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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cabral pode perder para Eike corrida da delação - Por Josias de Souza.


Unidos por uma amizade que evoluiu para a conivência, Sérgio Cabral e Eike Batista estão prestes a se tornar ex-amigos íntimos. Os dois travam nos porões da Lava Jato uma corrida que tem como ponto de chegada o funil da delação. Os investigadores sinalizam que não há espaço para dois delatores graúdos neste inquérito que corre no Rio. Ao retornar de Nova York para percorrer o seu calvário criminal no Brasil, o ex-bilionário saiu na frente do ex-governador.

As razões para que Cabral e Eike queiram suar o dedo são semelhantes. Cercados pelas evidências, ambos desejam encurtar o tempo de permanência no xilindró. Cabral está preso desde novembro. Entretanto, Eike dispõe de uma motivação adicional para preferir a colaboração à omertà mafiosa. Sem um canudo universitário, ele não tem direito senão à hospedagem numa cela comum de um presídio ordinário.

A conjuntura adversa provocou uma coceira na língua de Eike. Sentia comichões antes de embarcar no voo que o traria de volta ao Rio. 'Está na hora de eu ajudar a passar as coisas a limpo', disse, em entrevista exibida no Fantástico. Empresário, Eike desenvolveu com seus defensores uma análise do tipo custo-benefício. Concluiu que o retorno ao Brasil seria mais vantajoso do que encarar os riscos de uma fuga, com a Interpol no seu encalço.

Desde a semana passada, quando a laje da Operação Eficiência lhe caiu sobre a cabeça, Cabral passou a flertar com a delação. Contava com a fuga de Eike. E parecia disposto a colocar um deserto entre ele e o ex-amigo. A volta de Eike tirou do ex-governador a pretensão de se apresentar como palmeira solitária no jardim da perversão. Para complicar, Eike parece dispor de mais matéria-prima para oferecer aos investigadores. Suas relaçõe$ não se limitaram ao PMDB de Cabral. Pluripartidárias, abrangiam do PT ao PSDB.

3 comentários:

  1. Já sobram delatores. As provas são robustas. O que falta é justiça, a aplicação da lei.

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  2. Creio que Josias Souza, o autor deste artigo, não crê que exista “AMIZADE” entre Eike Batista e Sérgio Cabral.
    O que existiu em os dois foi “CUMPLICIDADE”. Sérgio Cabral carrega nas costas (não direi “carrega na consciência”, pois ele não a tem) a atual situação de caos que assola o Estado do Rio de Janeiro.

    AMIZADE é um sentimento nobre quando duas pessoas se estimam, se respeitam e agem com ética e caridade. CUMPLICIDADE é sentimento de conivência, onde há normalmente conotação negativa e se refere à qualidade de ser cúmplice de algum ato ilegal. Neste caso, quem desempenha o papel de cúmplice, tem conhecimento ou participação no delito ou infração que foi ou continua a ser cometida.

    Sérgio Cabral e Eike Batista foram cúmplices. A partir de agora serão inimigos, pois a delação premiada vai levar ao conhecimento público dos crimes de corrupção que ambos cometeram em desfavor da coisa pública, do bem comum, da ética e da cidadania.

    Cabral e Eike, juridicamente, são delinquentes– cúmplices de vários atos criminosos e serão julgados por seus envolvimentos na prática de roubos, estelionatos, subornos, patifarias, mentiras, safadeza, descaramento, desfaçatez, praticadas no antro da devassidão que se converteu o governo do Estado do Rio de Janeiro...

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  3. Prezado Armando - Na verdade o que há é uma sociedade. São sócios comandado pelo sócio majoritário - Lula da Silva.

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