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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 20 de março de 2020

A irresponsabilidade assassina - Por Augusto Nunes.


A epidemia de coronavírus foi estimulada por políticos italianos. Com duas notícias incluídas num artigo primoroso, ambas ignoradas pela imprensa brasileira, o jornalista Leonardo Coutinho escancarou a irresponsabilidade de políticos italianos quando a epidemia estava em seu começo.

1. Em 2 de fevereiro, o balanço perturbador — 17.391 infectados e 302 mortos — parecia reafirmar que se tratava de um  pesadelo chinês. Fora do país em que surgiu, a epidemia contabilizava 186 casos confirmados e um único óbito. Foi então que o prefeito de Florença, Dario Nardella, enxergou nas reações ao coronavírus a ressurreição de antigos preconceitos raciais. E lançou a campanha resumida em três palavras: "Abrace um chinês".

2- Em março, semanas depois da chegada à Itália, a expansão da pandemia foi estimulada pelo governador do Lazio, Nicola Zingaretti. Contaminado, ele não procurou uma UTI. Refugiou-se na teoria segundo a qual a multiplicação dos casos confirmados apressaria a contra-ofensiva de anticorpos que deteriam o avanço do inimigo.

Deu no que deu. Nesta terça-feira, os comandantes da guerra travada na Itália desistiram de socorrer os infectados octogenários abalados por outras enfermidades. Imposta pela insuficiência de leitos nas UTIs, essa escolha de Sofia optou pelo socorro a quem tem menos idade e mais chances de sobrevivência. 

É provável que sejam salvos alguns infectados que acreditaram no governador do Lazio. Ou abraçaram um chinês em Florença.

Um comentário:

  1. O presidente Bolsonaro disse que não estava contaminado quando cumprimentou 274 manifestantes que participaram de ato apoiando-o e criticando os muito impopulares congressistas e ministros do STF.

    Verdade! Mas ele não pode ter informação se algum dos cumprimentados também estava imune. A saúde do chefe do governo é bem de interesse público em qualquer regime e ele é quem mais deve zelar por isso.

    Parlamentares e membros da cúpula do Judiciário merecem rejeição do público: até agora, além de retórica, nenhum deputado ou senador fez nada de útil para resolver a crise sanitária. E o aiatolá Toffoli emulou seus colegas do Irã, que mandaram soltar 85 mil presos.

    O CNJ, presidido pelo advogadinho do PT, também já recomendou que juízes soltem presos e deu a senha para que advogados de condenados, como Sérgio Cabral, também participem desse hipócrita liberou geral
    José Newmanne Pinto.

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