Ex-zelador do tríplex no Guarujá garante, em entrevista à ISTOÉ, que em 2014 ouviu a esposa do ex-presidente Lula, falecida em fevereiro, solicitar a funcionários da empreiteira que instalassem o elevador privativo no apartamento
A CASA CAIU Ex-zelador do tríplex, José Afonso Pinheiro: “ninguém pede para instalar elevador num apartamento que não lhe pertence”
Na quarta-feira 5, o juiz Sergio Moro pediu para que o síndico do Edifício Solaris, no Guarujá, lhe encaminhasse em cinco dias as imagens das visitas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia (falecida em fevereiro) ao tríplex 164-A. O apartamento, avaliado em R$ 2 milhões, pertence à OAS no papel, mas foi destinado pela empreiteira ao casal como contrapartida aos generosos préstimos do petista à construtora.
A iniciativa de Moro, levada a cabo na última semana, é parte integrante e fundamental dos preparativos do juiz para concluir a ação por corrupção contra Lula no caso do tríplex. Pode significar a primeira condenação do ex-presidente em primeira instância, dentre as cinco ações em que ele é réu. O último lance a anteceder a sentença do juiz será o aguardado depoimento que Lula prestará a Moro no próximo dia 3 em Curitiba, cara a cara, na Justiça Federal do Paraná.
A julgar por essas circunstâncias, o que ISTOÉ traz agora em suas páginas pode constituir um elemento decisivo para embasar o juízo de Moro sobre o caso. A reportagem da revista entrevistou com exclusividade aquele que é considerado pelos investigadores uma testemunha-chave do processo: o ex-zelador do Edifício Solaris, José Afonso Pinheiro.
Não se trata do primeiro relato do ex-funcionário do prédio no Guarujá. O próprio já foi recebido por Moro em audiência em janeiro deste ano, quando contou que ciceroneou Lula e Dona Marisa durante as reformas no apartamento em 2014.
Agora, no entanto, o ex-zelador acrescenta uma nova revelação com grande potencial para complicar de vez a situação do ex-presidente, que ainda insiste em dizer que a unidade 164-A nunca foi dele. Ele afirma que, numa das visitas ao tríplex, viu dona Marisa pedir aos funcionários da OAS para que instalassem o elevador privativo no imóvel. “Eu vi ela (dona Marisa) comentando que seria interessante ter um elevador no apartamento. Vi ela pedir. Mostrou inclusive o local, que seria do lado do hall social de entrada. Alguns dias depois a obra começou e o elevador apareceu”, diz José Afonso Pinheiro, que foi demitido, segundo ele, em represália às declarações fornecidas à Justiça.
A Alma mais honesta deste pais vai desmentir. Nos autos o Moro vai dizer se acredita no Pajé ou nessa testemunha. Vai ser a primeira sentença.
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