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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 23 de maio de 2020

“O governo se perdeu pelo fanatismo descabido” - Por Santos Cruz.


Em um trecho da entrevista a O Antagonista, o general Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria Geral, diz que o projeto de governo de Jair Bolsonaro desvirtuou-se pelo “fanatismo descabido”.

Para ele, não há estratégia no conflito permanente. “Talvez seja mais por personalidade, por inconsequência, do que por estratégia. Não acredito que seja tudo pensando. Você não consegue brigar todo dia, toda semana, de maneira pensada. Não é possível. ”Santos Cruz afirma que há problemas em todos os Poderes, mas “não adianta ficar xingando”.

“Estamos numa briga permanente, sem sugestões de melhoria de funcionamento. A discussão tem que ter outro nível. Estamos num nível muito baixo de relacionamento. Isso quando não entra o pessoal ideológico com um monte de palavrão, fake news, montagens. O desrespeito chegou num ponto”

Ao analisar sua participação no governo, o general diz que foi para auxiliar num projeto que “começou a se desvirtuar e se perdeu, principalmente pelo fanatismo descabido”.

“Um grupo de fanáticos. Pessoas que estão satisfazendo seu fanatismo. E o estilo do presidente acaba entusiasmando esse tipo de personalidade e aí você tem esse clima de divisão social, de conflito. 

Não estou arrependido, pois na época ele era a melhor opção. Mas claro que não estou satisfeito. Em primeiro lugar, um governante tem que promover a paz social. Essa divisão criada pelo PT tinha que ser atenuada e não reforçada.”

Um comentário:

  1. Sergio Moro era um ministro que representava muito mais do que a função dele no Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

    Ele mostrou que é possível fazer o combate à corrupção num país onde a corrupção é endêmica. E ele representava isso. Então, a perda dele é a perda dessa imagem também.

    Representava uma esperança, uma possibilidade de se combater a corrupção."

    General Santos Cruz.

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