Barrigas brancas - Dr. Mozart Cardoso para Patativa veja que belo poema:.
Eu me casei e a minha esposa Odete,
Era de um genio forte e muito franca!
Mas vendo em mim um homem de tupete,
Viu que não desposou um Barriga Branca.
Mui sensivel, por tudo se irritava!
Cara dura, enfezada o dia inteiro...
Assim, dias a fio ela passava,
E eu tranquilo, sereno, sobranceiro!
Depois a via triste, silenciosa,
Com os olhinhos nadando em mar de pranto,
Mordendo aqueles labios cor-de-rosa,
Solitaria, do quarto, lá, num canto!
Aquilo eu via e só Deus sabe como!
Meu coração tambem chorava mudo!
E eu que os impetos fortes sempre domo
Permanecia disfarçando tudo.
E como não suporto que ninguem
venha de fora e em meu viver se meta,
Ocultava-se sempre para alguem
Não me chamar de vil barriga preta!
E que fazia? Após uma semana,
Nós, separados, sob o mesmo teto...
Eu aguardava o instante mais "bacana",
Da noite de um Domingo predileto.
E quando o veu da noite amortalhava,
Na nossa alcova, aquele amargo fel,
Eu sobre ela me precipitava
E era um nascer da lua-de-mel....
Barriga com barriga ali se fazia
As desejadas pazes, doces e francas,
E riamos, contentes, no outro dia,
Por sermos, ambos, dois Barrigas Brancas!
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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E que fazia? Após uma semana,
ResponderExcluirNós, separados, sob o mesmo teto...
Eu aguardava o instante mais "bacana",
Da noite de um Domingo predileto.
Os versos do Mozart são lindos. Poesia rica de cultura, de sentimento e de muito amor.
Muito bom poema!
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