Podem me prender, podem me bater, que eu não mudo de opinião: as camisas de clube ou da seleção, jogam sozinhas, quando falta o bom jogador, o hino e até um apoio da torcida.
Vou repetir texto passado e reafirmar que as camisas exaltam, nas grandes vitórias, e consolam, nas derrotas.
Os mais radicais fincaram pé e acham que as camisas não podem mais ser chamadas de manto sagrado, por não serem mais imaculadas, semelhantes, hoje, à vestimenta de piloto de Fórmula Um.
Menos, menos, meus prezados. Vamos botar a bola no chão e organizar a multidão, afinal, o futebol ficou muito caro e precisa do apoio publicitário.
Só que, agora, a parada diz respeito à camisa da seleção brasileira, vestindo uns “Otacílios”, que a usam em manifestações reivindicatórias pela volta da ditadura e aplicação do AI-5, de vergonhosas memórias.
Sim, não passa pela cabeça dos irrefletidos e “desinformados”, que aquele pedaço de pano amarelo é o sudário maior do futebol mundial.
Pois esse “manto sagrado” está sendo profanado.
Navegando entre a ignorância e a burrice (são diferentes), não têm a menor idéia de que as camisas usadas por deuses dos estádios, como Garrincha, Pelé, Didi, Gerson, Nilton Santos, Jairzinho, Tostão, Rivaldo, Rivelino, Carlos Alberto, os dois Ronaldos e tantos outros, não podem vestir o ódio e a estupidez.
A seleção brasileira, como o seu uniforme, é um patrimônio da nossa cultura, um símbolo de felicidade do povo.
Ou será que as camisas que vestem os intolerantes tolos, são as da CBF, entidade que julga ser propriedade sua, a nossa seleção?
Basta observar que, quando precisa de muito dinheiro a “mentora” usa, sem parcimônia, o código de barras do escrete do povo.
Uma poesia bem popular e escrachada sobre o símbolo desrespeitado sugere o seguinte: Vade retro, capiroroto/ vai prá lá, coisas ruins/ larguem a camisa verde amarela/ seus caras de guaxinin.
Versos chulos para adoçar o choro, e não para salgar o pranto.
As mudanças nas cores e modelos da camisa são iguais ou piores do que a qualidade dos jogadores de antes e de hoje. Não tem como comparar.
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