Daqui a duas semanas o calendário das efemérides históricas de nossa pátria relembrará a data do “15 de Novembro”, para comemorar o golpe militar que implantou a República no Brasil. Assim, oportuno relembrar o início do regime republicano ente nós, que passou para a história como “A República da Espada”. Este foi o período no qual o Brasil foi governado – entre os anos de 1889 a 1894 – pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Trata-se de uma época caracterizada como uma ditadura militar. Durante esse período foram comuns os levantes populares e a repressão a focos de resistência simpáticos ao Imperador Dom Pedro II e à restauração da monarquia.
Neste artigo, por questão de brevidade, falaremos apenas sobre o Marechal Floriano Vieira Peixoto, nascido em Maceió em 30 de abril de 1839 e falecido em Divisa, hoje chamada de Floriano, localizada no Estado do Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1895. Depois do golpe militar que derrubou a monarquia, Floriano foi eleito, numa eleição indireta pelo Congresso, como vice-presidente da chapa única capitaneada pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Com a renúncia de Deodoro, Floriano Peixoto presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894. Segundo a constituição republicana imposta pelos militares, o vice só poderia ser presidente se o próprio tivesse governado por mais de dois anos. Ora, Deodoro só governou 6 meses e renunciou por pressão dos seus colegas do Exército. Pressionado também para renunciar, Floriano não titubeou. Talvez naquela ocasião ele tenha dito (com outras palavras, é claro) o que diria – em 1968 – outro famoso militar, Jarbas Passarinho, durante reunião ministerial que decretou o AI 5, começando nova ditadura entre nós. A frase de Passarinho foi esta: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência.”.
Por consequência, o Marechal Floriano Peixoto foi o segundo presidente do Brasil, e o segundo a chegar ao poder sem o voto popular. Ao longo da República isso passaria a ser corriqueiro. Mas voltemos a Floriano Peixoto. Ele passou à história como o mais sanguinário dos presidentes da República. O “Marechal de Ferro”, como era chamado Floriano Peixoto, enfrentou protestos da oposição que não o aceitava como presidente. A oposição queria a convocação de novas eleições. Floriano, no entanto, reprimiu todos os protestos contra ele e contra a nascente República. Logo no início, adotou medidas para enfraquecer e combater os monarquistas. Muito sangue correu para abafar esses protestos.
Outra rebelião que ele derrotou foi a chamada “Revolta da Armada” um movimento ocorrido em 1893 e liderado por algumas unidades da Marinha Brasileira contra o governo republicano. Naquele episódio muitos cadetes foram mortos a fio de espada. Depois, Floriano derrotou também outra rebelião surgida no sul do País: a Revolução Federalista um conflito de caráter político, iniciado no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou numa revolta armada. Esta revolta atingiu também o Paraná e Santa Catarina. Muito sangue também foi derramado nesta rebelião.
Depois que deixou a presidência Floriano se refugiou no interior do Estado do Rio de Janeiro e não quis mais saber de política. Após sua morte Floriano recebeu muitas homenagens, Brasil afora. No Piauí, a cidade de Floriano foi chamada assim para homenageá-lo. Já a capital do Estado de Santa Catarina, a cidade de Desterro, teve seu nome mudado para Florianópolis.
A história, sempre implacável em seus julgamentos, destaca hoje principalmente a ferocidade de que era dotado este caudilho alagoano...
Lula, Dilma, Temer e os que o cercam hoje, são a resultante da republica proclamada pelos marechais sejam eles Deodoro da Fonseca ou Floriano Peixoto. Pouca diferença faz. Resulta no mesmo. Escárnio, nojo, podridão.
ResponderExcluirO Marechal Floriano, após seu mandato, se recolheu e ao contrário de outro que conhecemos não ficou tentando governar indiretamente.
ResponderExcluirFloriano Peixoto recusou a residência oficial e viveu em uma casa modesta de subúrbio. Para voltar para casa tomava o bonde é pagava a passagem do próprio bolso. O Marechal de Ferro foi o consolidador da República.
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ResponderExcluirPara se analisar um fato histórico temos de voltar à mentalidade da população que vivia ao tempo em que este fato histórico aconteceu. Rio de Janeiro: 15 de novembro de 1889. O Brasil vivia até esta data um tempo de progresso. Tudo funcionava. Havia respeito e ordem. No Império não se registrava denúncias de corrupção. O Imperador e a família imperial eram amados e respeitados pelo povo brasileiro. Os golpistas republicanos tiveram de expulsar Dom Pedro II e sua família nas caladas da noite, para evitar a revolta do povo.
A cidade do Rio de Janeiro – a capital do Império do Brasil – passa a ser “a capital dos ESTADOS UNIDOS DO BRASIL” (sempre a eterna imitação servil aos norte-americanos, que seria a marca registrada dessa caótica república). No mesmo dia 15 de novembro de 1889, é editado o Decreto nº1 do “GOVERNO PROVISÓRIO”, decreto que previa a realização de um plebiscito para o povo escolher se o Brasil continuaria como república ou voltaria a ser monarquia. Os golpistas não cumpriram a palavra, como sói acontecer. O plebiscito só seria realizado 105 anos depois, em 1993, mas os herdeiros da Família Imperial foram proibidos de aparecer na televisão para mostrar as vantagens da monarquia e defender esta forma de governo. Como sempre os republicanos não cumpriram a palavra e o plebiscito de 1993 foi manipulado e não concedeu o tempo necessário para a “massa ignara” (“meu Deus onde vai parar essa massa”?) ficar informada sobre essa mudança da forma de governo. Graças à massa ignara Venceu o pior: a República e, pasmem, república com presidencialismo...
