Nota de pesar - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Registramos, com pesar, falecimento do poeta Raimundo Morais, "Mundim do Vale. Nascido em Várzea Alegre era figura estimada na história da poesia e dos causos da cidade. Nos nossos livros de causos e crônicas, contamos com a participação de Mundim.

Um bocado de gorgulho misturado com feijão

Uma sala de reboco

Um doido dando cotoco

É a cara do sertão

Mundim do Vale.

ESQUECIMENTO.

Esse causo vem do repertório do poeta Mundim do Vale.

Seu Herculano Honório, de Várzea Alegre, era um homem muito esquecido das coisas.

Saiu para a roça, conduzindo um guarda-chuva, pois estava neblinando.

No caminho, sentiu dor de barriga e desceu uma grota, para fazer o "serviço".

Pendurou o guarda-chuva em uma galha de jurema. Quando terminou, foi vestir a calça e bateu com a cabeça no objeto: "Eita! Esqueceram um guarda chuva aqui. Vou levar pra mim."

No movimento que fez, pisou no "barro" que lhe causou a dor de barriga: "Arre égua! Os ‘cabas’ já cagaram aqui." 

A TRENA EU EMPRESTO.

O poeta Mundim do Vale adquiriu, em 1984, um apartamento na Maraponga, onde mora até hoje.

Quando chegou, procurou o síndico, o porteiro e um vigia do local para se inteirar das coisas. O vigia foi logo se antecipando:

"Esse lugar é cheio de malandros e o pior é que eu trabalho desarmado. Mas, se o senhor me emprestar um revólver, lhe adianto que encaro qualquer vagabundo, com oito metros de distância."

Mundim respondeu: "Pois vamos fazer o seguinte. O revólver você consegue com outro condômino. A trena eu lhe empresto.