Prevendo acidentes sem ser vidente - Por João Dino

As fotos que aparecerem nessa postagem eu tirei hoje, dia 06.06.2011, às 13:00 horas, com uma pequena máquina digital. Eu vinha no meu corsa e ao cruzar com uma carreta tipo cegonha fui obrigado frear bruscamente para não bater nessa estrutura metálica.

Trata-se de uma placa de sinalização tipo pórtico, de mais de 12 metros de comprimento, que depois de danificada por um veículo, foi colocada à margem da BR-116, a 50 metros do giradouro existente no Distrito de Felizardo, Município de Ipaumirim-CE.

Alguém retirou as ferragens do centro da estrada e colocou no acostamento. Mais a estrutura metálica, quase coberta pelo mato, sem qualquer sinalização, avança sobre a BR cerca de 50 centímetros.

Uma vez que esse obstáculo está localizado numa curva onde só é possível os condutores de veículos avistarem quando faltam 80 metros de distância, os sites da internet e os programas de TV que exploram notícias de misérias e desgraças, já podem até posicionarem seus cinegrafistas e fotógrafos, para registrarem acidentes cinematográficos, em absoluta primeira mão.

Os órgãos DNIT/DERT, responsáveis pelos serviços de conservação e manutenção das estradas, poderiam até adotarem providências no sentido de que acidentes pré-anunciados, como os que vão acontecerem naquele trecho, se houvesse alguma punição.

Mas o povo brasileiro é muito bonzinho. Os familiares dos, mutillados, cadeirantes e mortos em desastres automobilísticos só atribuem as causas aos santos protetores: Isso aconteceu porque o finado nunca acreditou em milagres. O Pai de Santo Fulano cansou de convidá-lo para uma sessão de descarrego e ele nunca apareceu. A esposa dele todo dia o chamava para ir à igreja de Santo Tal e ele não dava importância. Taí o resultado.

Enquanto isso, os irresponsáveis ficam concedendo entrevistas em rádios e TV dizendo que está tudo bem. Tudo está do jeito que Deus quer.

E quando alguma vítima resolve acionar a nossa justiça em busca de mover um processo, a primeira década é só para abordagem das testemunhas. Pense num povo que trabalha em eterno estado de greve.

Será que eu falei demais outra vez? Você concorda com alguma coisa que eu disse?

E o que Rui Barbosa escreveu em 1914: Tenho pena de ti povo brasileiro... De tanto ver triunfar as nulidades...