Torna-se cansativa a abordagem ao se explicar o futebol ruim jogado no Brasil.
É a velha cantilena: o calendário não presta, o tempo de treinamento é reduzido, não há espaço para ensaio, é jogo em cima de jogo.
O pior é ninguém levantar uma palha para resolver o problema.
A partir daí, começam as discussões táticas com essa febre de não ter a bola, favorecer os contra-ataques e insistir no indefectível jogo aéreo.
Essa forma de jogar pode ser entendida como a prática “segura-emprego” do treinador.
Digo isso ao colocar Ceará e Fortaleza no tabuleiro das explicações.
Não vai ser novidade, quando diante dos maiores adversários, assistirmos aos dois times abrirem mão da posse de bola, diminuírem as brechas entre linhas defensivas e buscarem não rifar a redonda em situações de aperto.
Em seguida, a elaboração de planos à base de contra-golpes rápidos.
Ora, o que explico não acontece somente quando se enfrentam equipes de diferentes categorias.
Não, o império do jogo fechado, dos contra- ataques, chuveirinhos em excesso e da bola parada se impõe nos confrontos entre os gigantes.
Isto é, raras vezes os times abrem concessões à diversidade tática que o bom futebol exige.
As vitórias, em vez de prazer, dão alívio.
A prioridade é segurar o emprego, mesmo jogando feio.
Quanto a isso, é bom lembrar a afirmação de Guardiola: “O futebol ganha-se de mil maneiras”.
Pode-se argumentar que o treinador espanhol só trabalha com a primeira linha de “cobras” do futebol mundial.
E a competência para convencer e impor suas ideias, tendo de controlar os mais variados egos? Não conta?
É bem verdade mais fácil ser Dalai Lama no Tibete do que no Brasil, mas não vamos reduzir a influência de um genial treinador como Guardiola, e outros do seu nível, como homenagem à diversidade esquemática.
Voltemos ao nosso estado de um sol que protege a todos.
Quem sabe o treinador Rogério Ceni abrirá mão de sua devoção pelo jogo ofensivo, diante dos gigantes pela seguinte razão.
Com Edinho e Osvaldo, pelas extremas - ou “beiradas” - o Fortaleza pode preparar bem o “bote”, quando retomar a bola do adversário.
Com Leandro Carvalho de volta, para fazer o jogo veloz dos lados, e as transições rápidas com Wescley, Felipe Baxola e Juninho Quixadá, o treinador Lisca pode estar perto de uma de suas soluções de jogo, quando o adversário for uma das locomotivas.
No mais, é esperar que a diversidade tática impere para salvação do futebol.
Eu acho que o que falta mesmo no geral é o craque. Aí se apela para o treinador, para as táticas etc. Esta semana fez a curva o Coutinho que junto com Pelé trocavam passos e faziam tabelas entre 5 ou 6 zagueiros na pequena área com um metro de distancia de um para o outro.
ResponderExcluirO futebol mudou, a preparação fisica evoluiu é preciso acompanhar tudo isso. Mas o problema está na estrutura arcaica dos gestoses.
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