Governo e oposição apostam que a Câmara conseguirá arquivar a denúncia apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente Temer
Por Daniel Pereira
Reprovado - O presidente Michel Temer: 'Vivemos num país de muito otimismo' (Cristiano Mariz/VEJA)
Com popularidade próxima do traço, o presidente Michel Temer começa a semana otimista. Governo e oposição apostam que o peemedebista conseguirá se livrar, na quarta-feira, da denúncia apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Confirmado o arquivamento, na prática a Câmara terá passado o recado de que acha desnecessário que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra uma investigação contra o primeiro presidente acusado de corrupção no exercício do mandato. De acordo com Janot, o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala recheada com 500.000 reais em propina, era o homem designado pelo próprio político para verdadeiramente executar suas ordens.
Se no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff deputados dos mais diversos partidos discursaram em favor da ética ao justificar os votos pela deposição da petista, no caso da denúncia contra Temer, a tropa parlamentar perdeu o fervor cívico. A moeda de troca: cargos, o compromisso de pagar 2 bilhões de reais em emendas parlamentares nas três primeiras semanas de julho e o medo de acabar na cadeia como tantos políticos enfronhados nos esquemas de corrupção revelados pela Lava-Jato.
Com o país paralisado, Temer assumiu pessoalmente a ofensiva para se livrar do risco de ser investigado na justiça por corrupção. Espertamente, já enviou recados de que, tão logo a denúncia seja devidamente arquivada, haverá uma reforma ministerial para contemplar os deputados mais fiéis.
Ruim com Temer, pior com outro. O PT comemora a impopularidade do Temer, e, não considera a do Pajé.
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