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ResponderExcluirDentre as primeiras decisões adotada pelo GOVERNO PROVISÓRIO, dos Marechais Deodoro e Floriano Peixoto destacam-se a separação entre a Igreja e o Estado; a secularização dos cemitérios, e a instituição do registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos, o que, até então, era validado pela Igreja Católica. Em Barbalha o líder católico Zuca Sampaio escreveu um protesto no Livro da Família Sampaio, onde previa que a República seria um fracasso. Acertou na mosca!” Os militares que fizeram determinaram, também, acertado também, que, no primeiro aniversário da República, se instalaria a Assembleia Constituinte, segundo convocação a ser feita oportunamente.
Em um ano e dois meses, o projeto final da Constituição dos Estados Unidos do Brasil estava pronto, discutido, emendado e votado. A Constituição, em sua redação final, foi promulgada pelo Congresso em 24 de fevereiro de 1891, entrando imediatamente em vigor. No dia seguinte, seria eleito o presidente da República, nesta primeira vez, excepcionalmente, por via indireta, com o voto dos parlamentares. Deodoro da Fonseca/Floriano Peixoto por eleitos com 163 votos. Isto mesmo menos de duas centenas de votos. Previa-se somente que a partir do segundo Presidente é os presidentes seriam eleitos pelo voto diretos dos “cidadãos”.
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ResponderExcluirFloriano Peixoto serviu à Monarquia até 15 de novembro de 1889. No último gabinete do Império (comandado pelo Visconde de Ouro Prsto) este visconde nomeou Floriano Peixoto como ajudante geral do Exército. Nessa condição, em 15 de novembro de 1889, coube a ele comandar as tropas que, dentro do Campo de Santana, deviam preservar o Quartel General do Exército contra a investida dos soldados do marechal Deodoro, protegendo a autoridade do Visconde de Ouro Preto, Chefe de Governo, que estava ali asilado. Floriano Peixtoi mudou de lado e recusou-se, porém, a ordenar o contra-ataque, permitindo que Deodoro invadisse o quartel, com a subsequente prisão do ministro Visconde de Ouro Preto, chefe do Conselho de Ministros do Império.
Essa traição jamais for perdoada pelos seus inimigos que lhe apontam, também, outras fraquezas de caráter, como relaciona Iberê de Matos: "a traição a Ouro Preto [mencionada acima]; a aversão que lhe tinham Deodoro e Benjamin Constant, que não podiam ser gratuitas; a atitude dúbia ou traiçoeira no episódio da eleição [à Presidência]; o apego ambicioso a um poder que não lhe pertencia; a impiedosa repressão, com requintes de maldade, culminando com as tentativas de assassinato, pelo desterro para regiões inabitáveis, de homens como José do Patrocínio, e os massacres no Paraná e Santa Catarina; seu desprezo pela dignidade de homens como Gaspar da Silveira Martins, Custódio de Mello, Saldanha da Gama, Wandenkolk, José do Patrocínio, Olavo Bilac e tantos outros que foram vítimas de processos infamantes e perversos..." Outro autor, José Maria Bello, faz sua análise da personalidade de Floriano. Leia no tópico 4 abaixo:
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ResponderExcluir"Não se distinguia Floriano por nenhum dom exterior de fascínio ou de domínio. Descuidado de si mesmo, máscara medíocre, de traços inexpressivos e adoentados. Falta-lhe, por exemplo, o porte marcial, o élan, o olhar lampejante de Deodoro. Não lhe vibra a voz arrastada de caboclo do Norte; não se lhe impacientam jamais os gestos e as atitudes. Pela perfeita impassibilidade, como por outras virtudes e defeitos, lembra Benito Juarez [presidente mexicano do Sec. XIX], vindo da mesma origem ameríndia. Não tem brilho a sua inteligência que é, especialmente, a intuição divinatória dos homens. Escassa a sua cultura, quase reduzida aos vulgares conhecimentos técnicos da profissão. Não revela curiosidades intelectuais, dúvidas, aflições de vida interior. Desdenha o dinheiro. Deixam-no completamente indiferente as comodidades materiais da vida. Despreza a humanidade e, por isso mesmo, nivela facilmente todos os valores que o cercam. Confundindo-se de bom grado nas multidões humildes das ruas, conserva-se, entretanto, impenetrável a qualquer intimidade. A família, de pequeno estilo burguês, esgota-lhe, porventura, a capacidade afetiva. Como os de sua raça cabocla, é um irredutível desconfiado. Não se expande nunca. Simples e acessível embora, é incapaz de intempestivas familiaridades, de grossas e alegres pilhérias, tão fáceis, sempre, em Deodoro. No fundo, um triste. A sua ironia, tão frisante no vasto anedotário que corre por sua conta, tem sempre alguma coisa do gélido e do cruel dos temperamentos ressentidos e amargos."
É este homem, cujo perfil o aproxima mais a uma máquina do que a um ser humano, que chega, agora, ao governo e se propõe a consolidar a República com sua mão de ferro.
Vou usar seu comentário Armando Rafael, ele continua super atual.
ResponderExcluirMeu nome é Paulo e vou colocar no face para os meus amigos lerem.
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