Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

UM BREVE RELATO SOBRE A ENIGMÁTICA E HISTÓRICA CAPELA DE NOVA BETÂNIA EM FARIAS BRITO-CE - Por Robson Pereira Sales.

Segundo fontes do velho Cel. Francisco José Leite, homem que nasceu e viveu em Quixará e que nunca arredou pé dali, nem mesmo para ir ao Crato. Fiel congregado mariano. 

Há 172 anos atrás, nos idos de 1850, num lugar denominado "Barreiros” do “Cariús”, hoje atual vila de Nova Betânia, um cidadão, irmão do Barão de Aquiraz, foi que mandou construir uma Capela dedicada a Virgem das Graças.

Depois de terminada a capela, na primeira noite, a senhora do referido cidadão ouviu certos estalos para àquelas bandas, o que levou a ficar preocupada, chegando a alertar o senhor, seu marido, que afirmou que eram as vigas que estavam se “endireitando” após serem colocadas.

No outro dia, ao raiar do sol, deram-se conta que a Capela havia desmoronado. Caíra totalmente. Movidos pela devoção à Santíssima Virgem, tornaram a reconstruir novamente, porém, ela tornou a cair. Somente ao ser reconstruída por um Rev. Pe. Sousa, ficou ereta até os tempos atuais, fazendo parte da Paróquia do antigo Quixará.

Dizem os antigos, que Dom Luiz Antonio dos Santos, em passagem por São Mateus, hoje Jucás, vinha até aquela capela, onde crismava e celebrava os seus atos religiosos. Não ia à Quixará, bem perto dali, pois lá não havia Capela naqueles tempos remotos. Destarte, os moradores do Sítio “Escondido”, vizinho à povoação de Quixará, fizeram um pequeno apartamento de tijolo e telha, a fim de que se alojasse o Sr. Bispo, para que se pudesse crismar muitas criançinhas no povoado.

O quartinho ficou sendo chamado pelo povo de Nicho. Era para ter sido dedicado ao Apóstolo Pedro, considerado como a “pedra” fundamental da Igreja. Em 1933, os vicentinos, arautos da caridade, o reconstruíram, aumentando-o e ficando Capela dedicada a S. Vicente de Paulo. 

Os fatos escassamente narrados somam-se à história eclesiástica do antigo Quixará e enriquecem largamente a nossa história.

Narração de J. Calíope de Araujo.

5 comentários:

  1. Joaquim Caliope de Araujo, tabelião no Quixará, depois em Crato. Casado com Josefa Alves Feitosa, sobrinha de Leonardo Feitosa, tio Nada, autor do "Tratado Genealógico da Familia Feitosa, pai de Maria Ivan, Liziex e Albertina Feitosa, proprietária do Cartorio Caliope, em Crato.
    Grande historiador, escritor, memorialista e poeta.
    Conheci e tive a honrar de ser seu amigo. Numa de suas publicações contribuir com um poema. Fazemos parte da mesma familia procedente dos Inhamuns, mais precisamente Arneiroz.

    ResponderExcluir
  2. Consta e a história sustenta que numa eleição no Quixará, no inicio da década de 50 do século passado, o Coronel Filemon Teles, prefeito de Crato soube que Maria de Lizieux Feitosa Calíope votava no Quixará. Foi a Banco do Cariri onde ela trabalhava e perguntou : Se eu der meu carro você vai ao Quixará votar no meu amigo Né de Almeida! Lizieux confirmou, foi e votou. Né de Almeida venceu a eleição com a maioria de um voto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seu Né de Almeida sempre foi respeitado. Era sempre bem quisto, pelos poderosos da época. Ele e Dona Sinhá, sem sobra de dúvidas fizeram história no Quixará de outrora.

      Excluir
  3. Quanto ao tema da postagem, muito interessante as curiosidades sobre a construção da igrejinha. A comunidade católica local carece tomar conhecimento da historia.

    ResponderExcluir
  4. É importante observar, que a histórica aparição da Virgem Maria a Santa Catarina Lauboré, só havia completado apenas 18 anos, no entanto, a devoção já predominava aqui no Brasil Imperial.

    ResponderExcluir