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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 25 de setembro de 2021

“A vala comum do bolsonarismo” - Por o Despertador do Diogo.

 

Hesitei um bocado antes de escrever esta coluna. Meu pai era cliente da Prevent Senior. Ele morreu de Covid em agosto do ano passado, no hospital Sancta Maggiore. Quando anunciei sua morte, os bolsonaristas abarrotaram as redes sociais com mentiras, negando que ele houvesse morrido de Covid. 

Nise Yamaguchi, a principal animadora do gabinete paralelo do Ministério da Saúde, encarregou-se pessoalmente de espalhar falsidades sobre ele em grupos de WhatsApp. Na véspera de sua morte, conversei com a médica que o atendia na UTI. 

Ela disse o vírus havia atingido seu rim, ele só tinha um. Ele disse também que, com toda a probabilidade, meu pai havia sido infectado no próprio hospital, depois de ser internado com uma pneumonia.

O motivo pelo qual hesitei em escrever sobre a Prevent Senior foi esse meu envolvimento pessoal e direto. Falei diversas vezes sobre a morte de meu pai, sem o menor constrangimento, mas não citei o plano de saúde porque meu juízo estava envenenado pela dor. 

Além disso, eu queria evitar que seu nome fosse novamente conspurcado pelos bolsonaristas, que o usaram para acobertar seus crimes. 

Só resolvi escrever sobre o tema na quarta-feira, depois que a CPI da Covid acusou a Prevent Senior de ter fraudado os atestados de óbito de Anthony Wong e Regina Hang.

Assim como meu pai, eles morreram de Covid. Assim como meu pai, eles estavam internados no hospital Sancta Maggiore. Assim como meu pai, houve a tentativa de ocultar a causa de suas morte.

Um comentário:

  1. O plano de saúde Prevent Senior tornou-se alvo da CPI da covid no Senado após médicos relatarem que seus hospitais atuaram como “laboratórios” para testarem a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da covid, equívoco defendido pelo presidente Bolsonaro.

    Dossiê feito por um ex-funcionário da empresa e entregue à CPI apontou atestados de óbitos fraudados de forma a omitirem mortes pela doença.

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