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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 22 de janeiro de 2023

JÁ TÁ NA HORA - Por Mundim do Vale


Padre Antônio Batista Vieira e o sobrinho Aldenizio Correia, o portador do recado.

José Odmar Correia, funcionário da coletoria estadual de Várzea Alegre, não trocava um pirão de corredor de boi por nada desse mundo. Toda sexta feira ele mandava Zé Belo comprar sem dizer que era pra ele, porque o corredor era vendido para as pessoas de poder aquisitivo menor.

Dona Balbina cozinhava o corredor mas na hora de bater o osso para extrair o tutano, quando não se cortava quebrava o prato. Era assim era toda sexta feira. Já bastante incomodada com aquela situação, resolveu falar para o esposo: - Ou Zé Odmar. Tá bom de tu acabar com esse negócio de pirão, porque se não daqui a pouco eu estou sem dedos e a casa sem pratos.

Pois vamos fazer o seguinte: Como eu gosto muito do pirão. Você cozinha e quando for pra bater o osso, você manda um dos meninos lá na coletoria que eu venho. Mas diga a ele que seja discreto, que eu não quero que ninguém fique sabendo que eu como pirão de corredor. Mande ele fazer um sinal, que eu já fico sabendo.

Na sexta feira quando o corredor cozinhou a esposa mandou seu filho Aldenízio: - Vá meu filho. Chegue lá faça um sinal, que seu pai vem bater o osso.

Aldenízio saiu pela rua Major Joaquim Alves quando chegou no bar de André, viu o seu pai na porta da coletoria conversando com: Luís Proto, Raimundo Silvino e Bernardo Mariano. Antes que Zé Odmar notasse a presença do filho Ele gritou:  Pai. Pai. Ou Pai!

Com aquele barulho do menino, Todos olharam em sua direção. Aldenízio bateu com a mão direita aberta, sobre a esquerda fechada por três vezes dizendo:  Mamãe disse que fosse. Que já tá na hora.

4 comentários:

  1. Coisas de crianças em Mundim. Ninguem ficou sabendo, só desconfiado. Grande Aldenizio. Muito boa.

    Abraços.

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  2. É MAS EU ACHO QUE POR ESSE MOVIMENTO DA MÃO ABERTA, BATENDO NA OUTRA FECHADA KKKK DEVE TEREM IMAGINADO OUTRA COISA. AH NAQUELE TEMPO AS MENTES ERAM SADIAS.

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  3. eu tenho das filhas balbina e celinha um grande poeta o aldenizio

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  4. Raimundinho, fui colega de Maria Célia e de Aldenísio. Que saudade!
    O Aldenísio sempre foi uma figura muito especial.
    Grande poeta e contador de causos.

    Um abraço.

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