Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 19 de abril de 2022

O BAR EM NOSSAS VIDAS - Por Wilton Bezerra, comentarista Generalista.

 

Já fui "bom de bar”, antes de a neuropatia encerrar minha brilhante carreira de bom bebedor.

Cerveja, tira-gosto e bom papo: três receitas de felicidade que os bares oferecem.

Consumi muito a cervejinha amiga, com uma volúpia tão grande como se, a qualquer momento, o pão líquido fosse faltar, por crise de malte no mundo.

Repito aqui o que já disse em crônicas passadas: o bar representa para nós uma espécie de ágora, local público em que os “imortais” se reuniam em Atenas.

Nessa ágora se discute futebol, política, religião, vida alheia e problemas da cidade.

É bom esclarecer que – ainda bem –, discussão de bar não tem lógica.

Acrescentaria que o bar é a rua, a praça, o campo de futebol de uma cidade.

Ponto de encontro com o outro, lugar onde a garganta seca não solta a palavra e sempre de portas abertas para receber a todos nós.

Um bar não precisa ser sujão ou requintado, basta ter os defeitos que o seu diarista conhece.

O dono tem que ser "grosso", mas com um bom coração.

Grandes jornalistas e escritores fizeram dos bares seus "escritórios'', de onde enviavam para os jornais impressos crônicas antológicas.

Saudades tenho do Bar do Moura, em Juazeiro do Norte, em frente à estação da RFFSA.

Nunca fechou suas portas e não primava por variedade de tira-gosto

Lá, se reunia uma magnífica confraria de médicos, comerciantes, radialistas, vendedores de rifa e até cavadores de poços.

Oi, "Cacimba', ainda estás vivo, criatura?

Foi no Bar do Moura onde um vendedor de produtos contrabandeados expunha suas mercadorias e ouviu um grito: "Olha a Federal!"

Antes que empreendesse desabalada carreira para evitar a prisão e a perda do que era oferecido, foi avisado de que se tratava de Luiz do c*..., vendedor de bilhetes da Loteria Federal.

Esse lugar foi sempre as pessoas que o frequentaram.

Um comentário:

  1. Histórias de bares, histórias de bêbados. Muito engraçadas. Dario Maia Coimbra do nosso Juazeiro do Norte fala de muitas em seu bom livro, e, do Crato O Alagoano fez historia.

    ResponderExcluir