro de 2011

A COISA MAIS SEM PRECISÃO - Por Mundim do Vale

Enquanto a nossa amiga Fátima Bezerra, não adota o logim, eu parto na frente contando os causos da Praça Santo Antônio, que são muitos.
Uma vez num domingo de carnaval, Ferrim de Bastiana tava cantando e tocando pandeiro no Ingèm Véi em Várzea Alegre, fazia mais sucesso do que Babau do Pandeiro. De repente chegou um elemento bravo e cismou de acabar o samba. Chico de Zé Pereira que acompanhava Ferrim no violão, botou logo a viola no saco e correu. Mas Ferrim continuou cantando e tocando pandeiro. O elemento mais forte do que o ministro da economia do governo Lula, deu um murro tão violento, que Ferrim caiu quebrando uma mesa e duas cadeiras. Com a queda do pandeirista o pandeiro desceu tocando só, até a bodega de Vicente Totô.
Ferrim constrangido com o acontecimento, desceu do Ingém Véi e foi contar o drama a Zé de Jorvino, debaixo da marquise da loja de Luís Proto.
Paulo de Santana tinha botado uma pedra de calçamento debaixo de um chapéu de palha, na calçada para fazer uma brincadeira com Araújo, quando viesse para o Cine Odeon. Mas antes de Araújo passou Arrozo que era mais grosso do que mineiro com dor de dentes. Arrozo cobrou a falta com um chute tão forte, que a pedra saiu tirando faísca de fogo na calçada. Quando Arrozo viu Paulo, entre Zé de Jorvino e Ferrim, mais desconfiado do que vendedor de armas, não precisou ninguém dizer quem tinha botado a pedra, ele já partiu com a mão fechada. Levou o murro na direção da cara de Paulo, que se abaixou no momento certo. Diz aí onde o murro foi acertar? Deixe que eu digo! Foi bem no meio da cara de Ferrim.
Com este segundo murro Ferrim desistiu do carnaval e se dirigiu para sua casa, que ficava atrás da capela de Santo Antônio. Quando passava de lado da calçada com a cara muito inchada, João Doca perguntou:
- O que foi isso Ferrim? Tu tava tirando mel de italiana?
- Tu acha qui eu ia tirar mel num domingo de carnaval?
- E o que foi isso então?
- Nego véi. Isso foi dois murro qui dero im neu. Mais foi a coisa mais sem pricisão do mundo.
Dedicado a Zezê e Fafá Bitu.

7 comentários:

  1. Mundim.

    Morrendo de dar risadas com a tua historia. É por essa razão que tenho uma grande admiração pelo que voce escreve. Voce prestou atenção no seu resgate: quantas pessoas prestimosas foram lembradas? Parabens.

    Forte Abraço.

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  2. Mundim.Lendo seu texto é mesmo que está nas ruas de V Alegre,veja um soneto que fiz en resposta para um colega de outro blog.

    Ouvi de um crítico:
    Que o meu soneto é barato
    O blog do sanharol
    Tá de partida pro crato

    Os versos do nosso vale
    Chamados de insensatos
    Histórias dos nossos avôs
    Consideradas boatos

    Isto é viaão profética
    Se está fora de ética
    Esse cristão é ingrato

    E se ele nos renega
    Acho que esse Ze da egua
    Já comeu no nosso prato.

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  3. Obrigada pela dedicatória,
    Fafá e Zezê

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  4. Mundim,

    Ferrim era muito azarado. Duas bofetadas injustas ele levou. A sorte é que ferro não racha.

    Boa história.

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  5. Eita coisa sem precisão.....KKKKKKKKK...
    Muito bom Mundin...
    Abraços.

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  6. kkkkkkkkkkkkkk,para acabar com o estresse e rir bastante, é só dar uma lida nas postagens do Blog do Sanharol !!! Parabéns Mundim, muito bom os seus casos.

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