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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 3 de abril de 2012

As lanchas da Ideli e Demostenes estarão no mesmo noticiario - Por Augusto Nunes.


Todo suspeito absolvido pelo companheiro Rui Falcão é culpado. Nesta sexta-feira, essa regra sem exceção deixou um pouco pior no retrato a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

“Ela não tem nada a ver com esses acontecimentos”, foi logo recitando o presidente nacional do PT.

"Acontecimentos”, sabe-se agora, é o termo que agora designa, na novilíngua petista, a maracutaia que transformou o Ministério da Pesca em dono de 38 lanchas sem serventia.

Para quem vê as coisas como as coisas são, os acontecimentos começaram em 2008, quando o então ministro Altemir Gregolin, indicado pelo PT de Santa Catarina, simulou uma licitação para comprar a frota fabricada pela também catarinense Intech Boating.

Foram pelo ralo R$ 31 milhões, excluídas as propinas de praxe. Em 2010, um emissário do ministério solicitou ao dono da empresa, Antônio Galizio, que retribuísse a gentileza com a doação de R$ 150 mil à candidatura ao governo estadual de um berreiro à procura de uma ideia.

Derrotada, Ideli ganhou de Dilma Rousseff o Ministério da Pesca. E autorizou o pagamento da parcela que faltava para completar a felicidade do empresário generoso. Ponto.

“A Ideli não era ministra quando as lanchas foram adquiridas”, discursou Rui Falcão. “E não foi ela que pediu a doação”.

Acabou tropeçando, quem diria, no fiapo de voz do companheiro Luiz Sérgio. O deputado do PT fluminense não abriu a boca nem mesmo quando se tornou o único político da história demitido de dois ministérios, pela mesma presidente, em menos de um ano.

Ministro da Pesca depois da saída de Ideli e antes da chegada de Marcelo Crivella, quebrou o voto de silêncio antes que alguém o embarcasse na negociata flutuante.

Depois de contar que doou algumas lanchas à Marinha e admitir que não soube o que fazer com as que sobraram, o companheiro declarou-se espantado com a gastança e soltou a frase surpreendente: “Eu diria, como a nossa presidente Dilma Rousseff, que o que aconteceu no Ministério da Pesca é um malfeito”.

Na novilíngua lulista, “malfeito” quer dizer delinquência cometida por bandidos de estimação.

A interrupção do silêncio obsequioso de Luiz Sérgio confirma que a coisa é mais feia do que parece. A absolvição decretada por Rui Falcão é uma sentença condenatória. O sumiço do berreiro é uma confissão de culpa. O senador Demóstenes Torres, quem diria, vai dividir o noticiário político-policial com Ideli Salvatti.

2 comentários:

  1. Nem eles, os Petralhas se entendem. Se acusam entre si.

    Mas, o Gilmar Tatto, o Lider na Camara, vê diferença do crime: entre cobrar propina para a Ideli ou para o Partido. Só tem bandido.

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  2. Na historia do Cachoeira já tem gente enrolada do: DEM, PPS, PTB, PT, PP, PSDB.

    Convem esperar um pouco. Não sobra ninguem. Só resta uma solução: Abafar.

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