Eu sou um saudosista inveterado. Viver uma vez já é uma dadiva divina e o que dizer de reviver rebuscando o tempo. Rebuscar o passado me faz lembrar os velhos dos meus tempos de menino. Um punhado de homens austeros, trabalhadores, exemplares pais de família, daqueles que não precisavam, sequer, dar um fio de bigode para juramentar seus compromissos.
Sempre os admirei e respeitei, vendo neles figuras distintas, pessoas diferentes, a quem deviam todos devotar o máximo de atenção e cortesia.
Sempre os admirei e respeitei, vendo neles figuras distintas, pessoas diferentes, a quem deviam todos devotar o máximo de atenção e cortesia.
Os velhinhos da minha meninice, pobres ou ricos, tinham dignidade no vestir, compostura no andar, decência nos seus gestos e atitudes. Uns, na modéstia de suas posses, vestiam caqui Floriano, mescla Tamandaré ou brim e os mais abastados usavam linho, cambraia, gabardine e mescla santa Isabel.
No dia primeiro de Julho de 1971, fui admitido no Banco do Cariri S/A, instituição financeira da Diocese do Crato. Localizado a glorioso Praça Siqueira Campos - Crato. O banco tinha um raio de atuação de aproximadamente 200 km. Vinham fazer os seus empréstimos clientes residentes em Araripina, Campos Sales, Araripe, Santana do Cariri, Assaré, Brejo Santo, Milagres, Lavras de Mangabeira e outras localidades.
Lembro de todos eles, mas, Dorimedonte Teixeira Férrer, de Lavras de Mangabeira me chamava atenção : Homem alto, forte, vestido num conjunto de calça e camisa do mesmo tecido e da mesma cor, chapéu de massa na cabeça, elegante e muito educado.
Os empréstimos tinham prazo máximo de 90 dias, de três em três meses ele vinha ao Crato. No primeiro dia resgatava o título, e, no segundo fazia um novo empréstimo e retornava a Lavras de Mangabeira, meio de transporte "o trem".
Tenho saudades das pessoas, dos exemplos e dos bons costumes.
Feliz daquele que ainda tem a capacidade de sentir saudades.
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