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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 19 de julho de 2022

Joaquim Correia Ferreira, o jornalista maior - Por Antônio Morais.

Nascido aos 21 de Novembro de 1.912, em Várzea-Alegre, quase metade de sua existência foi vivida em Londres, 29 anos, onde, de par com outras atividades, exerceu as funções de comentarista da British Broadeasting Corporation - B.B.C - desde os incertos e inquietos dias da Segunda Grande Guerra Mundial. 

Foi sua primeira professora a simpática Dona Adelaide - que ele sempre lembrou com carinho e, por muitos anos, residiu em Juazeiro do Norte. Aos onze anos incompletos, entrou para o Instituto São Luiz, em Fortaleza, cuja direção era exercida pelo seu cunhado, grande amigo e mecenas, o Dr. Francisco de Menezes Pimentel Junior.

Foi no São Luiz, no Grêmio Literario Padre Tabosa, que se revelaram seus acentuados pendores para a imprensa e oratória. Orador certo de todas sessões, sua colaboração não faltava a cada número de "O Estímuno", o jornalzinho do Grêmio. Fez o primário e seriado, terminando este último em 1.930 no Liceu do ceará. 

A Revolução de 30 deu-lhe, acidentalmente, o primeiro episódio meio cômico de orador politico. A turba que passava pela rua, da janela do primeiro andar do velho Café Poty dirigiu uma saudação inflamada, simplesmente enrolado em um lençol. Magro e assim vestido, era a figura de Gandhi!

A Fernandes Tavora, um dos chefes da revolução, muito imprecionou o ardor do tribuno, chegando a lhe oferecer posição de relevo na revolução triunfante. 

Tinha, então, 18 anos em ebulição, inteligência e memória maravilhosa, devorando de um só fôlego quantos livros lhe caíssem as mãos.

Perdeu varias grandes oportunidades para não perder a cidadania brasileira, de que muito se orgulhava. Por igual, nem o clima, nem outro fator qualquer lhe roubou o sotaque  nordestino, de autentico cearense. 

Ouvindo-o, qualquer um diria que ele nunca saíra de Várzea-Alegre. De par com a lealdade que punha nos seus atos, era essa a mais clara expressão de sua alta personalidade.

Em Abril de 1.948, uniu-se, em Londres, com a senhorita Leda Pitanga Callado, irmã do romancista e escritor Antônio Callado.

Faleceu no dia 04 de Outubro de 1971 em Olinda - Pernambuco. Seus restos mortais foram transladados para Várzea-Alegre e estão sepultados no masoléo da família no Cemitério da Saudade. 

2 comentários:

  1. O varzealegrense não conhece e não interessa conhecer a história, não sabe a importância do jornalista Joaquim Correia Ferreira. "Quando o primeiro ministro Inglês Winston Churchill foi a BBC de Londres anunciar a rendição dos alemães e o fim da Segunda Guerra Mundial foi o apresentador e comentarista Joaquim Correia Ferreira quem o entrevistou e deu a grande noticia para o mundo.

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  2. O jornalista Joaquim Correia Ferreira era primo legitimo de Otacilio Correia, o Otacilio tinha uma "Amplificadora" e demitiu o Joaquim Ferreira alegando que ele tinha uma dicção ruim. O jornalista terminou como locutor, apresentador e comentarista da BBC de Londres.

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