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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 17 de agosto de 2013

SANHAROL, DE FAZENDA A BAIRRO DA CIDADE - POR ANTONIO MORAIS


Nasci e vivi neste sitio os primeiros anos de minha vida, e, só me retirei de lá quando o meu pai decidiu me mandar para estudar no Crato onde permaneço até hoje. Guardo no fundo do coração as saudades da fase mais dourada de minha vida, da vida descuidada de uma criança que corre, toma banho de riacho e brinca sem perceber o que a existência lhe reserva. 

O sitio, hoje bairro da cidade, pertenceu, na sua origem, a José Raimundo Duarte, o conhecidissimo José Raimundo do Sanharol. Pai de 24 filhos dos seus dois  casamentos deixou uma descendência  muito grande. e. passarei a escrever um pouco sob um de seus netos, João Alves de Menezes, João do Sapo casado com Soledade Batista de Menezes.

Acompanhe e conheça  um pouco  da historia do Sanharol e de sua gente.

2 comentários:

  1. A casa de José Raimundo do Sanharol era localizada onde fica hoje a casa de Antônia Alves de Morais, viúva de José Raimundo de Morais, José de Pedro André, batizado e registrado com esse nome em homenagem ao seu besavô.

    Na casa do velho, José Raimundo tinha um Juazeiro e, nesse um sanharol, abelha, pequena, impertinente e sem ferrão.
    Daí a origem do nome do sitio.

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  2. MORAIS,

    A DISTÂNCIA DO SANHAROL PARA A CIDADE DE VÁRZEA ALEGRE, VOCÊ ACHAVA UMA COISA MUITO GRANDE?
    E A COLUNA DA HORA, ERA PARA VOCÊ O MAIOR PRÉDIO DO MUNDO?

    FALO ISSO PORQUE DO BAIRRO DO ROSÁRIO PARA O MERCADO DE ICÓ PARA MIM ERA COMO SE FOSSE A DISTÂNCIA DE JUAZEIRO PARA O CRATO...
    E A COLUNA DA HORA DE ICÓ, CONSTRUÍDA POR MESTRE CHAGAS, EU NUNCA ME CANSEI DE OLHAR... QUE COISA LINDA...

    O FOTÓGRAFO, MANOEL JACINTO, TRABALHAVA FAZENDO RETRATOS 3 x 4, NOS DEGRAUS DA COLUNA DA HORA.
    E EU PERDIA HORAS E HORAS ASSISTINDO AQUELAS CENAS.

    OS MATUTOS QUE VINHAM DO SÍTIO TIRAR OS DOCUMENTOS NA PREFEITURA PERDIAM MEIO DIA ESPERANDO O RETRATO FICAR PRONTO...
    MANOEL JACINTO COMEÇAVA A TOMAR UMAS PINGAS LOGO PELA MANHÃ, FICAVA UM POUCO ENFEZADO, E DAVA GRITOS EM TODOS OS SEUS FREGUESES QUANDO SE DISTRAIAM E MUDAVAM DE POSIÇÃO.

    SIM, ENTRE AS MIRAS OBSERVANDO PELA LENTE DA MÁQUINA, COM A CABEÇA E OS BRAÇOS COBERTOS POR UM TECIDO PRETO, ELE PERDIA ATÉ 5 MINUTOS PARA POSICIONAR A CARA DO SUJEITO, QUE DEPOIS DAQUELE TRATO, TINHA QUE FICAR INERTE.

    E QUANDO ELE BRADAVA, ATENÇÃO, OLHE SOMENTE PARA ESSA RODINHA DA MÁQUINA, MUITAS VEZES OS MATUTOS FICAVAM TÃO APREENSIVOS QUE CHEGAVAM A RIR OU A CHORAR DE EMOÇÃO.

    CERTA VEZ, UM MATUTO ESTAVA DANDO MUITO TRABALHO PARA SE SUBMETER A ESSE TRATAMENTO. SEU MANOEL JACINTO, QUASE BÊBADO, JÁ TINHA PERDIDO 3 FOTOS.
    E EU, AINDA POR CIMA, RESOLVI BOTAR UM BONECO... QUANDO SEU MANOEL DEIXOU O MATUTO INERTE, E COMEÇOU A CONTAGEM REGRESSIVA, 3, 2, 1, JÁ, EU GRITEI: EITA, OLHA ALÍ, UM URUBU POUSOU NO PONTEIRO DO RELÓGIO DA COLUNA.

    OUVINDO ISSO O MATUTO VIROU OS OLHOS E TENTOU ENXERGAR O URUBU.
    QUANDO SEU MANOEL REVELOU A FOTO NA BACIA D'ÁGUA, PELA 3ª VEZ, A CABEÇA DO SUJEITO ESTAVA APRUMADA MAS OS OLHOS VIRADOS PARA CIMA.

    PENSE NA CONFUSÃO... SEU MANOEL COBRANDO O DINHEIRO DOS RETRATOS E O MATUTO DIZENDO QUE NÃO RECEBERIA DAQUELE JEITO, PORQUE OS OLHOS TINHAM FICADO "ZANOIOS".

    HOUVE ARRANCA-RABO NA COLUNA DA HORA NESSE DIA...

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