O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB-PE) vem tentando convencer seu colega de partido o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB-CE) a mudar de domicílio eleitoral e ser candidato em 2014 a algum cargo eletivo, pelo PSB.
Por ser irmão do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), a lei eleitoral não permite que ele seja candidato tendo domicílio eleitoral no mesmo Estado do irmão.
Essa não é a primeira vez que surge a hipótese de Ciro mudar de domicílio para disputar as eleições. Em 2009, incentivado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro chegou anunciar sua mudança para São Paulo. Na época, Lula havia sugerido que ele fosse candidato ao governo do Estado, com apoio do PT.
A mudança de domicílio, no entanto, não prosperou. Ciro se manteve no Ceará e não se candidatou a nenhum cargo. Magoado, o ex-ministro chegou a dizer que não participaria de campanha alguma, mas acabou assumindo um posto na coordenação da campanha de Dilma Rousseff no segundo turno.
Para a campanha de Eduardo Campos, ter Ciro em São Paulo é estratégico. Hábil e polêmico, Ciro seria o político ideal para fincar as bases de Eduardo Campos no maior colégio eleitoral do País e ajudar a sanar um dos pontos fracos de Campos que é ser desconhecido nas regiões Sudeste e Sul.
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Ainda não se tem definição de qual cargo poderia cair bem ao nome de Ciro, mas é consenso no PSB que a imagem do ex-ministro tem influência em todos os Estados do Brasil e que a liderança do ex-ministro na possível campanha de Campos seria fundamental.
A mudança de domicílio eleitoral foi assunto da conversa de Campos com Ciro na semana passada na qual os dois deram início a uma reaproximação.
Afago
Até então, Ciro era um dos principais críticos do projeto de Campos de se candidatar à Presidência em 2014. No PSB, a avaliação é de que Ciro não é “administrável”, mas que o “cafuné” feito por Campos – como descrevem interlocutores do governador pernambucano - poder ser um caminho para trazê-lo para o projeto nacional de ter candidato à Presidência.
Um papel que Ciro começará a desempenhar imediatamente no partido é o de formulador da política econômica, que tende a embasar uma eventual campanha presidencial Campos.
Na conversa, Ciro, ex-ministro de Lula e que defendeu apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, chegou a criticar a continuidade da aposta no consumo, feita pelos governos petistas para manter o crescimento econômico. A sugestão de Ciro é que Campos aposte em ajustes que precisam ser feitos para desonerar o setor produtivo.
Aposta
O desempenho da economia tem sido a principal aposta de lideranças do PSB de que Dilma Rousseff não conseguirá segurar sua popularidade até outubro de 2014, quando ocorrerá a eleição.
Os líderes do partido já começaram a falar da inflação de alimentos sentida nos supermercados e na estagnação dos investimentos na produção que podem mexer com os índices de emprego.
Na conversa, no entanto, Ciro ponderou que apostar no fracasso econômico pode não ser o caminho. O ex-ministro alertou que pode não dar tempo até a eleição para que a população perceba esse desgaste.
Um dos fatores citados pelo ex-ministro que podem prejudicar essa percepção é a própria euforia por conta da Copa do Mundo, que ocorre em julho do ano que vem.
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