Quantos ministérios teria eventual governo de Aécio Neves? Quantos teria o de Eduardo Campos-Marina? Esta é pergunta que os eleitores gostariam que fosse logo respondida.
A estrutura visível do governo deve ser um dos temas preferidos nos debates na TV entre os candidatos. É uma mensagem de fácil comunicação para o eleitor. Concretiza para o senso comum a discussão abstrata sobre o tamanho do estado. E com certeza diferencia candidatos.
Existe crescente percepção na opinião pública de que nem a administração pública, nem mesmo o próprio governo precisa de 39 ministros. Em vez de ajudar a governar, ajudam a desgovernar. Em vez de viabilizar a liderança da presidência, a paralisa.
Foi o que vimos agora na reforma ministerial: uma Presidenta tentando se livrar da gula fisiológica exacerbada estimulada pela existência de tantos ministérios.
Como lembra Roberto Paulo Cezar de Andrade, um dos mais respeitados empresários brasileiros: “não há país civilizado onde o Congresso abrigue 19 partidos (são trinta os existentes) e o Presidente tenha 39 ministérios. Numa empresa privada, os acionistas certamente despediriam o Presidente que contratasse 39 diretores. Teriam que fazê-lo rapidamente antes que a empresa entrasse caoticamente em falência.”
A multiplicação dos ministérios acaba sendo um mecanismo disfarçado de aliciar votos, diz Roberto Paulo Cezar. A democracia brasileira precisa arranjar uma nova política onde o Congresso convirja com a Presidência, sem ser por Mensalão ou ministérios.
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