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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

DINIZ - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo.


Será que a Hungria, de Puskas, em 1954, teria sido a sensação da Copa, não fosse, também, resultado do trabalho de um treinador chamado Gusztáv Sebes ?
E a revolucionária Holanda de 1974/78, que jogava esmagando o adversário, com o seu carrosel, seria a mesma sem o técnico Rinus Michels?
Para encerrar os poucos exemplos, o Barcelona com o seu futebol fascinante, à base de um tic-tac permanente, posse de bola e troca de passes, teria existido sem o inovador Guardiola?
Por mais que se reconheça nos jogadores a razão maior do sucesso, é inegável que as idéias saídas das pranchetas tiveram uma enorme e decisiva influência.
Certamente, as classes dirigentes apoiaram em forma de tempo adequado e compreensão, para que todos os novos experimentos desaguassem no êxito.
O futebol brasileiro tem um treinador chamado Fernando Diniz, escravo de idéias próprias e bem peculiares na sua forma de ver o jogo.
O seu estilo autoral o faz enxergar o futebol como uma maneira de ajudar jogadores a se expressarem, tornando a prática prazerosa, para si e para o publico, dentro de um sentido de comunidade.
Além disso, prioridade para o futebol ofensivo, com posse de bola no campo adversário ,ao invés de ficar esperando.
Diniz é criticado exatamente por isso.
Interessante, não ?
Ele levou o paulista Audax, time de reduzida receita, à uma decisão estadual, contra o Corinthians.
Com o Oeste, continuou os seus experimentos e despertou a atenção do Atlético Paranaense, onde não foi bem.
Continuou sem abrir mão dos seus conceitos e, por isso, é objeto de debates em televisão e mesas de bar.
O motivo desse comentário foi gerado pela manchete de um blog: “Fernando Diniz deixa o Fluminense à beira do abismo”.
Como, “à beira do abismo” ?
O Fluminense, que o contratou este ano, é quem o colocou no abismo. O clube já vem se arrastando, há bastante tempo, numa grande instabilidade política e financeira, perdendo jogadores importantes em meio às disputas internas e campeonatos.
Queria a cartolagem tricolor um treinador ou um curandeiro?
Enfim, para muitas mentes tem aquela: “É melhor ganhar, jogando feio, do que perder, jogando bonito”.
Só sei que feio é não dar tempo para que as novas idéias prosperem.

2 comentários:

  1. Que o Diniz seja feliz no Fortaleza o quanto foi o Rogério. Isso basta para o bem no futebol cearense.

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    1. Caro, Antonio. O treinador do Fortaleza é Zé Ricardo. Diniz foi demitido do Flu.

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