A pesquisa do Ibope foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR-07268/2018 e divulgada no domingo, 28 de outubro.
As mulheres deram a Bolsonaro uma vitória folgada em quase todo o País -
foram as nordestinas que votaram em peso em Haddad e equilibraram o
placar nacional. No Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, o candidato do
PSL teve no segmento feminino vantagem de 28, 20 e 14 pontos
porcentuais, respectivamente.
No Nordeste, o candidato petista venceu por 46 pontos de folga (73% a
27%). Só as mulheres com renda inferior a dois salários mínimos votaram
majoritariamente em Haddad - na faixa das que ganham de dois a cinco
mínimos, Bolsonaro venceu por 62% a 38%. Entre as com renda superior a
cinco mínimos, o militar reformado teve 64% das preferências.
O deputado Jair Bolsonaro (PSL) se elegeu presidente graças à metade
mais rica - ou menos pobre - da população brasileira, e perdeu para
Fernando Haddad (PT) na metade de baixo da pirâmide de renda. Apesar de
ter sido alvo do #elenão, movimento político capitaneado por mulheres
contra sua candidatura, o presidente eleito provavelmente venceu por
pequena margem no segmento feminino. Dados inéditos da boca de urna
revelam que presidente eleito também conseguiu vencer entre os que tem
renda acima de 2 salários mínimos.
O recorte de renda foi o mais importante na definição do resultado:
entre os eleitores que ganham mais de dois salários mínimos, Bolsonaro
venceu com folga em todas as faixas etárias e de escolaridade, e também
em todas as regiões, com exceção do Nordeste.
Já
a segmentação do eleitorado por gênero indica que mulheres votaram de
forma diferente de acordo com sua posição social e idade - as mais
jovens, as mais pobres e as menos escolarizadas optaram majoritariamente
por Haddad.
Os resultados oficiais da eleição permitem apenas a análise geográfica
dos resultados - afinal, o voto é secreto. Só é possível saber como se
comportaram os brasileiros segundo gênero, idade, renda e escolaridade
graças à pesquisa de boca de urna do Ibope, que ouviu 30 mil eleitores
no dia 28 de outubro, depois que eles já haviam teclado sua opção na
urna eletrônica.
A pedido do Estado, o Ibope dividiu a amostra da boca de urna em
metades, seguindo dois critérios diferentes. O primeiro foi o de gênero,
para analisar como votaram homens e mulheres segundo sua idade, renda,
escolaridade e região. E o segundo foi o de renda - de um lado, os que
ganham até dois salários mínimos, e do outro, os que recebem acima
disso.
Na metade mais pobre, Fernando Haddad ficou à frente: 53% a 47%,
levando em conta apenas os votos válidos - excluídos brancos e nulos. Na
metade menos pobre, Bolsonaro teve dois em cada três votos (67% a
33%).A divisão do eleitorado por gênero revela que Bolsonaro venceu por
61% a 39% na metade masculina. Entre as mulheres, o placar foi de 52% a
48%. No eleitorado masculino, o domínio de Bolsonaro foi quase total.
Ele só não venceu entre os homens com renda de até um salário mínimo, os
que estudaram até a quarta série e os que são do Nordeste. Nesses
segmentos, Haddad teve 61%, 59% e 61%, respectivamente.
A maior divergência no voto entre homens e mulheres se deu entre os
mais jovens. Os rapazes de 16 a 24 anos votaram em Bolsonaro na
proporção de 60% a 40%. Já as garotas da mesma idade deram a Haddad 59% a
41%.
O domínio de Haddad não foi generalizado também entre os mais pobres.
Dos que ganham até dois salários mínimos, a vantagem do petista se deu
dentro da margem de erro da pesquisa entre os mais velhos (acima de 55
anos) e na faixa de 25 a 34 anos, por exemplo, E o petista não venceu
entre os que têm baixa renda e alta escolaridade (mais de nove anos de
estudo).
No Nordeste, principal reduto petista, Haddad teve vantagem de 44
pontos no segmento que ganha até dois mínimos, e de apenas 4 (empate
técnico no limite da margem) entre os que têm renda acima disso.
Levantamentos bem detalhados e que juntos formam um todo onde uma maioria vence. Somos vencedores : O Brasil Venceu.
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