Na nossa história política recente não houve presidente que tenha sido eleito com maioria parlamentar, nem mesmo Fernando Henrique em 1994, quando fez uma coalizão com o então PFL já na campanha eleitoral. Em 2003, eleito presidente, Lula poderia ter feito uma coligação para governar com o PMDB, mas rejeitou a aproximação depois que seu chefe do Gabinete Civil, José Dirceu, fizera os entendimentos partidários, e acabou se entregando ao mensalão para montar sua base aliada no Congresso.
Do jeito que vai a campanha presidencial, vamos acabar elogiando os sucessivos governos de coalizão que foram montados no país, cada vez ampliando mais a permissividade e a leniência, para aceitar apoios políticos em troca de nacos do poder. Como se só assim pudesse haver governos estáveis.
Pois é o contrário: governos de coalizão devem ser montados em bases programáticas, e é isso que a candidata Marina Silva está pregando com sua “nova política”, que nada mais é do que uma marca popular para que todos entendam que é preciso formar alianças em novas bases, menos fisiológicas e mais voltadas para os interesses do país.
Discordar de Marina nos pontos do programa apresentado e pressioná-la para que desista desse ou daquele aspecto faz parte do jogo democrático. (É até engraçado ouvir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que o programa de Marina vai paralisar a economia brasileira. Como se já não estivesse parada).
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