Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 2 de março de 2013

Historias de varzealegrenses - Por Antonio Morais

Raimundo Alves Bitu - Doca Bitu.

Raimundo Alves Bitu, Doca Bitu do Serrote, tinha uma casa a Rua José Alves no centro  de Várzea-Alegre. A casa era sempre locada pelo Delegado de Policia da cidade. O contrato passava automaticamente de um para o outro. 

Certa feita, Doca teve um entrevero, uma pequena embuança com  o seu vizinho João Gomes. Se exaltou e disparou um tiro de espingarda soca soca  na direção de João Gomes, que só não passou dessa pra uma melhor porque estava com o bucho tão cheio e duro que os caroços de chumbo bateram e voltaram.

João Gomes foi a Delegacia fazer um B.O, criando  um baita de um problema para o delegado, - o tenente José Pereira, vulgo Pereirinha. 

O delegado, por sua vez, foi, a noitinha, na casa de Doca prepará-lo para as respostas aos questionamentos do enquerito - Disse: Seu Doca, o João Gomes foi enredar que o Senhor atirou nele, ispia se  seu Doca é capaz de fazer uma coisa dessas?  A espingarda detonou casualmente e pra cima, num é verdade? 

Doca se aluiu da cadeira que estava sentado, coçou o cangote e respondeu: Olhe aqui seu delegado Pereirinha, se num é essa Baixinha ter batido no cano da espingarda João Gomes tinha era se lascado - Eu botei foi pra pegar mesmo inriba do coração. 

A Baixinha era Dona Rita, esposa do Doca e, e o Doca quase botou a caçada no mato.

3 comentários:

  1. Estava dando um tempo com as historias de varzealegrenses. Notava-se claramente uma certa frieza, ninguem comentava.

    Estou voltando para ver se o fastio já passou.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Doca Bitu se fazia de besta para melhor passar. Um cidadão muito trabalhador, mas se fosse participar de um campeonato de tiro ao alvo com certeza era reprovado. Tinha uma grande virtude no negócio e sempre levava vantagens.
    Veja bem, certa fez emprestou 10 litros de semente de feijão ligeiro a meu pai e quando o feijão estava no estágio de floração ele passou no nosso roçado e disse: Padin, como prova de nossa amizade e parentesco só precisa você me pagar 40 litros. Meu pai respondeu com um gesto de simpatia e gozação; Doca leve o roçado e a terra tudo para você.

    ResponderExcluir
  3. Doca Bitu chegou na cozinha e perguntou:
    meninas, cadê Zé de D. Zefa (ocapataz) que não vai botar esse gado na roça?
    _Pai, respondeu uma delas: Zé tá lá no quarto, na caveceira da cama porque disse que mãe vao morrer.
    _Ah é? Pois espere ai que ele chora já com gosto!Foi na cerca, pegou uma vara de marmeleiro e quebrou nas costas do coitado.
    Obs^Rita estava com enxaqueca.

    ResponderExcluir