O futebol é uma idéia em movimento. E as novas ideias estão sendo fermentadas por uma geração de treinadores com novas formas de jogar.
Guardiola, guru dessa geração, afirma modestamente que não inventa nada. Só recombina o que já existe.
Há um tempo razoável tenho destacado nesse espaço o treinador Fernando Diniz.
À frente do Audax, pequeno time paulista, chegou a decidir titulo estadual com o Corintians.
Suas esquematizações táticas ousadas foram postas em prática no Oeste, outra equipe pequena.
Esse ano, acabou por ganhar a chance de dirigir um grande time, o Atlético paranaense.
Os conceitos de Fernando Diniz, formado em psicologia, rejeita chutões, ligação direta e bola rifada em favor do toque de bola, ocupação de espaços, transição, recomposição rápidas e obsessiva obediência tática.
Partindo de um 3-4-3, com variações dependentes do contexto do jogo, até o goleiro participa das trocas de passes entre os zagueiros.
Por ser ousado e pensar futebol de forma diferente, provocou duas reações: inveja dos que torcem o nariz para sua coragem e ousadia e rejeição por parte dos dirigentes.
Estas últimas por uma opção de jogo que dê mais segurança, como se eles, dirigentes, dessem garantia à alguma coisa.
É difícil sobreviver em um país onde o sucesso do outro é uma ofensa.
Fernando Diniz chegou a ser tratado como “malucão” pela maneira de trabalhar.
Retrocedendo no tempo, nos deparamos com a figura de Gentil Cardoso.
Chefe de máquinas da Marinha Mercante, Gentil teve a oportunidade de viajar mundo afora e, nas horas de folga, corria para os campos onde pôde observar a revolução tática do inglês, Herbert Chapman, inventor do revolucionário WM.
Três zagueiros, quatro meio campistas e três atacantes. Basta botar o W em cima do M e dá prá entender.
Gentil Cardoso esboçou esse esquema em 1931, no Bonsucesso, e ninguém deu a menor bola.
Cá entre nós, com esta escalação do Bonsucesso, não tinha como dar certo.
Medonho, Cozinheiro e Heitor. Lolô, Oto e Nico. Catita, Rapadura, Gradim, Leônidas da Silva e Prego.
Quando eu vejo um treinador cagando goma e contando vantagem eu lembro de duas coisas. Primeiro a cara do Felipão quando a Alemanha fez a sétimo gol. Segundo, Lula o técnico do Santos dormia durante o jogo. Ao terminar a contenda era acordado por um membro da comissão técnica e perguntava : qual foi o resultado? Era sempre favorável a sua equipe.
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