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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 2 de março de 2013

Divagar devagar... Por Claude Bloc ( Flor da Serra Verde)

- Claude Bloc -


De repente um fio de ar mais fresco entrou pela janela da sala. Eu nem havia notado que a tarde estava se despedindo... Olhei pro relógio na hora em que batiam na igreja as 17 horas. O sol estava baixando. Na calçada cadeiras aguardavam um dedo de prosa .

Saí pelo portão entreaberto e me vi em frente à pracinha. Pracinha do Jambo. As cadeiras pareciam companheiras de sempre, uma ao lado da outra, juntinhas. Percebi nesse momento que o Crato fez da vida um cuidar de mim, dos meus sentimentos e estou contente porque o Pimenta é o bairro de minha infância e adolescência e a Françalegre ainda está lá quietinha, como quando era a casa era de papai.


Da rua, meu olhar atento se ocupa, como se fosse o dono dela. Vejo-me debruçada plantando manjericão, malva, cidreira, babosa e brigando com o vento para que deixe as calçadas limpinhas. Cenários se misturam. Tempo se embaraça. Horas tardam.

Há muito tempo minha rotina era a mesma. Eu precisava mudar. Se não aqui no Crato, na fazenda: assistindo ao tempo. Um tempo lento eu sei, tipo aquele que faz as crianças da rua crescer um pouco a cada ano – e assim me vi pensando em como mudam as brincadeiras, as estaturas, os namoricos. Hoje as crianças são enormes, precoces e não brincam mais como eu fazia antigamente.

Penso nesse tempo. Nessa nesga de minha história. Um tempo que quase pára quando estamos proseando sobre a vida... Uma prosa tão boa como um bolo de puba saindo do forno. Tão boa que nem pela fome é interrompida. E então, nessa hora, paramos por um instante. Olhamos para o céu e já anoiteceu. Tá na hora de encostar a cabeça num sonho qualquer...
.

Nessa hora, eu entro em casa e só me levanto dessa cadeira porque sei que amanhã me sentarei aqui mais uma vez, para sentir esse sereno do Crato e absorver as energias da Chapada. Para sentir que o bonito da vida é poder olhar para ela e olhar com essa simplicidade que adoça a nossa existência. Melhor ainda se for da calçada da minha casa. Onde eu abrigo a saudade de você.
Claude Bloc

8 comentários:

  1. LENDO AGENTE VIAJA NOS OMBROS DE UMA LÍMPIDA NUVEM CARREGADA DE PAZ...

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  2. Prezado Claude.

    Essa sua crônica para quem conhece o Pimenta, conheceu Hubert e Janine, conhece você - está falando o quando você gosta do Crato e o quanto está feliz. Deus lhe conceda muito tempo para viver está paz e harmonia que você tanto merece. Você e o Crato se merecem. Parabens.

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  3. Claude,

    PAZ:Para os budista a flor de lótus
    simboliza a paz.No entanto,várias flores são usadas como esse simbolismo,em especial as brancas,sendo que as mais populares são o lírio e a rosa.Também a flor da Serra Verde flor de Lis flor das Bravas flor do Chico e uma lá do Estrangeiro.

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  4. Claude,

    Você veio, hoje, de ciclista: montada numa prosa da marca poética de um ano novinho em folha, de bom sentimento.

    Um abraço.

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  5. Claudio,

    Essa é a paz que a gente sonha. Quando a gente vive a paz ela fica rondando a gente e acalmando as agonias...

    Abraço de PAZ

    Claude

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  6. Obrigada, Morais,

    Para mim, foi uma alegria esse presente de finalmente poder morar no Crato. Era um sonho antigo. Ficar no Pimenta foi uma coincidência... mas agradeço a Deus essa graça.

    Abraço,

    Claude

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  7. Luiz Lisboa,

    Meu mundo não existe sem as flores, sem o verde. Isso tudo para mim faz parte da vida. É um complemento de que eu não abro mão.

    Abraço,

    Claude

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  8. Sávio,

    Tudo em mim nessa nova caminhada exala Paz, harmonia e alegria. Gosto de dividi-la com os amigos.

    Abraço,

    Quando você e Fran vêm tomar um cafezinho lá em casa?

    Claude

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